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Futebol brasileiro: origens e cultura

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Por:   •  24/8/2014  •  Resenha  •  1.758 Palavras (8 Páginas)  •  420 Visualizações

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Futebol brasileiro: origens e cultura

O futebol tem sua história atrelada à construção da identidade do povo brasileiro. Todos se unem por um mesmo objetivo quando se trata de torcer pela seleção brasileira. Em nenhum outro momento se percebe tamanho patriotismo e coesão como no momento em que a nossa seleção de futebol entra em campo.

De onde vem tanto fascínio e tanta paixão do brasileiro pelo futebol? Como esse esporte afeta a nossa vida e o nosso cotidiano?

Para responder a essas questões, vamos percorrer um caminho, desde a chegada do futebol ao Brasil, procurando entender como esse esporte se firmou como um patrimônio cultural brasileiro.

O contexto da chegada do futebol no Brasil

O futebol chega ao Brasil no final do século XIX e início do século XX. Os contornos do contexto social brasileiro dessa época podem ser delineados tomando como referência algumas características, como, por exemplo:

A sociedade está se urbanizando e o poder político nacional se concentra de forma mais intensa nas mãos da elite de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, representada pelos grandes empresários da agricultura, da indústria, do comércio e do sistema financeiro.

Em 1889, o Rio de Janeiro era o maior centro manufatureiro do país, sendo responsável por 57% do capital industrial brasileiro. Já na década de 1920, São Paulo se consolidou como o Estado mais forte, dominando a política econômica do Brasil graças ao acúmulo de capitais e ao grande enriquecimento dos cafeicultores. A construção de ferrovias facilitou a distribuição de produtos e, também, a crescente presença de trabalhadores imigrantes, acostumados com o trabalho nas fábricas. Neste contexto, os estrangeiros se tornaram mão de obra especializada e, em alguns casos, os donos das empresas.

Há o encontro de culturas diferentes. O fim do trabalho escravo favorece o aumento da imigração e uma série de mudanças que acarretam a ampliação de ações no sentido de redirecionamento ao estilo europeu de vida. A elite brasileira se associa aos imigrantes em decorrência da diversificação dos seus Negócios ,que não se limitavam ao cultivo do café, investindo também em casas comerciais,bancos e indústrias.

Um dos marcos da chegada do futebol ao Brasil, mais especificamente em São Paulo, ocorre em 1894, quando Charles Miller, um estudante, filho de ingleses radicados em São Paulo, chegou de seus estudos na Inglaterra trazendo na bagagem duas bolas de futebol, um livro de regras e uniformes, além dos conhecimentos sobre o jogo aprendido na Banister Court School. Ele foi o divulgador do futebol no Estado de São Paulo, assim como dos costumes relativos à sua prática.

A sala “Origens” do Museu do Futebol narra, através de imagens, uma história que começou no final do século XIX. Em 1900, Oscar Cox, também estudante e praticante de futebol na Europa, vindo da Suíça, incentivou a prática do esporte no Rio de Janeiro. Os primeiros treinamentos de futebol foram realizados nos clubes do Payssandu, Rio Cricket e Rio Team, porém, sem nenhuma atração, já que nesses clubes o forte estava na prática de outros esportes como a ginástica, o remo e o boliche.

Charles Miller foi o responsável pela organização das primeiras partidas de futebol no Brasil. Elas ocorriam na chácara de propriedade de uma família de ingleses que viviam na capital paulista. Os primeiros clubes de futebol no Brasil eram de colônias de imigrantes, sendo a colônia inglesa a responsável pela realização dos primeiros jogos.

O futebol: esporte da elite ou da massa?

Assim como acontecia na Inglaterra, local onde se originou o futebol moderno, os primeiros praticantes do esporte no Brasil também pertenciam às elites.

Assim, os jogadores se reuniam nos clubes e organizavam a prática do futebol. Podem-se observar exemplos dessas formas de organização em alguns Estados.

Em São Paulo, o Club Atlético Paulistano, fundado em 1900, reunia a elite da capital paulista.

Participou do primeiro campeonato estadual em 1902 e em 1930 teve sua última participação no evento. O São Paulo Futebol Clube tem sua origem ligada ao Paulistano, pois os dirigentes que saíram depois do fechamento do departamento de futebol fundaram um clube chamado São Paulo da Floresta, que cinco anos mais tarde se tornaria o São Paulo Futebol Clube.

Na Bahia, o Sport Club Baiano, fundado em 1903, era frequentado pela alta sociedade baiana, sendo permitida somente a brancos a entrada na piscina, no restaurante e no campo de futebol.

No Rio de Janeiro, o Fluminense Futebol Clube também recebia a elite, tanto dentro como fora de campo. Os mais pobres simpatizantes do time só podiam assistir aos jogos da geral, lugar em que se ficava em pé ao nível do campo, sem poder ver todas as jogadas. As arquibancadas eram reservadas para os mais abastados.

Os praticantes de futebol, que inicialmente se restringiam às elites, começam a mudar de perfil quando surgem os clubes de fábricas e de operários, impulsionados pela produção econômica de estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que juntos eram responsáveis por 63% da economia do Brasil na década de 1920.

Na primeira metade do século passado, os brasileiros começaram a identificar ídolos

nacionais. Além de poetas, pintores e músicos, os jogadores de futebol também entraram nesse rol.

Os primeiros clubes de fábrica e de operários tinham a presença e grande influência dos trabalhadores imigrantes, que, além das habilidades necessárias para o trabalho nas indústrias, dominavam também as habilidades necessárias para o futebol, pois já praticavam o esporte em seus países de origem.

Entre os clubes de fábrica destaca-se no Rio de Janeiro o The Bangu Athletic Club, escrito dessa forma por ter entre os seus fundadores mais ingleses do que brasileiros. Em São Paulo, ganha destaque o Esporte Clube Juventus, constituído por operários da tecelagem Crespi, localizada na Mooca, tradicional bairro de imigrantes italianos. Em Porto Alegre, por iniciativa de estudantes e trabalhadores, surgiu em 1909 o Sport Club Internacional como forma de oposição aos dois outros clubes já existentes: o Grêmio Porto-Alegrense, da elite, e o Fussball Porto Alegre, exclusivo de alemães e seus descendentes.

Outro fator que contribuiu para que o futebol se disseminasse ainda com mais intensidade como um esporte popular foi a inclusão gradativa dos negros nas equipes. O campeonato carioca de 1923, vencido pelo Vasco da Gama com um time composto de negros, mulatos e

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