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PERFIL DOS USUÁRIOS ATENDIDOS NO SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL DE MACEIÓ

Por:   •  5/8/2016  •  Artigo  •  3.016 Palavras (13 Páginas)  •  466 Visualizações

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PERFIL DOS USUÁRIOS ATENDIDOS NO SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL DE MACEIÓ

L. F. L. A.1

L. M.2

        

        

RESUMO

O estudo objetivou identificar o perfil dos usuários atendidos no serviço de urgência e emergência de um hospital de Maceió, avaliando se os clientes que procuram o serviço são realmente aqueles a quem o hospital se propõe a atender, uma vez que o atendimento às urgências e emergências prioriza cuidados imediatos, primeira atenção para os pacientes agudos e médias urgências e, sobretudo, estabilização adequada dos pacientes graves. Os dados foram coletados por meio de revisão de prontuários do serviço em questão entre os meses de junho e julho de 2009, analisando informações quanto ao gênero, faixa etária e diagnóstico dos pacientes atendidos. No hospital em estudo, foi verificado que a maioria dos usuários atendidos apresenta necessidades em saúde não adequadas àquelas a que o serviço se destina.

DESCRITORES: Urgência. Emergência. Serviço hospitalar de emergência.

1 INTRODUÇÃO

O padrão de utilização dos serviços de saúde de um determinado grupo populacional é explicado principalmente, pelo perfil de necessidades em saúde porém, as preferências e escolhas dos usuários influenciam na utilização dos serviços tanto quanto a forma como a rede está estruturada.

Segundo informações do Ministério da Saúde (Brasil, 2001), o alto índice de mortalidade por acidentes, envenenamento e violência entre 15 e 49 anos tem relação com o fato de que grande parcela das complicações ocorre por atendimento inapropriado na fase aguda. Wehbe (2001) afirma que o Ministério da Saúde define emergência como uma unidade de assistência de doentes, com ou sem risco de vida, cujos agravos à saúde necessitam de atendimento imediato. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, pela portaria nº 2048, de 5 de novembro de 2002, uma vez que abertos 24 horas, esses serviços acabam acolhendo pacientes de urgência propriamente dita, pacientes com quadros percebidos como urgências, pacientes desgarrados da atenção primária e especializada e as urgências sociais.

O serviço de urgência é a porta de entrada de um hospital e tem como principal objetivo o atendimento imediato a população em situação de gravidade. Devendo estar preparada tanto quanto recursos humanos como recursos materiais e estando diretamente relacionada com os demais setores da instituição hospitalar, uma vez que está passível de uma internação em outra unidade. O ritmo de funcionamento é veloz e intenso, caracterizado por períodos de permanência reduzidos e com uma equipe especializada nos inúmeros atendimentos.

Nesse sentido, surge a pergunta: os usuários atendidos nos serviços de urgência e emergência são realmente aqueles a quem o serviço se destina?

Buscando responder a essa pergunta e considerando que, até o momento, não se tem conhecimento de nenhum estudo na instituição em questão a esse respeito, o presente estudo se propõe a identificar o perfil dos usuários atendidos no serviço de urgência de um hospital de Maceió.

2 POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE E A URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Para as pessoas a idéia de doença está muito próxima do que se considera sentir-se bem e isto depende de pessoa a pessoa, de sua cultura e de como está inserido no meio e no modo de vida. Saúde e doença não são estados isolados, de causa aleatória. “[...] saúde e doença em sentido absoluto não existem. Ambas em uma totalidade, de um processo, a prova disso é que não se consegue definir uma sem falar na outra.” (TAVARES,1994.p.89). Existem determinantes do estado de saúde que dizem respeito a condições que o indivíduo está exposto. Estes determinantes contribuem para o aparecimento de situações que propiciem a saúde ou a doença.

A Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/90 define que a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais (BRASIL, 1990). A concepção ampliada de saúde e a compreensão de que ações realizadas por outros setores têm efeito sobre a saúde individual e coletiva daria origem a mudanças positivas nos elementos considerados condicionantes da situação. Para Santos (2003), a descentralização da assistência não é suficiente, bem como a configuração de redes habilitadas e a ordenação do fluxo ainda são elementares, tornando-se necessária a reorganização do processo de trabalho destes serviços de saúde.

Como o desenvolvimento do conhecimento humano é um processo, a teoria e a prática que orienta o fazer dos profissionais em saúde varia no tempo e no espaço Embora existam inúmeras políticas públicas para o estabelecimento da atenção básica, os hospitais continuam sendo o ambiente mais procurado quando se pretende atender às necessidades de saúde. Neste cenário, estão inseridos os serviços de urgência, constituindo um componente significativo da assistência à saúde.

Por definição, o cuidado de emergência é aquele administrado sem demora. Refere-se ao cuidado dispensado a pacientes com necessidades urgentes e críticas, diz-se que o agravo à saúde é de ocorrência imprevista e que implica em risco iminente de vida ou sofrimento. O termo urgência vem do latim urgentia, que é necessário ser feito com rapidez, indispensável, imprescindível. Emergência vem do latim emergentia, que significa ação de emergir; situação crítica, acontecimento perigoso. Ambas, urgência e emergência, referem-se aos agravos à saúde que necessitam de atenção médica imediata. 

.A necessidade de diagnósticos confiáveis e rápidos, assim como de intervenções adequadas e determinantes, a urgência e emergência exigem do profissional de saúde, avaliação permanente, conhecimentos e competências tão necessárias ao suporte das atividades inerentes, de modo que o risco seja prontamente superado ou minimizado por intervenções que garantam a manutenção e, ou, recuperação das funções vitais acometidas.

No entanto, em se tratando de um serviço com demanda espontânea, é cada vez mais comum o atendimento de problemas não urgentes em unidades de emergências, de modo a produzir uma superlotação desses serviços, diminuindo a qualidade e o imediatismo com o qual casos de alta prioridade deveriam ser tratados. “Os serviços de urgência, de forma geral, são usados para resolver os problemas resultantes da incapacidade dos sistemas de saúde em atender as necessidades do indivíduo com um todo” (AMORIM et al, 2007. p. 224).

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