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A Educação Para Saúde

Por:   •  27/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  5.234 Palavras (21 Páginas)  •  307 Visualizações

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Educação Para Saúde: Proposta de estratégias de ensino da educação para saúde no currículo da Educação Física Escolar: do Ensino Fundamental ao Ensino Médio.

  1. INTRODUÇÃO

As discussões sobre Educação para Saúde são abordadas desde as décadas finais do século XX. Na Conferência Internacional sobre Exercício, Aptidão e Saúde (Canadá, 1988), patrocinada pela OMS e UNESCO, com finalidade de definir saúde como condição humana física, social e psicológica, debates acirrados entre as nações em busca de um ideário para promoção da saúde à ser implantado nos países emergentes, sendo que nos países desenvolvidos já era realidade bem antes da Segunda Guerra Mundial. Nesta mesma época (década de 70 e 80), vários autores no Brasil já discutiam Educação para Saúde na perspectiva de entendimento da doenças como indicadores do desequilíbrio na relação homem/meio ambiente, em que o próprio homem diante de suas ações representadas pelos hábitos alimentares, opções de lazer, exposições às agressões ambientais, estado de estresse, atividade física etc., caracterizando dubiamente o conceito de saúde em positivo e negativo. Saúde positiva associada à capacidade de resistir aos desafios do cotidiano, não somente como ausência de doença; saúde negativa associada à morbidez, à mortalidade em consequência das doenças hipocinéticas (FERREIRA, 2001; PRECIOSO, 2004).

Por uma questão conceitual, é necessário discernir o que é a Promoção de Saúde da Educação Para Saúde, mas antes disso, vale definir brevemente o conceito da Saúde em si, sendo mencionado por Sagre e Ferraz (1997): “A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social”, essa colocação da OMS, segundo os autores citados, se coloca em posição um tanto utópica e difícil de ser atingida, contudo essa é uma questão a ser discutida em outro momento.

Segundo Green e Kreuter (1991) apud Candeiras (1997), a Promoção à Saúde é definida como “uma combinação de apoios educacionais e ambientais que visam a atingir ações e condições de vida conducentes à saúde”, isso quer dizer que para a promoção deve haver uma compreensão de diferentes determinantes de saúde e estilo de vida com múltiplas intervenções e/ou fontes de apoio vinculadas à educação para saúde (que definiremos a seguir) e também à circunstâncias sociais, políticas, econômicas, organizacionais e reguladoras, relacionadas ao comportamento humano, assim como a todas as políticas de ação mais diretamente relacionadas à saúde. A Educação para Saúde se configura em quaisquer combinações de experiências de aprendizagem delineadas com vistas a facilitar ações voluntárias conducentes à saúde, ou seja, o quanto um combinado de situações onde envolvam ensinamentos e aprendizagem em saúde tornam o indivíduo capaz de promover ações a si mesmo por uma atitudes consciente buscando seu próprio bem estar voltado à saúde em seu biopsicossocial.

  1. EDUCAÇÃO PARA SAÚDE E EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Para intervenções práticas em Educação para Saúde na Educação Física Escolar, deve-se levar em consideração uma indagação: nas aulas práticas de Educação Física Escolar pretende-se praticar exercícios para tornar os alunos saudáveis ou pretende-se promover educação para saúde? Essa interessante questão nos coloca a pensar sobre como abordar da melhor forma possível os aspectos práticos da Educação para Saúde, pois se considerarmos que nas aulas o principal objetivo seria o treino para a aptidão física, isso se torna inviável pois, em aspectos fisiológicos e funcionais, o pouco tempo dedicado à prática de exercícios físicos durante as aulas não implica em efeitos de grande significância nos corpos dos alunos, já que boa parte da aula está destinada à organização ou ao tempo de espera em que o aluno se coloca para participação na atividade, principalmente em esportes coletivos (GUEDES E GUEDES, 1997). Sendo assim, o objetivo deste trabalho é propor estratégias práticas e teóricas que possam auxiliar o ensino da Educação Física na escola a partir da Educação Para saúde, e que estas possam contribuir significantemente para a formação do aluno.

  1. PROPOSTAS PARA O CÚRRICULO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Justificativas

  1.  ENSINO FUNDAMENTAL I

Breve introdução sobre as características dos alunos do Fund. I.

Estratégias teóricas:

Estratégias práticas:

Estratégias teórico/práticas:

  1. ENSINO FUNDAMENTAL II

Breve introdução sobre as características dos alunos do Fund. II.

  1. Estratégias teóricas:

No campo teórico da Educação Física Escolar, encontram-se diversos conteúdos que são de suma importância para compreensão da disciplina, no tocante à Educação para Saúde é possível abordar, dentro do Ensino Fundamental II (FII), assuntos que exijam um aprofundamento maior em relação ao ciclo anterior. Dentre as estratégias possíveis, propõe-se aulas com a exploração dos aspectos da saúde em seu contexto geral e posteriormente um maior aprofundamento dentro da Educação Física. Abaixo seguem destacadas algumas propostas de estratégias que podem ser utilizadas:

  • Para conceituação geral dos aspectos da Saúde, pode-se através de aulas expositivas com utilização de slides, cartazes e textos, desenvolver os conceitos mais claros sobre a Saúde, enxergando-a como um todo, em sua dimensão Biopsicossocial. Esta proposta sempre poderá ser utilizada para introduzir os alunos aos conteúdos bimestrais, trimestrais e etc.
  • Para desenvolvimento dos conceitos voltados às estruturas e o funcionamento do corpo humano, seria interessante, durante as primeiras aulas, a utilização de materiais ilustrativos didáticos e de fácil aquisição para os alunos. Pode-se também solicitar pesquisas para determinação de conceitos sobre a Anatomia, Fisiologia, Bioquímica e etc.
  • Estratégias mais específicas para a Anatomia: é possível aqui discutir os componentes corporais, suas estruturas e suas curiosidades. Por exemplo como a quantidade de ossos no corpo humano é variável devido à maturação óssea, a etimologia dos nomes atribuídos às estruturas como, por exemplo, o nome dado à artéria aorta, ou ao músculo esternocleidomastódeo, ou às costelas falsas, verdadeiras e flutuantes;
  • Estratégias mais específicas para a Fisiologia: Aqui é interessante discutir como funcionam a pressão arterial, através da apresentação dos instrumentos mais comuns utilizados em hospitais e postos de saúde, pode-se até trazer para sala de aula para maior contato dos alunos com o material. Pode-se abordar conceitos da Fisiologia do Exercício com ênfase nas alterações causadas por conta do treinamento de força, treinamento aeróbio, como o aumento da frequência cardíaca durante a prática de atividade física, ou até mesmo o funcionamento e protagonizarão do sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático) e seus efeitos durante o exercício.
  • Estratégias específicas para a Bioquímica: nesta área do conhecimento o professor pode expor aos alunos através de vídeos e/ou slides os compostos químicos que contribuem para o funcionamento do corpo, tendo com os mais interessantes os macronutrientes (gorduras, carboidratos e proteínas). Uma proposta interessante seria solicitar aos alunos que em grupos construam maquetes com as estruturas moleculares de cada macronutriente, essa atividade pode ser desenvolvida em parceria com os professores das disciplinas de Artes e Química. Ainda neste contexto não se pode deixar de desenvolver aulas sobre o ATP e sua importância para o funcionamento do corpo, para tanto, poder-se-ia propor uma apresentação teatral sobre o funcionamento do ATP no organismo durante o exercício.
  • Em uma educação volta à saúde não se pode, de forma alguma, omitir os conceitos e conteúdos adquiridos a partir dos estudos da Epidemiologia, assim, desde as séries iniciais do FII, é importante propor nas aulas os principais conceitos dessa área do conhecimento. Propõe-se discussões e debates sobre as enfermidades que mais atingem a população, além disso, pode-se propor também pesquisas sobre as causas e sintomas das principais doenças.
  • Em um aprofundamento maior, é de suma importância expor aos alunos como a atividade física pode ser importante na prevenção e combate de diversas doenças e comorbidades. Nesse sentido, seria interessante pedir aos alunos que construam peças teatrais sobre o sedentarismo, as doenças a ele acopladas, os prejuízos para o indivíduo e como a falta da prática de atividade física pode trazer grandes problemas para a saúde das pessoas. Pode-se também propor entrevistas aos membros das famílias dos alunos sobre histórico de doenças na família e/ou se eles reconhecem como a atividade física é importante para a saúde.
  • Nesse sentido, pode-se considerar a construção de uma cartilha ou livreto com contribuições das pesquisas dos alunos para fim de uma condensação dos esforços de cada um. Para propiciar uma construção com informações de maior confiabilidade, o professor pode ensinar aos alunos como pesquisar em fontes mais seguras, como sites do governo, sites acadêmicos, livros atuais e em materiais fornecidos por programas de saúde como o PSF, SUS e entre outros.
  • Abrangendo também o contexto cultural da saúde, é necessário proporcionar aos alunos uma reflexão sobre as políticas públicas voltadas à saúde e às condições de convívio social em que eles estão inseridos, discussões sobre o acesso ao serviço médico público e espaços para a prática de atividades físicas, por exemplo, se configuram em grande valia. Indo além é interessante propor, a exibição de filmes que tratam das condições de vida de diversas comunidades brasileiras tanto atuais quanto ao longo da história, nesse espaço pode-se propor parcerias para com os professores de história, biologia e geografia.

As estratégias teóricas e seus conteúdos devem servir de referencial para que se possa desenvolver com uma maior possibilidade de sucesso, os conteúdos necessários para uma educação voltada à saúde na escola. Contudo, é importante ressaltar que estas propostas se configuram em uma fonte de consulta e orientação para o desenvolvimento dos planos de ensino e planos de aula, assim, deve ser adequados a linguagens mais didáticas para cada respectiva faixa estaria trabalhada, que no FII varia entre nove e treze anos.

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