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BILIRRUBINA: Origem, diferenciação e associação com patologias

Por:   •  6/7/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.655 Palavras (7 Páginas)  •  525 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE FARMÁCIA

ANELISE CAROLINE DA SILVA

LARISSA LEITE

BILIRRUBINA: Origem, diferenciação e associação com patologias

Itajaí (SC)

2017


ANELISE CAROLINE DA SILVA

LARISSA LEITE

BILIRRUBINA: Origem, diferenciação e associação com patologias

Trabalho apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina de Bioquímica e Biologia Molecular, Curso de Farmácia, Universidade do Vale do Itajaí.

Professor: Prof. Diogo Adolfo dos Santos

                 

Itajaí (SC)

Junho de 2017


1 BILIRRUBINA

A bilirrubina é um pigmento insolúvel em água, de coloração amarela, e resultante da degradação da hemoglobina (BRITO, et al., 2014).

1.1 Origem

As hemácias, após uma vida média de 120 dias, são destruídas nas células do sistema retículo-endotelial (SRE). A ruptura das hemácias libera a hemoglobina, que é fagocitada de imediato pelos macrófagos em muitas partes do organismo, especialmente pelas células de Kupffer, no fígado, e pelos macrófagos no baço e na medula óssea. Essa ruptura pode ser, por exemplo, durante a passagem da hemácia em lugares estreitos (BRITO, et al., 2014; FOJIMURA, 1965; LAUS FILHO, 1947; MARTELLI, 2012).

A hemoglobina se decompõe em seus três constituintes: globina, que segue o metabolismo geral das proteínas; ferro, que é reaproveitado para formar novos compostos e protoporfirina (grupo hemo). O grupo hemo é oxidado ao pigmento verde biliverdina pela enzima hemo oxigenasse. A bilirrubina é o produto da redução da biliverdina pela enzima biliverdina redutase, sendo chamada de bilirrubina livre que vai sendo gradualmente liberada dos macrófagos para o plasma (LAUS FILHO, 1947; FOJIMURA, 1965).

A bilirrubina livre é liberada no sangue e se associa à proteína plasmática, predominantemente a albumina, para ser transportada para o fígado, pois, é insolúvel. A bilirrubina ligada às proteínas plasmáticas é denominada “livre”, a fim de distinguir-se da forma conjugada (BRITO, et al., 2014; FOJIMURA, 1965; LAUS FILHO, 1947; MARTELLI, 2012).

A bilirrubina livre, quando chega ao fígado, é recolhida pelos hepatócitos (é endocitada) por meio de sistemas proteicos, transportadores de membrana (proteínas X e Y), num processo chamado captação, sendo liberada da albumina. Após, sua liberação ela é conjugada por ação de enzimas microssomais (UDP glicuroniltransferase) do retículo endoplasmático liso com uma ou duas moléculas de ácido glicurônico, que a transforma em um composto mais polar e hidrossolúvel, sendo conhecida como “bilirrubina conjugada”, tornando-se excretável pela bile. A conjugação da bilirrubina ocorre majoritariamente no fígado, sendo também observada nas células dos túbulos renais e nos enterócitos (BRITO, et al., 2014; FOJIMURA, 1965; LAUS FILHO, 1947; MARTELLI, 2012).

A maior parte da bilirrubina conjugada é jogada no canalículo biliar, onde segue junto com a bile para o trato digestivo (é excretada através do polo biliar dos hepatócitos que está em íntimo contato com os canalículos biliares e daí para os intestinos), enquanto que uma pequena parte é liberada na corrente sanguínea. Parte dessa bilirrubina liberada nos hepatócitos pode-se ligar a uma proteína citoplasmática denominada ligandina, etapa posterior à sua conjugação, que impede o efluxo dessa substância do hepatócito para o plasma (BRITO, et al., 2014; FOJIMURA, 1965; LAUS FILHO, 1947; MARTELLI, 2012).

A bilirrubina conjugada é transportada como complexo lipídico-micelar até o duodeno através do ducto biliar principal. No intestino, sofre a ação redutora da flora intestinal, sendo desconjugada e reduzida no cólon por ação das glicuronidases bacterianas, formando os urobilinogênios (FOJIMURA, 1965; LAUS FILHO, 1947; MARTELLI, 2012).

Os urubilinogênios são excretados nas fezes, em sua maioria, e pequena parte é reabsorvida através da mucosa intestinal e volta ao fígado pelo sistema porta, constituindo o ciclo entero-hepático da bilirrubina. Cerca de 5% são excretados na urina pelos rins (FOJIMURA, 1965; MARTELLI, 2012).

  1. Tipos de bilirrubina

Como já mencionado, existem dois tipos de bilirrubinas: a bilirrubina não-conjugada ou indireta e a bilirrubina conjugada ou direta (ou livre). A bilirrubina indireta é formada a partir da hemoglobina, e esta é a bilirrubina transportada na corrente sanguínea para o fígado sendo insolúvel em água, por isso, é de difícil excreção. Na bilirrubina direta, o pigmento resultante é hidrossolúvel e polar o suficiente para ser excretado na bile pelo fígado, filtrado através dos rins para a urina, ou transformado em urobilinogênio e excretado nas fezes pelo intestino. Já a bilirrubina que foi conjugada com ácido glicurônico, sofre uma modificação e assim é excretada pelas células hepáticas (ALVEZ; SANTOS; CARDOSO, 2008).

Existe um terceiro tipo de bilirrubina, chamada de bilirrubina delta. A bilirrubina delta é uma fração da bilirrubina total ligada fortemente à albumina por ligação covalente. Esta, também é conjugada com ácido glicurônico, porém, na corrente sanguínea liga-se fortemente à albumina, não sendo, portanto, excretada por via renal (MELLO, 2008).

  1.  Associação com patologias hepatobiliares e genéticas

Tanto a bilirrubina livre no plasma, quanto a bilirrubina conjugada, podem se acumular continuamente em situações patológicas e, ao se depositarem nos tecidos os coram de amarelo pálido, característica típica da icterícia. Duas situações específicas causam a icterícia: excesso de destruição dos eritrócitos nos casos de anemias hemolíticas adquiridas e hereditárias; e destruição do parênquima hepático, como a que ocorre nas hepatites, obstrução biliar e colestases. Nas anemias hemolíticas destaca-se a elevação da bilirrubina indireta, enquanto que nas hepatopatias, obstrução biliar e colestases a elevação é constantemente da bilirrubina conjugada ou direta, associada ou não à elevação da bilirrubina indireta (BRITTO, 2014; NAOUM, 2007).

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