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Úlcera Por Pressão

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Por:   •  11/2/2015  •  2.224 Palavras (9 Páginas)  •  395 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

As úlceras por pressão (UP) são definidas como lesões de pele, tecidos subjacentes ou ambos, decorrentes de pressão extrínseca aplicada sobre superfície corpórea e que apresentam etiologia multicausal. Imobilidade, desnutrição, hipoxemia, patologias neurológicas, distúrbios eletrolíticos, alterações circulatórias e cutâneas, e as forças de cisalhamento são algumas das principais causas que contribuem para o seu surgimento. Destacam-se o diabetes e o fumo como fatores complicadores do processo de tratamento da UP (LISBOA, 2012).

Segundo o Ministério da Saúde – MS (2010), os locais mais comuns onde se formam a UP são: região final da coluna (sacral), calcanhares, quadril, tornozelos, entre outros, ou seja, locais de proeminências ósseas estão mais susceptíveis ao surgimento de UP.

Os idosos apresentam o maior risco para o desenvolvimento de UP devido à associação entre instabilidades fisiológicas e a mobilidade prejudicada (SCHWANKE, 2010).

A importância da alimentação ou nutrição de pessoas idosas vem sendo evidenciadas nos últimos anos, em consequência do aumento da expectativa de vida para essa faixa etária. Neste grupo geralmente é encontrada prevalência aumentada de múltiplas enfermidades crônicas associadas. O desenvolvimento de tais enfermidades, ligadas às mudanças sociais, psicológicas, fisiológicas e metabólicas, inerentes ao processo de envelhecimento, pode contribuir de forma negativa com o estado nutricional dos idosos (LISBOA, 2010).

3. OBJETIVO

Identificar as produções bibliográficas sobre o assunto da temática contendo definição, causa, prevenção e tratamento nutricional.

4. DESENVOLVIMENTO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define idoso como aquele com 60 anos ou mais nos países em desenvolvimento, aumentando para 65 anos de idade quando se trata de países desenvolvidos (BRASIL, 2003).

As maiorias dos idosos independentes permanecem junto à sua família, e quando a demanda por cuidados é mais intensa, sobrecarrega os familiares e os mesmos algumas vezes são institucionalizados. Parece que a maioria das famílias assiste os idosos pelo maior período de tempo e tão bem quanto possível. Quando ocorre a institucionalização, os familiares alegam ter chegado ao limite de sua capacidade de cuidar de seus parentes (LISBOA, 2010).

Lisboa (2010), realizou um estudo descritivo transversal e correlacional que teve como objetivo analisar os fatores de risco para o desenvolvimento de UP apresentados por idosos institucionalizados. Foi desenvolvido com 97 idosos, com 60 anos e segundo as instituições de longa permanência para idosos (ILPI) foi possível perceber que os mesmos moravam sozinhos e tinham dificuldades para realizar Atividade de Vida Diária (AVD), destacavam-se como sendo o motivo principal de institucionalização.

Segundo Serpa e Santos (2008), o idoso tem alteração da imunidade e maior risco de infecção. Diversas alterações são peculiares a cada órgão. Características pessoais, questões sociais, dificuldades de higienização e alimentação também influenciam no envelhecimento do indivíduo.

A pele do idoso apresenta diversas alterações consequentes do processo do envelhecimento intrínseco (cronossenescência) e extrínsecos (fatores ambientais), entre os fatores ambientais destaca-se a radiação ultravioleta (actinossenescência). Dentre as alterações ocorridas em diversos setores do organismo a pele envelhecida sofre dois tipos de processos involutivos: intrínseca - cronológica (genético) ou patológica (genético ou não) e extrínseca. Portanto, a senescência é consequência fisiológica do tempo de vida. Entretanto, a pseudo-senescência decorre da agressão de fatores ambientais sobre a pele humana durante a sua existência (SANTOS E SOUZA, 2007).

A desnutrição energético-protéica (DEP) grave influencia na resposta imune e inflamatória, e na regeneração tecidual, tornando o paciente mais susceptível ao desenvolvimento de UP. Um exemplo é a hipoalbuminemia como um importante marcador de DEP e hipercatabolismo. O peso corpóreo é um indicador de estado nutricional que tem sido apontado como fator de risco para o surgimento e gravidade de UP. Por reduzir a camada de gordura espessa e a proteção contra a pressão, o emagrecimento também é considerado um fator de risco para UP. A escala de Braden (em anexo) e o índice de massa corporal (IMC) são ferramentas que quando têm resultados <13 e baixo peso, respectivamente, é necessário maior atenção na ação preventiva e no tratamento de UP. A anemia reduz a oxigenação dos fibroblastos e consequente formação de colágeno, o que aumenta a vulnerabilidade do tecido para o desenvolvimento de lesões teciduais. O estado nutricional é a principal variável de risco para o aparecimento, desenvolvimento e cicatrização de UP (SERPA E SANTOS, 2008).

As UPs, antigamente chamadas de escaras, são lesões causadas pela pressão contínua que prejudica o fluxo sanguíneo capilar para a pele e tecidos adjacentes. Vários fatores contribuem para a formação de úlceras por pressão, porém o principal é a mobilidade prejudicada. Adultos idosos com problemas neurológicos, aqueles profundamente sedados e os com demência geralmente estão impossibilitados de mudar de posição para aliviar a pressão. Paralisia, perda sensorial e rigidez são fatores que contribuem para o problema (ESCOTT-STUMP e MAHAN, 2010).

Segundo The National Pressure Ulcer Advisory Panel (2007) as UPs podem ser classificadas em quatro estágios. No estágio I é caracterizado por pele intacta de uma área localizada que não embranquece, geralmente sobre uma proeminência óssea. A área pode apresentar-se endurecida, dolorida, amolecida com temperatura mais fria ou mais quente comparada ao tecido adjacente. Pessoas com tonalidades de pele escura podem ser difíceis de detectar lesões em estágio I.

No estágio II há a perda parcial da espessura dérmica, caracterizando-se por úlcera superficial, com leito de coloração vermelho-pálida, de cavidade rasa, sem esfacelo. Pode apresentar-se ainda com uma bolha de exsudato seroso, aberta (rompida) ou intacta. Apresenta-se como uma úlcera brilhante ou seca e superficial com esfacelo arroxeado ou sem esfacelo. O arroxeamento indica suspeita de lesão tissular profunda (THE NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL, 2007).

No estágio III há perda de espessura tissular total. A gordura subcutânea pode estar visível, porém sem exposição óssea, muscular ou de tendão. A

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