VOZ NEGRA DE SPIKE LEE

Aula “A voz Negra de Spike Lee”

Livro: A cultura da Midia, Douglas Kellner

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- Crítica diagnóstica da situação dos negros norte-americanos

- Rap e filmes de Lee expressão sua visão sobre a sociedade americana contemporânea

- “Na verdade, a cultura da mídia reproduz as lutas e os discursos sociais existentes, expressando os medos e os sofrimentos da gente comum, ao mesmo passo que fornece material para a formação de identidades e dá sentido ao mundo”

- Membros dos grupos oprimidos, quando tem acesso à cultura da mídia, representam suas visões de maneira mais radical

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- A expressão cultural tem sempre sido uma maneira de resistir à opressão e de expressar experiências de resistência e luta. Gospel, blues, jazz, rock, capoeira, basquete – mostram a resistência e a luta dos negros americanos.

- Na década de 80, Hollywood aderiu à filosofia de Ronald Reagan. O mundo passava pela guerra do Vietnã e havia um momento de supervalorização do sonho americano: somos conquistadores do mundo, somos os melhores, podemos chegar ao topo do mundo. Filmes como Rambo, Rocky Balboa e Top Gun ilustravam exatamente o estereótipo do herói americano: ele começa por baixo e chega ao topo, ele é companheiro de seus companheiros, ele não tem medo, é seguro, forte e sexy.

- Esse foi um período de negligência ao problema do negro. Os negros eram retratados de forma estereotipada em comédias com Richard Pryor ou Eddie Murphy.

- Por esse motivo os filmes de Spike Lee constituem uma importante intervenção no sistema cinematográfico. Ele vai abordar questões raciais, sexuais e de classe, sob uma perspectiva exclusivamente negra. Seus filmes baratos fizeram sucesso e abriram financiamentos para mais filmes na década de 90. Hollywood, percebendo que os expectadores eram entre 25 a 30% negros, investiram no setor.

Pag 206 - Faça a coisa certa como fábula Brechtiana

- Eugen Berthold Friedrich Brecht (1898 —1956) foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia o Berliner Ensemble realizadas em Paris durante os anos 1954 e 1955. Ao final dos anos 1920 Brecht torna-se marxista, vivendo o intenso período das mobilizações da República de Weimar, desenvolvendo o seu teatro épico (importância da encenação, de cada palavra encontrar o seu gesto).

- No gueto Bed Stuy passa-se a história de Faça a coisa certa, conduzida por Mookie, que é Spike Lee. Ele vai mostrando as interações que ocorrem entre negros, hispânicos, coreanos, italianos residentes do gueto que tem duas esquinas e uma rua.

- Lee retrata a experiência urbana dos negros a partir de uma perspectiva negra e duas diferenças culturais frente a uma cultura branca predominante.

- Assim como Bertold Brecht, Lee faz um cinema que dramatiza a necessidade de realizar escolhas morais e políticas. Ambos produzem um tipo de “drama épico” que mostra personagens sociais típicas, comportamento social e associal e transmite mensagens didáticas para os expectadores. Principalmente os três filósofos de esquina e o DJ Mister Senor Love Daddy, que fala o tempo todo como fazer a coisa certa e que a comunidade do gueto deve despertar e amar-se uns aos outros.

- Mas o que é a coisa certa do ponto de vista moral e político dos grupos oprimidos?

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- Que outras obras promoveram a mudança da percepção da vida a ponto de promover uma transformação social?

- Ou seja, pode-se ver o filme como uma demonstração de que, politicamente, não há coisa certa que fazer a situação de pobreza desesperada do gueto, de racismo virulento e de ausência de oposições e movimentos políticos viáveis.

- Essa interpretação niilista pós-moderna mostra que o

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