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Praça Frei Caetano

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Por:   •  10/9/2013  •  1.141 Palavras (5 Páginas)  •  304 Visualizações

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Praça Frei Caetano Brandão

Há algum tempo já escrevi sobre a Praça Frei Caetano Brandão, mas sob a perspectiva deste sítio como foco da modernidade, expressa na experiência de Júlio Cezar Ribeiro de Souza e sua tentativa de colocar no ar seu "balão extravagante". Mas devia um outro texto, sobre o sítio em si. Este que publico abaixo já tem uns anos, mas falo das permanências deste espaço e me sinto obrigada a publicá-lo, antes que algum aventureiro lance mão da autoria...

"A atual Praça Frei Caetano Brandão pode ser considerada como pólo irradiador daquilo que, passados os séculos, podemos chamar de cidade de Belém. Surgida como variável dependente e contextual dos fatores históricos, sociais e políticos, o sítio que hoje, assim como no passado, chamamos de Largo da Sé foi o primeiro território, por assim dizer, conquistado pela cidade nascente fora dos muros do forte que lhe deu origem. Se considerarmos que a colonização portuguesa da Amazônia se fez a partir do primitivo Forte do Presépio, instalado em 12 de janeiro de 1616, temos o atual sítio como dos mais relevantes para a história urbana do norte do Brasil, como primeiro marco do que poderia ser chamado de cidade (do latim civitas = civilização).

Belém surge a despeito do paradigma genético das cidades, onde as funções econômicas e de fluxos se entrelaçam. A ideia de uma cidade aqui surge antes da estrutura para sua sobrevivência, visando ser, de fato, a porta de defesa e colonização da Amazônia. As trocas se estabelecem a partir do sistema simbólico dos poderes que se instalam: a Coroa, com a presença militar e administrativa, e a Igreja, expressa nas várias ordens que colonizam o território nascente com seus conventos e templos e, especialmente, com o embrião da Igreja Matriz: a capela de Nossa Senhora das Graças. O Largo reflete essas tensões.

A necessidade de expansão fez com que surgissem as primeiras ruas e, no seu correr, as primeiras casas. Como seria de se esperar, a tradição colonial portuguesa imperou na ordenação urbana da cidade de Belém em seus primeiros tempos. As ruas irregulares, seguindo a topografia da cidade, foram se desenvolvendo a partir do Forte do Castelo, já nos primeiros anos, ligando o largo a pontos importantes de definição da Cidade, como igrejas e outros prédios relevantes. Estas primeiras ruas surgiram paralelas à orla, referência geográfica, em direção ao interior, partindo do grande largo que surgia a frente da fortaleza, ladeada pelas igrejas, que tinha a função de praça d’armas à época. O casario que surge passa a ser conhecido como Feliz Lusitânia. A primeira rua assim definida, a Rua do Norte (atual Rua Siqueira Mendes) surge como via de acesso à morada do Capitão-Mor Bento Maciel parente, na atual Praça do Carmo, onde em 1626 já se instalara o convento carmelita. Outras vias seguiram o mesmo rumo, como a Rua do Espírito Santo (atual Rua Doutor Assis) e Rua dos Cavaleiros (atual Rua Doutor Malcher).

É na área correspondente ao antigo Largo da Sé é que os Jesuítas optam por erigir uma de suas mais representativas obras arquitetônicas no território da colônia portuguesa: A Igreja de São Francisco Xavier e o Colégio de Santo Alexandre, na transição entre os séculos XVII e XVIII. Foi em torno do largo que surgiram alguns dos referenciais arquitetônicos da cidade: a primeira edificação de dois pavimentos, construída nas imediações da antiga Capela de Santo Cristo, teve o início de sua construção datada da primeira metade do século XVIII, recebendo adaptações a partir de 1765, sob orientação de Giuseppe Antônio Landi. Conhecida hoje como Casa das Onze Janelas, foi erguida para residência de Domingos da Costa Bacelar e, nos idos coloniais, serviu de moradia aos governadores e capitães gerais do Grão Pará. Posteriormente abrigou o Antigo Hospital Real Militar, tendo sido ainda Quartel da 5ª Companhia de Guardas do Exército.

Ainda temos como testemunho alguns dos sobrados azulejados que resistiram à ação do tempo em perfeito estado de conservação. Assim como a sede do centenário Clube do Remo, que surgiu com suas regatas à beira da Baía do Guajará, mantém sua sede náutica na Praça Frei Caetano Brandão. Grandes

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