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Prova de Imunologia

Por:   •  21/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.675 Palavras (11 Páginas)  •  1.320 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA

DISCIPLINA : IMUNOLOGIA - MIP 7202

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - NOTURNO

1ª Avaliação                                              Data: 23/09/14

ALUNA: Mahoany Machado Madalena

1 - Classicamente diz-se que a resposta imune pode ser dividida em inata e adaptativa, sendo a primeira inespecífica e a segunda específica. Baseado em seu conhecimento sobre as células que atuam em cada tipo de resposta e a maneira pela qual elas reconhecem os antígenos, discuta se você concorda completamente com esta definição.

A Resposta Imune Inata consiste em uma reação inicial adotada pelo organismo hospedeiro contra agentes estranhos que conseguem ultrapassar barreiras físicas e químicas (tais como o epitélio e as mucosas), sendo que ela já é existente, natural, antes mesmo destes agentes terem entrado em contato com o hospedeiro alguma vez. Ela ocorre sempre na mesma velocidade e reage sempre “da mesma forma”, sendo assim não consegue captar diferenças minuciosas entre micro-organismos – uma vez que depende de receptores variáveis. Sendo assim, pode-se dizer que a Resposta Imune Inata não apresenta uma especificidade tão grande, mas também não se pode dizer que ela é inespecífica (a palavra pode parecer designar algo comum e sem importância), uma vez que reage a micro-organismos e moléculas estranhas secretadas por células lesionadas, não a qualquer coisa.

Já a Resposta Imune Adaptativa, ou Adquirida, possui especificidade para moléculas distintas, reconhecendo um grande número de substâncias microbianas e não-microbianas e reagindo contra elas. Além disso, ela é capaz de memorizar e responder com maior velocidade e intensidade quando reexposta a um mesmo agente infeccioso.

Ambas possuem seus tipos exclusivos de células, mecanismos de atuação e características próprios, portanto, por uma questão didática, é interessante tratar das duas separadamente. Entretanto, ambas necessitam atuarem em harmonia para que o sistema imune seja eficaz, uma vez que a Resposta Imune Adaptativa requer a atuação da Inata para poder ser ativada, e a resposta Imune Inata requer o aporte da Resposta Imune Adaptativa quando necessário (frente a um micro-organismo mais adaptado, por exemplo).

2 - Classifique, por grau de gravidade, a situação imunológica de indivíduos que perderam órgãos linfóides, nas seguintes situações: 1) agenesia tímica, na Síndrome de Di George, 2) esplenectomia após trauma, 3) remoção de linfonodos, na extirpação cirúrgica de tumor mamário e 4) ablação da medula óssea após radioterapia. Explique sua classificação.

Da mais severa para a menos severa:

Ablação da medula óssea após radioterapia: a ablação da medula óssea implica na destruição do sítio de geração da maioria das células sanguíneas circulantes e também no sítio de maturação de linfócitos B. Sendo assim, tal situação é gravíssima para o sistema imune (e outros sistemas também), causando desequilíbrio nas funções corpóreas e na proteção do organismo. Sem a produção de células hematopoiéticas, as respostas imunes ficam comprometidas, não ocorrendo de maneira eficaz (como se não houvessem soldados para o combate). Antígenos não são reconhecidos, capturados e apresentados, anticorpos não são produzidos, células de memória não são produzidas e o micro-organismo estranho não é combatido.

O efeito da ablação pode ser revertido por transplantes de medula óssea, mas a recuperação pode ser demorada e nem sempre ocorrer de maneira totalmente eficaz.

Agnesia tímica por Síndrome de Di George – nesta situação, linfócitos T periféricos estão ausentes ou em concentração muito menor, deste modo, não há produção de células de memória.

Pode ser corrigida através de transplante fetal de timo ou de medula óssea (um procedimento um tanto quanto delicado). A função das células T tendem a melhorar com o passar da idade, pois o organismo pode assumir outros locais para maturação de linfócitos T. Sendo assim, tem sua gravidade, mas pode ser corrigida ou o próprio organismo pode desenvolver outros mecanismos para superar esta irregularidade (uma grande fração de pacientes com esta síndrome fica normal em torno de 5 anos).

Esplenectomia pós trauma – indivíduos que passam por este procedimento são altamente suscetíveis a infecções por bactérias encapsuladas (uma vez que estas são facilmente digeridas por fagócitos, e, sem o baço, esta remoção de bactérias fica prejudicada). Além disso, a esplenectomia pós trauma do baço gera uma defeituosa ativação do sistema complemento para a promover a resposta imune adaptativa, dificultando a erradicação de micro-organismos que não são barrados pela resposta imune inata.

Mesmo com os problemas da perda deste órgão linfático, com o tempo outros tecidos vão assumindo as funções do baço, reestabelecendo (mesmo que parcialmente) a homeostase do sistema imune.

Remoção linfonodos – os linfonodos são dispostos por regiões do nosso corpo e se ligam através de uma rede de vasos linfáticos, formando o sistema de mesmo nome. Tal sistema é responsável pela drenagem da linfa e captação de antígenos microbianos, levando-os aos linfonodos – sendo estes últimos responsáveis pela deflagração da resposta imune adaptativa. Com a remoção destes órgãos, a mobilização desta resposta fica mais lenta, demorando mais no combate dos corpos estranhos que ultrapassam a resposta imune inata. (É como se esta rede fosse “arrebentada”, dificultando a comunicação de todas as partes do sistema).

Entretanto, a resposta imune adaptativa continua ocorrendo, pois os outros linfonodos continuam desempenhando esta função.

3 - Sabe-se que pessoas que têm imunodeficiências primárias como Doença Granulomatosa Crônica (caracterizada pela produção defeituosa de intermediários reativos de O2 pelos fagócitos) e Deficiência de Adesão Leucocitária (caracterizada pela deficiência/ausência de integrinas ou por deficiência/ausência de ligantes de selectina) apresentam infecções recidivantes por bactérias e fungos, com frequente evolução para sepse. Baseado no seu conhecimento do processo inflamatório, explique como isso se dá.

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