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PREV-QUEDAS: ATIVIDADE FÍSICA E SOCIALIZAÇÃO

Por:   •  8/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.264 Palavras (14 Páginas)  •  364 Visualizações

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PREV-QUEDAS: ATIVIDADE FÍSICA E SOCIALIZAÇÃO

Karla Herdy Mackenzie[1]; Juliana Pelluso[2]; Fernanda Medeiros[3]; Clarisse Gomes[4]; Edmundo de Drummond Alves Junior[5]

 Universidade Federal Fluminense

karlaherdy@hotmail.com

Com o envelhecimento populacional, torna-se cada vez mais necessário investir em medidas de promoção da saúde, socialização, interação e lazer para as pessoas idosas, que com o passar dos anos, especialmente com a chegada da aposentadoria, tendem a se afastar do convívio social e têm o seu papel ressignificado. Pensando nisso, o Programa Prev-Quedas, da Universidade Federal Fluminense, tem como intuito previnir os acidentes causados por quedas,  já que estas são consideradas um problema de saúde pública que cresce a cada ano no Brasil, através de ações que preconizem as medidas acima citadas. O presente estudo é caraceterizado por um relato de experiência, de algumas das professoras de Educação Física que atuam nas diferentes oficinas do programa, no período de 2015 e 2016. O Prev-Quedas encontra-se atualmente vinculado ao programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Hospital Universitário Antônio Pedro, contando com uma equipe composta por professores de educação física, nutricionista, enfermeiros e farmacêutica.  Além desses profissionais, bolsistas graduandos de nutrição, serviço social e educação física também compõem a equipe. Por fim, entendemos que o Prev-Quedas auxilia na melhora da qualidade de vida e integração dos idosos participantes do programa, além de criarem vínculos afetivos extremamente fortes tanto com os colegas quanto com os professores.

Palavras-chave: Acidentes por quedas, promoção da saúde, equipe multiprofissional, qualidade de vida.


INTRODUÇÃO

O Brasil é um país que envelhece. Esta afirmação, sendo feita de diversas formas, já é uma realidade. Isto ocorre em parte pela melhoria das condições sanitárias, do avanço do setor da saúde, possibilitando a erradicação de algumas doenças e o controle de epidemias, além de mudanças nos hábitos alimentares, de higiene pessoal e o incentivo à prática de atividades físicas. Porém, em evidência, tem-se que o principal fator que contribui para as mudanças que têm ocorrido nos padrões demográficos está associado à melhora do controle de natalidade e diminuição das taxas de mortalidade.

 Dados do último senso revelam que a população brasileira de idosos cresce cada vez mais ao ponto da pirâmide etária começar a sofrer mudanças drásticas. Segundo Alves Junior (2008), as projeções para o ano de 2050 preveem que neste ano, mais de 30% da população brasileira terá sessenta anos ou mais. O envelhecimento de uma sociedade vem sendo apontado como capaz de influenciar mutuamente a política, a economia e as relações entre as gerações (DANTAS, 2008). A partir disso torna-se cada vez mais necessário pensar programas e estratégias para atender a demanda desses idosos. Pensando nisso, o Programa Prev-Quedas, vem há mais de 15 anos trabalhando com a atividade física, objetivando a diminuição do número de quedas e a melhora da qualidade de vida de idosos residentes no município de Niterói e arredores.

METODOLOGIA

Este trabalho caracteriza-se como um relato de experiência de quatro professoras de Educação Física. Profissionais estas, vinculadas ao programa de Residência Multiprofissional em Saúde (RMS) do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) da Universidade Federal Fluminense (UFF) atuantes no programa Prev-Quedas. Vinculado ao Instituto de Educação Física da mesma Universidade, sob a coordenação do professor Dr. Edmundo de Drummond Alves Junior, atende o público adulto e idoso há 15 anos.

Este relato se organizou a partir da observação assistemática das aulas e atividades realizadas no programa no decorrer dos anos de 2015 e 2016. Desenvolvemos o relato a partir de reuniões entre as professoras do programa, nas quais foram debatidas as observações, sendo relacionadas às questões referentes ao processo de envelhecimento saudável, qualidade de vida, lazer, socialização e promoção da saúde.

DISCUSSÃO

O Prev-Quedas, desde sua origem, atende em sua maioria, a adultos e adultos idosos que se caracterizam, principalmente, por pessoas que nunca praticaram regularmente atividade física e outros que a procuraram por recomendação terapêutica (ALVES JUNIOR, 2006). Assim, atualmente é possível perceber que a procura dos indivíduos pelo programa acontece de forma distinta, da qual identificamos duas situações: a) que os idosos, majoritariamente, procuram por questões de lazer e socialização (além dos casos de recomendação médica); b) que os adultos, pela busca da melhoria da saúde por meio da atividade física.

Compreendemos que este cenário se estabelece devido a questões relacionadas às transformações ocorridas no uso do tempo livre de obrigações. Segundo análise de Alves Junior (2011) acerca da teoria psicossocial do desengajamento de Cumming, ocorre a redução inevitável das interações sociais devido ao envelhecimento e o rompimento com os papéis sociais e das funções anteriormente exercidas, consequência da aposentadoria. Dito isto, acreditamos que os participantes do programa Prev-Quedas vivenciam este processo. No contato diário com os idosos, é perceptível como eles consideram importante sua participação, que interpretamos como a substituição de suas atividades “obrigatórias” pelas atividades do projeto. Ou seja, com a aposentadoria e o afastamento dos filhos, os idosos encontram-se, muitas vezes, demasiadamente ociosos e sentindo-se imprestáveis, já que acreditam que não produzem mais - seja com seu trabalho formal ou informal.

Ainda que concordemos com Farinatti (2013) que a teoria Psicossocial do Desengajamento tenha se tornado obsoleta, não sendo mais considerada nas discussões atuais, acreditamos que o que descrevemos acima se caracteriza como um dado empírico em relação ao Prev-Quedas. Para aprofundar esta interpretação, utilizamos a teoria da Seletividade Socioemocinal (TSS) (FARINATTI, 2013 apud CARSTENSEN, 1995). Segundo esta teoria, apesar de ocorrer uma diminuição das relações sociais na velhice, ela não se caracteriza exclusivamente por um processo de deteriorização das funções no idoso, pelo contrário, a seletividade das escolhas das relações feitas a partir de certa idade é o que garante o bem-estar psicológico do velho. A respeito da seletividade na escolha das interações, é observado que a partir do momento em que a pessoa percebe o passar do tempo, ela começa a preferir se relacionar com os sujeitos que lhe tragam maiores benefícios em curto prazo, benefícios esses que, em sua maioria, são afetivos e emocionais. Assim,

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