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A visão do profissional da enfermagem perante a morte

Por:   •  10/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.041 Palavras (13 Páginas)  •  511 Visualizações

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A visão do profissional da enfermagem perante a morte

Resumo

O assunto morte não é muito discutido na enfermagem, não porque não se quer e sim porque para qualquer ser humano é muito difícil aceita-la como um fato natural que faz parte da vida. Por este motivo, o presente trabalho tem como objetivo principal abordar o assunto “morte” do ponto de vista dos profissionais de enfermagem a fim de clarificar assuntos ainda pouco discutidos no meio acadêmico. Para que os resultados fossem alcançados, foi utilizada uma pesquisa descritiva baseada em uma revisão bibliográfica minuciosa a respeito do tema proposto. Foi identificado que o sentimento de morte visto pelos profissionais de enfermagem é um sistema delicado e difícil de conduzir. O que pode até não ser aceito pela consciência do profissional, mas que emerge de sua inconsciência e é evidenciado em seus atos (LIMA, 2004). Por este motivo, os enfermeiros ou médicos desenvolvem a defesa da negação e racionalização, utilizadas para enfrentar o cuidado ao paciente terminal, por meio de um relacionamento frio, roteirizando e regulado, na maioria das vezes. (BELLATO E CARVALHO, 2005).

  1. Introdução

O assunto morte não é muito discutido na enfermagem, não porque não se quer e sim porque para qualquer ser humano é muito difícil aceita-la como um fato natural que faz parte da vida. Entende-se que a morte é um fato biológico e que apresenta vários aspectos sociais, culturais, religiosos, legais, clínicos e éticos, que se interligam com frequência. Se analisado o lado psicológico de cada paciente terminal e cada familiar é possível encontrar vários processos, dentre eles negação, depressão, barganha e aceitação. Entendendo todo esse processo é que se deve dar a cada paciente o tratamento certo para cada situação. Pois todos estes aspectos são importantes, despertando um senso critico na assistência da enfermagem e o processo morte, através de uma revisão da bibliografia do mecanismo de defesa do profissional de enfermagem diante da morte.

Passamos por um processo de aprendizado que nos leva a lidar com a morte de uma maneira menos dolorosa, conseguindo conduzir nossas emoções sem parecermos frios, e nem distantes aquela situação que para muitos parece frieza. Assim temos melhores condições de ajudar pacientes, amigos e familiares quando chega o momento doloroso que é a morte.

A Morte, por ser um assunto pouco discutido na enfermagem, implica assim no despreparo dos profissionais ao vivenciá-la. Os conteúdos que abordam no curriculum de enfermagem falam de questões éticas ou causa mortis, mas ao aprender a morte como fenômeno ao qual se esta exposta diariamente e com o qual saberia saber lidar, não há referencias (Penna, Nova e Barbosa, 1999).

Quando entendemos que o enfermeiro aprende ao lidar com a morte, percebemos que quando se perde pacientes que estão ao nosso cuidado, este aprendizado é solitário, doloroso e sofrido, ocasionando, muitas vezes, uma mecanização no cuidado profissional-paciente. Mas diante disso tudo, não somos insensíveis como profissionais de saúde.

Consequentemente surge a tão falada insensibilidade do profissional de saúde perante a morte do paciente; quanto maior o envolvimento, maior a dor. Por isso, esconder-se atrás de técnica faz com que este profissional consiga se afastar da morte, mas impreterivelmente não resolve seu sentir perante ela (PENNA, NOVA E BARBOSA, 1999).

Partindo desse pressuposto, o presente trabalho tem como objetivo principal abordar o assunto “morte” do ponto de vista dos profissionais de enfermagem a fim de clarificar assuntos ainda pouco discutidos no meio acadêmico.

Para esse fim, o estudo foi dividido em três seções, sendo que esta introdução é a primeira delas. Após é feita uma revisão bibliográfica a respeito do tema proposto. Por fim são apresentadas as principais conclusões e contribuições do trabalho.

  1. Conceituando Morte

Sabemos que a morte é um fato biológico, cujas causas são estudadas por vários teóricos no campo da saúde. Onde são analisados os sentimentos do paciente e da família e se consegue esclarecer que cada um de nós passa por vários estágios, quando nos deparamos com a morte. Este fato é muito importante para nós como profissionais porque podemos identificar cada estágio encontrando em cada paciente e o tratamento certo e formas diferentes de como agir em cada situação.

A morte também apresenta aspectos sociais, culturais, religiosos, legais, psicológicos, clínicos, éticos e de desenvolvimento que, com frequência, estão intimamente interligados (FELDEMAN,RUTH DUSKIN, 2001). Esta não vem de fora, mas se processa dentro da vida com a perda progressiva da força vital. Morremos um pouco, a cada minuto e um dia este processo chegará ao fim (BOFF, 2002).

Kübler-Ross (1994) realizou um trabalho com pacientes terminais, onde analisou os sentimentos do paciente e da família no processo de morte. Ela esclarece que passamos por vários estágios quando nos deparamos com a morte, sendo que a negação é o primeiro estágio. Conhecê-los é muito importante, pois nos ajuda a identificarmos o estágio em que se encontra o visitado, dando o “tratamento” certo em cada situação.

2.1 Fases da Morte (KÜBLER-ROSS, 1994)

A-Negação: (“isso não pode estar acontecendo comigo?”).

É a tentativa de reverter o irreversível. É a tentativa de dizer a si mesmo e ao mundo que nada aconteceu, que tudo não passou de um engano. No início é até natural, mas se não bem trabalhado, cria-se situações em que vemos muitos casos de Pais que mantém o quarto do filho intacto acreditando que ele um dia voltará etc...

B- Raiva: (“porque eu?”).

Passado os primeiros estágios, inicia-se a busca pelos culpados, as maquinações, as acusações, os processos judiciais. É um estágio de constante crise de raiva e indignação.

C- Barganha: por um tempo extra (“se pelo menos eu poder viver até minha filha casar, não vou pedir mais nada”).

Acontece após a pessoa ter deixado de lado a Negação e o Isolamento, “percebendo” que a raiva também não resolveu. A maioria dessas barganhas é feita com Deus e, normalmente, mantidas em segredo.

D- Depressão: Depressão sentimento universal de luto.

Depressão é o sentimento universal do luto. É uma reação legítima da perda. Se bem trabalhada, ela representa um período de recomposição dos pensamentos que abruptamente entraram em desordem. É a tristeza para a vida. É tristeza com propósito. É o tempo de cura para a ferida que está fechando. É a lenta cicatrização da separação. Este Processo pode durar algumas semanas, mas se o processo estacionar você estará morrendo aos poucos. Chore o quanto quiser; Comente o quanto achar necessário. Verbalize a sua dor e a dor da alma vai se esvaindo.

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