O Envenenamento

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FACULDADE ANHANGUERA DE CAMPINAS

FAC 3

ENVENENAMENTO ACIDENTAL EM CRIANÇAS.

- Saúde da Criança e do Adolescente I-

CAMPINAS

2017

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FACULDADE ANHANGUERA DE CAMPINAS

FAC 3

ENVENENAMENTO ACIDENTAL EM CRIANÇAS.

- Saúde da Criança e do Adolescente I-

GRUPO:

ALUNO:  Carolina Cayres Magalhães Zeferino          RA: 8742156864

ALUNO:  Cecilia Marotta Starek Piva                              RA: 2953588329

ALUNO:  Daiane Pavão de Oliveira                           RA: 8822383174

ALUNO:  Dora Lúcia Ferreira Santos                        RA: 8873426594

ALUNO: Eriberto Bacci                                                     RA: 8073855967

ALUNO:  Melissa Fabiana Cardoso                         RA: 9025391651

ALUNO: Josiane Cristina Apolinário                        RA: 9023445791

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CAMPINAS

2017

INTRODUÇÃO

Aproximadamente 5 milhões de pessoas morreram em consequência de acidentes em 2000, sendo que 80,9% ocorreram em crianças menores de 5 anos. Do total, 7% foram por intoxicação, sendo essa uma das causas mais comuns no atendimento de emergência. Em 2008, o Sistema de Vigilância de Exposições Tóxicas da Associação Americana de Centros de Controle de Intoxicações (AAPCC-TESS, EUA) relatou 2.491.049 casos de exposição tóxica em humanos; 49,7% desses ocorreram em crianças menores de 4 anos. (Ramos,2010)

Nesse mesmo ano, no Brasil, o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) identificou que a maioria das intoxicações humanas ocorre por medicamentos (29% dos 81.828 casos registrados), das quais 34% foram não intencionais. Dos 23.700 registros de evento tóxico por medicamentos, 32% (7.584) foram em crianças com idade de 0 a 4 anos, sendo que a maioria dentro de casa6. Dos 21.615 registros do Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CITRS), em 2008, 19.199 (88,8%) foram exposições a agentes tóxicos em humanos, e desses, 25% envolveram acidentes em crianças com menos de 5 anos. (SINITOX, 2017)

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OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão literária acerca do tema envenenamento acidental para que se possa entender melhor esse tipo de acidente na infância, ainda obter o maior número de dados possíveis sobre   Incidência, mortalidade, qual a faixa etária mais acometida, principais causas e/ou fatores de risco, fisiopatologia da lesão, principais consequências, e com esses dados pensar em intervenções e estratégias de prevenção do envenenamento acidental.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa sobre um tema específico de escopo restrito com análise descritiva. Para a elaboração do presente estudo, observaram-se as seguintes etapas de Mendes, 2008: identificação do tema da revisão integrativa, amostragem ou busca na literatura, categorização dos estudos, interpretação dos resultados e apresentação da revisão integrativa.

Foram consultadas duas bases de dados para a seleção das publicações: National Library of Medicine (PubMed),  Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), sendo utilizadas diferentes estratégias de busca e três descritores controlados.

A consulta para identificação dos descritores deu-se no Descritores Ciência da Saúde (DeCS/Bireme) e no Medical Subject Headings (MeSH/PubMed), e os identificados foram: Envenenamento, Criança, Prevenção de Acidentes, Accidental, Poisoning, Children.

Os critérios de inclusão foram: artigos em periódicos, dissertações e textos, que descrevam o envenenamento acidental em crianças, bem como estratégias de prevenção. Foram selecionados textos dos períodos de 2006 à 2016, com texto completo disponível, nas línguas: português, espanhol e inglês que são de domínio dos autores deste trabalho. A delimitação do tempo para a realização da busca se justifica ao se reconhecerem as mudanças nos protocolos e processo de atuação e prevenção desse incidente.

Para apresentar a metodologia de seleção dos artigos a serem analisados utilizou-se o quadro sinóptico com os seguintes itens: base de dados utilizada, a primeira busca realizada por descritores, leitura de resumo, e leitura final dos artigos, utilizando fatores de exclusãoꓽ artigos repetidos e que não obtivessem as informações necessárias para a realização deste trabalho.

Quadro 1 – Apresentação das etapas de seleção de material a ser utilizado na elaboração do presente trabalho quanto a: base de dados, busca por descritores, Leitura de resumo  e Leitura final.

BASE DE DADOS	BUSCA POR DESCRITORES	LEITURA DO RESUMO	LEITURA FINAL
LILACS	68 ARTIGOS	14 ARTIGOS	06 ARTIGOS
PUBMED	26 ARTIGOS	11 ARTIGOS	06 ARTIGOS

RESULTADOS

Para apresentar a síntese dos artigos selecionados, utilizou-se quadro sinóptico com a descrição dos seguintes aspectos: nome dos autores, ano, objetivo, metodologia do estudo e conclusão.

Quadro 2 – Apresentação da síntese de estudo quanto ao autor, objetivo, Método, resultado e conclusão.

AUTOR (ANO)	TÍTULO	OBJETIVO	METODO	CONCLUSÃO
Reynosa, L.L.R. (2010)	INGESTIÓN DE SUSTANCIAS CÁUSTICAS: REPORTE DE UN CASO Y REVISIÓN DE LA LITERATURA	Relatar o Caso de um menino com queimadura de esôfago por substância cáustica.	Revisão da literatura relacionada ao caso específico.	Pacientes assintomáticos com ingestão acidental de soluções cáusticas não precisam se submeter a endoscopia; e só deve ser feito quando os sintomas estão presentes.
Ramos CL et al (2010)	Fatores de risco para o envenenamento pediátrico	Verificar se a falta de conhecimento dos agentes tóxicos por parte dos cuidadores existentes nos domicílios é fator de risco de evento tóxico individual acidental na infância.	Estudo de caso-controle  por meio de um questionário aplicado aos cuidadores.	Os autores indicam que a eliminação do fator distração dos cuidadores de crianças menores de 5 anos e armazenamento dos agentes tóxicos abaixo de 150 cm representam a prevenção de 13 e 19%,respectivamente, de eventos tóxicos em crianças 0 a 4 anos.
Ferreira S. F. O., Suchara, E.A. (2014)	Perfil epidemiológico das intoxicações exógenas em crianças e adolescentes em município do Mato Grosso.	Caracterizar o perfil epidemiológico das intoxicações exógenas ocorridas em crianças e adolescentes em Barra do Garças, Mato Grosso, no período de janeiro/2008 a setembro/2013.	Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo transversal e retrospectivo.	Conclui-se que as intoxicações exógenas ocorreram predominantemente em crianças até 4 anos por meio do consumo de alimentos ou bebidas e de forma acidental. Assim, é necessária a adoção de medidas educativas de prevenção para os familiares e cuidadores de crianças.
Domingos,S.M, Borghesan, N.B.A.,Merino,M.F.G.L, Higara, I.H. (2006)	Internações por intoxicação de crianças de zero a 14 anos em hospital de ensino no Sul do Brasil, 2006-2011	Descrever o perfil das intoxicações que levaram à internação de crianças cadastradas no Centro de Controle de Intoxicações do Hospital Universitário Regional de Maringá no período de 2006 a 2011.	Estudo descritivo, com dados secundários das fichas de Ocorrência Toxicológica (OT) referentes a vítimas de intoxicação na idade de zero a 14 anos, internadas por um período mínimo de 12 horas.	os medicamentos foram o principal agente causador de intoxicações; entre as vítimas internadas, predominaram crianças de menor idade e do sexo masculino.
Lira SVG, Silva JG, Abreu RNDC, Moreira DP, Vieira LJES, Frota MA (2009)	Intoxicações por Pesticidas em Crianças, Adolescentes e  Jovens no Municipio de Fortaleza (CE)	Analisar as intoxicações por pesticidas em crianças, adolescentes e jovens atendidos em um hospital de emergência do município de Fortaleza, Ceará, Brasil, no período de 2000 a 2004.	Análise de Campo quantitativa. Realizado em um hospital de emergência com atendimento ao politraumatizado da rede pública da cidade de Fortaleza, CE, no período de 2000 a 2004.	Conforme o resultado, considerando-se o teste aplicado neste estudo, pode-se afirmar que existe associação entre as variáveis faixa etária, sexo, circunstância, local e procedência no tocante à intoxicação por pesticidas.
Tavares E.O, Buriola,A.A., Santos,J.A.T., Ballani T.S.L. Oliveira,M.L.F.  ( 2008)	Fatores Associados à Intoxicação infantil	Analisar através de um um cadastro pré existente de crianças de zero a quatro anos  que o fator desencadeante dos casos de intoxicação dos casos analisados  dar se á  mais de 50% em crianças do sexo masculino	Tratasse de um estudo exploratório descritivo de natureza quantitativa por meio de busca retrospectiva, através de cadastro de atendimento realizado pelo Hospital Universitário Regional de Maringá, concomitante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária	A intoxicação é mais comum no sexo masculino com idade entre zero e quatro anos tendo como fator desencadeante o fácil acesso à medicamentos. Foi apontado que mesmo com presença de adulto no local não impediu a ocorrência, e que imprescindivelmente haveria necessidade de realizar planos de ação tais como implantar e cumprir medidas como o uso de embalagens especiais de proteção à criança, e orientando que a família uma vigilância maior para a diminuição dos casos ocorridos.
Lourenço, J. Mery, B. Alencar, F, Bonfim, C.	Intoxicações exógenas em crianças atendidas em uma unidade de emergência pediátrica	Descrever as características epidemiológicas dos casos de intoxicações exógenas em crianças atendidas em uma unidade de emergência pediátrica do Recife (PE), no período de abril a setembro de 2006.	Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo onde os dados foram coletados através de entrevistas e consultas	Concluiu se  que foram registrados pequeno número de casos de intoxicação exógenas, foi sugestionado que crianças menores de cinco anos se intoxicavam acidentalmente, havendo uma necessidade de difundir uma campanha pública para a prevenção de acidentes dessa magnitude
Vaida A.J. 2015	The Institute for Safe Medication Practices and Poison Control Centers: Collaborating to Prevent Medication Error and Unintentional Poisonings	A partir deste programa de relatórios de erros, do trabalho de consultoria no local e de outros esforços colaborativos, bem como de interações com profissionais de saúde, organizações e consumidores, o ISMP cataloga erros ocorrendo em múltiplos contextos e identifica potenciais fatores contribuintes e dissemina recomendações dentro da comunidade de saúde.	Uma revisão geral sobre o Institute for Safe Medication Practices (ISMP) ,	Toxicologistas médicos e centros de controle de veneno que administram pacientes com toxicidade não intencional de medicamentos podem compartilhar experiências com confiança no ISMP. O Instituto e Toxicólogos podem explorar e identificar potenciais fatores contribuintes para cada ocorrência e colaborar em recomendações e disseminação de estratégias de prevenção.
Siqueira et al. 2007	Perfil das intoxicações exógenas infantis atendidas em um hospital  especializado da rede pública de Goiânia-GO	descrever o perfil das intoxicações exógenas agudas, entre crianças de 0 a 12 anos de idade, atendidas em um hospital especializado em atendimentos maternos e infantis da rede pública de Goiânia, entre julho e dezembro de 2006.	Trata-se de estudo do tipo descritivo, exploratório, com abordagem quantitativa.	Neste contexto, o enfermeiro assume um papel fundamental, atuando como educador junto aos pais e crianças, com o intuito de reduzir índices de mortalidade e minimizando aspectos relativos à morbidade deste tipo de acidente infantil.
Fook, S.M.L.,   Azevedo,E.F.A. Costa,M.M., Feitosa,I.L.F. Bragagnoli,G., Mariz,S.R.  2013	Avaliação das intoxicações por domissanitários em uma cidade do Nordeste do Brasil	Analisar as exposições tóxicas a domissanitários registradas pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campina Grande, Paraíba, Brasil, no período de 2007 a 2010.	Os dados foram coletados das fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), analisados pelo software SPSS (Versão 17), e a identificação química em amostras de urina foi feita por técnicas cromatográficas de alta resolução (CG-MS e HPLC-UV).	a intoxicação por domissanitários em Campina Grande e região deve ser tratada com ações específicas de prevenção e controle junto à população, como a avaliação da facilidade de acesso aos venenos agrícolas, para que se consiga atingir as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde, para o quadriênio 2012-2015.
PRESGRAVE, R. F., CAMACHO, L. A. B., VILLAS BOAS, M. H. S.  (2008)	Perfil de intoxicações não intencionais com produtos saneantes de uso doméstico	Descrevem o perfil epidemiológico de envenenamento não intencional causado por produtos de limpeza doméstica e ocorrido no Rio de Janeiro entre 2000 e 2002, avaliando a distribuição por idade, sexo, via de exposição, produto envolvido, risco Fatores e resultados.	Analise de 2.810 casos registrados nos dois centros de controle de intoxicação do Estado do Rio de Janeiro.	São necessários programas de educação e prevenção para aumentar a conscientização da população sobre os riscos de envenenamento em casa, visando principalmente o armazenamento adequado de produtos em casa, o conhecimento sobre a toxicidade desses produtos, a leitura de rótulos e a publicidade do número de telefone De centros de controle de veneno, a fim de prevenir e controlar esses eventos de envenenamento.
Brito JG, Martins CBG. (2015)	Intoxicação acidental na população infanto juvenil em ambiente domiciliar: perfil dos atendimentos de emergência	analisar o perfil de intoxicação e envenenamento acidental em ambiente domiciliar na população infanto juvenil (0-24anos) atendida em um serviço de referência em urgência e emergência, durante o ano de 2013.	Trata-se de estudo descritivo, de corte transversal, com coleta retrospectiva de dados e análise quantitativa.	Foram estudados 45 casos de intoxicação exógena acidental em ambiente domiciliar, entre crianças, jovens e adolescentes, no ano de 2013. O estudo evidenciou uma demanda de pronto atendi- mento em virtude de intoxicações no grupo, em que prevaleceram vítimas do sexo masculino e na faixa etária de 1 a 4 anos.
Martins CBG et al. (2006)	Envenenamentos acidentais entre menores de 15 anos em município da Região Sul do Brasil	Analisar as características epidemiológicas dos envenenamentos acidentais entre menores de 15 anos no Município de Londrina, Paraná.	A pesquisa se constituiu em um estudo transversal e descritivo acerca da morbi-mortalidade por envenenamento acidental entre menores de 15 anos.	Há que se ressaltar a importância de monitorar essas causas e de novos estudos que aprofundem o conhecimento do tema e que contribuam para a redução desses acidentes na infância.