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Educação física 1930

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Por:   •  5/10/2013  •  Tese  •  4.364 Palavras (18 Páginas)  •  330 Visualizações

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Educação física 1930

• 1. A EDUCAÇÃO FÍSICA FACE AO PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DO BRASIL (1900-1930): AS HISTÓRIAS QUE SE CONTAM LUCIANA MARCASSA*RESUMO: Ao realizar uma breve discussão sobre a historiografia da Educação Física,pretendo apresentar os referenciais que lhe deram suporte, bem como os avanços,limites e contradições inerentes aos estudos. Dessa maneira, desejo apreender ossentidos e significados da produção de conhecimento em História da Educação Físi-ca e estimular outras pesquisas para que se empenhem no trabalho de reescrevercontinuamente a história.PALAVRAS-CHAVE: História e historiografia da Educação Física. Educação Física no Brasil não pode ser entendida senão por meioA de sua história, através dos incessantes movimentos de transformaçãono contexto social, político, econômico e cultural em que se desenvolvea própria sociedade brasileira. É através da história que o ser humanoconstrói cultura e torna significativa sua existência coletiva material esubjetiva. E como a história se faz pela constante ação dos homens, elaestabelece conexões entre o passado e o presente. Assim, ainda que opresente não seja um reflexo mecânico dos acontecimentos passados, oestudo da história permite apreendê-lo melhor no sentido de construirum futuro diferenciado. Nessa perspectiva, a História1 se configura nãosó como disciplina que propicia a reflexão e compreensão do própriopassado, mas também a intervenção na realidade atual. Buscar a verdade histórica e objetiva é como tentar montar umquebra-cabeça sem nunca poder completá-lo. Porém, quanto mais peças,ainda que sejam totalmente diferentes umas das outras, mais elementosteremos para interpretar o passado e intervir no presente. E por isso* Licenciada em Educação Física pela Unicamp, mestranda em Educação pela UFG. Professora da Faculdade de Educaçãso Física da UFG e sócia pesquisadora do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte - CBCE.82 Marcassa, L. – A Educação Física em face do projeto de modernização ...

• 2. mesmo, longe de compactuar com a idéia de uma verdade absoluta,pronta e acabada, acredito que devemos revisitar insistentemente a história,fazendo emergir uma segunda versão dos fatos. Mas também precisamosbuscar cada vez mais o desconhecido, dar sentido ao que não foi visto,ao que passou desapercebido, porque o passado é sempre uma obrainacabada. Muitas têm sido as histórias que nos contam, cada uma delas apartir de uma chave interpretativa do passado, de um ponto de partidaespecífico. Certa de que tais análises não falam de fatos e verdadesabsolutos e cristalizados, vejo que acabam por deixar certa conexão vivacom o presente, ou mesmo sugestiva, remanescente, capaz de provocarnovas inquietações para um novo retorno ao passado. E como o conheci-mento histórico é um processo infinito que depende, em grande parte,do papel ativo do sujeito que conhece, o trabalho do historiador deve sercontinuamente recomeçado. Portanto, a discussão que pretendo com este texto, longe de seruma exposição mais detalhada acerca da historiografia da EducaçãoFísica, busca mais estimular outros estudos que se empenhem naconstrução de outras versões históricas, neste caso, a respeito da EducaçãoFísica e do conjunto das práticas sociais que a ela se articulam. Mas,especialmente, desejo estimular um olhar e um diálogo diferenciado como tempo/espaço que ocuparam as práticas corporais no projeto demodernização do Brasil no início do século XX, a partir dos impasseshistóricos da cultura e tendo como referência novas fontes e elementosde apoio para a interpretação dessa história. A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO DO SÉC. XX Segundo as histórias que se contam, o início de século XX noBrasil, sobretudo as três primeiras décadas, aparece como um períodode profundas transformações sociais, em que os interesses daindustrialização se chocam com as reivindicações do operariado crescente,criando um cenário em que se articulam contraditoriamente modernidadee degradação. A existência, ainda marcante, dos grandes latifúndios de cunhocomercial exportador2 gerava conflitos com o mercado interno, preocupadoem absorver a enorme massa imigrante, trabalhadora e consumidora quePensar a Prática 3: 82-95, Jul./Jun. 1999-2000 83

• 3. se afirmava no país. Por outro lado, enquanto a concentração de riquezasimpulsionava o desenvolvimento urbano, este não era acompanhado dosserviços mais elementares das cidades, como a limpeza das ruas e osserviços sanitários. Tratava-se, então, de modernizar, moralizar e higienizara nação brasileira. Diante dessa demanda, prometendo solucionar osproblemas reincidentes, a escola surge como um espaço dedesenvolvimento moral e higiênico da população urbana.3 Revisitando a história da Educação, podemos perceber que a práticapedagógica neste período constitui-se como o mais decisivo instrumentode aceleração do projeto de modernização do Brasil. A partir do inusitadoentusiasmo pela escolarização e do marcante otimismo pedagógico,encontrava-se a resposta mais elaborada com que se procurava responderaos desafios postos pelas transformações sociais. Segundo Jorge Nagle (1974), no discurso do entusiasmo pelaescolarização existia a crença de que, pela multiplicação das instituiçõesescolares e pela disseminação da educação primária, seria possívelincorporar grandes camadas da população na senda do progresso nacional,colocando o Brasil no caminho das grandes nações do mundo. A partirdessa concepção, diversos itens sobre escolarização foram incorporadosaos programas das organizações partidárias, dentre as quais se destacavaa Liga Nacionalista de São Paulo, que buscava associar as propostaseducacionais às exigências políticas. Já no debate do otimismo pedagógico existia a crença de quedeterminadas alterações no interior da escola, somadas às formulaçõesdoutrinárias sobre escolarização, indicassem a verdadeira formação donovo homem brasileiro. Como representante dessa corrente destaca-se omovimento pela Escola Nova, que buscava realçar a importância davalorização do homem pela Educação e, com esse propósito, difundir ainstrução primária visando a atender às questões da Educação no país. Nesse quadro, enquanto o discurso em defesa da escola orienta oconjunto das Reformas Constitucionais, através da influência depedagogos e estadistas como Rui Barbosa,4 a escola assume a função deregular, vigiar, instruir, higienizar e formar o novo homem brasileiro,com o objetivo de “em nome da saúde, manter a ordem, ampliando parao conjunto da população a determinação de normas para conseguir umavida saudável, e o pleno funcionamento da sociedade” (Soares, 1994,p.17).84 Marcassa, L. – A Educação Física em face do projeto de modernização ...

• 4. Colada

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