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Homofobia na Saúde

Por:   •  18/10/2016  •  Projeto de pesquisa  •  3.905 Palavras (16 Páginas)  •  594 Visualizações

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RESUMO

        Esse trabalho objetivou compreender como a homofobia pode influenciar a saúde de pessoas homossexuais. O desenvolvimento do trabalho se deu por meio de revisão literária com seis artigos, o campo dos artigos que usamos foi em território nacional, os participantes foram pessoas de varias idades, que se autodeclararam homossexuais como nos mostram os artigos. Dentre os resultados, destaca-se a alta recorrência de violência homofóbica no cotidiano de homossexuais, destacando as violências física, verbal, psicológica e sexual. A saúde dessa população é afetada pela homofobia, que provoca quadros e comportamentos que caracterizam sofrimento mental e interfere na adoção de comportamentos e hábitos de vida saudáveis. Problematiza-se que os dados apresentados e discutidos contribuem para (re)pensar as práticas de cuidado e atenção à saúde desde grupo.

Palavras- Chaves: Homofobia na saúde. Saúde LGBT.

  1. INTRODUÇÃO
  2. DESENVOLVIMENTO
  3. METODOLOGIA
  4. RESULTADOS
  5. DISCUSSÃO
  1. Confrontando os aspectos conceituais
  2. O papel da saúde frente os direitos sexuais dos homossexuais
  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS
  2. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
  1. INTRODUÇÃO

        

        A homofobia, um conceito polissêmico e um fenômeno plural, é uma referência a um conjunto de emoções e comportamentos negativos de uma pessoa ou grupo em relação aos homossexuais ou GLBT¹. Ela é, também, um dispositivo de controle que reforça a ideia de naturalização da normalidade relacionada à orientação heterossexual e que se manifesta nas relações sociais por meio de agressões físicas, verbais, psicológicas e sexuais (MISKOLCI; BALIEIRO, 2011). Associada aos sintomas psicopatológicos e sentimentos negativos que provoca (medo, incomodo, ódio, repúdio), mas também no preconceito, discriminação e violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros, a homofobia também se relaciona às relações de poder e de gênero que se fazem presentes na sociedade (MISKOLCI; BALIEIRO, 2011; TEIXEIRA-FILHO; RONDINI, 2012).

        Já entendemos a homofobia quando o seu sentido etimológico, agora tivemos a necessidade nesse trabalho de atrelarmos esse sentido tão real e vivido com a nossa área de atuação que é a saúde como um todo, nos levando ao tema escolhido pelo grupo que é Homofobia na saúde. Quando falamos de saúde não estamos citando sexo, cor, raça, religião e nem idade, e saúde em sua totalidade.

        A literatura científica indica que a homofobia é um dos determinantes para o mal atendimento do público homossexual. Vimos em um dos nossos artigos o de “ O Impacto da homofobia na saúde de adolescentes homossexuais” um estudo com 300 adolescentes não heterossexuais, desenvolvido em Brasília com o objetivo de conhecer diferentes formas de bullying homofóbico e modelar relações entre o fenômeno e seu processo de internalização e questões de autoestima, verificou que a homofobia causa efeitos negativos sobre o bem estar, a qualidade de vida e a saúde dos adolescentes neste artigo especifico. Mas que nos serve como base para pressupormos que, adolescentes homossexuais, configuram-se como população vulnerável, tanto pela condição adolescente quanto pela violência e exclusão que estão expostos por diferirem em termos de comportamento e orientação sexual do padrão hegemônico fixado social, cultural e historicamente. Dessa forma, objetivou-se compreender como a homofobia pode influenciar a saúde homossexual, bem como conhecer os tipos de violência a que essa população está sujeita dentro de áreas de saúde. Violências estas não de forma física mas aquelas que nos ferem a moral, nos levando a constrangimentos e depressões.

  1. DESENVOLVIMENTO

        A partir dos dois conjuntos de fontes, pode-se visualizar a invisibilidade da homossexualidade na área da saúde como sendo atravessada por dois campos: o das políticas (traduzidos pelos documentos legais) e o científico (aqui representado pela produção de artigos) que veremos mais a frente em outro tópico.

        No campo das políticas, não se pode falar de uma invisibilidade da temática em questão. Ao contrário, ao focalizarem os direitos das diversas orientações sexuais e a tradução desses direitos na assistência à saúde, os documentos trazem uma visibilidade ao tema em questão. Entre esses documentos, destaca-se o "Programa Nacional De Direitos Humanos" (BRASIL, 2001 p 48) que  direta ou indiretamente serve de base para que outros documentos legais abram espaço para a discussão das orientações sexuais não hegemônicas. Especificamente na área da saúde, esse programa traduz-se na "Política Nacional de Saúde Integral de GAYS, LESBICAS, BISSEXUAIS e TRANSSEXUAIS – LGBT" (BRASIL, 2008a; 2008b).

        Se de um lado, os discursos do campo político procuram trazer para o campo dos direitos a homossexualidade em específico e a homossexualidade em geral, de outro, a produção científica aponta certa invisibilidade dessa temática no interior das práticas de saúde.  Por conta da invisibilidade a que esse grupo é levada, podendo ela ocorrer desde a adolescência, nas escolas os autores dos artigos apontam para as seguintes implicações: alto grau de estresse; desconforto por causa do não acolhimento das especificidades de suas demandas de saúde e baixa efetividade em tratamentos.         Observou-se também o receio de maus-tratos quando relatada a orientação sexual. Dessa forma, as consultas ginecológicas podiam negligenciar ou ignorar doenças ou informações relevantes para a vida sexual saudável da mulher lésbica ou bissexual.

As discussões acerca da invisibilidade da homossexualidade feminina na área da saúde implícita ou explicitamente apontam modelos que estruturam a atuação dos profissionais de saúde ao lidarem com este grupo. Os textos focalizam direta ou indiretamente a crítica a tais modelos.

        A crítica aos modelos que explicam a invisibilidade da homossexualidade na área da saúde, de certa forma, reflete uma perspectiva do movimento social vinculada à defesa dos direitos da população GLBT em geral. Nesse sentido, tanto no conjunto dos artigos estudados, quanto nos documentos legais consultados, nota-se a influência de forças do campo do movimento social para que haja mudanças de certos hábitos que fazem com que se exclua do foco da atenção integral à saúde desta população.

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