O cadáver no ensino da anatomia humana: uma visão metodológica e bioética

COSTA, giliene; COSTA, giliane; LINS, carla. O cadáver no ensino da anatomia humana: uma visão metodológica e bioética. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

   O artigo “O cadáver no ensino da anatomia humana: uma visão metodológica” consiste em um estudo descritivo, baseado em levantamento de dados mediante aplicação de questionários que continham questões exclusivamente objetivas relacionadas às metodologias aplicadas no ensino da anatomia humana, assim como questões bioéticas ligadas ao uso de cadáveres humanos para estudo. O estudo da anatomia é uma disciplina básica para cursos principalmente na área da saúde, algumas metodologias nesse estudo são os usos de cadáveres humanos dissecados que apresenta uma forma antiga de estudo anatômico porem atualizado, ainda sim usado nos dias atuais.

   Essas ferramentas conduzem à melhoria de desempenho do aluno, já que facilitam o aprendizado de conteúdos considerados difíceis de compreender por meio de aulas expositivas, permitindo a construção efetiva do conhecimento, aplicado ao farmacêutico, por exemplo, auxilia no seu entendimento fisiológico, umas das principais áreas de conhecimentos necessária para a criação de medicamentos.

   Do ponto de vista Bioético, elenca-se os fatores importantes pelos quais o cadáver não deve ser visto apenas como simples objeto de estudo, já que é envolvido por um vínculo emocional e afetivo com os indivíduos que estabeleceu alguma relação. É apontado por estudantes durante o processo de pesquisa descrito repulsa ao visual e forte odor de formol relacionado aos aspectos negativos, entretanto é necessário vincular os aspectos técnicos acadêmicos, para que estudantes possam desenvolver habilidades especificas para sua formação, sem que esqueçam do respeito e do lado humanístico de todo o processo.

   Tal pesquisa foi realizada com 542 estudantes que cursavam a disciplina de anatomia humana da Universidade Federal de Pernambuco, dos cursos do Centro de Ciências da Saúde, entre eles Medicina, Odontologia, Farmácia, Fisioterapia, do segundo semestre letivo do ano de 2011. Algumas indagações foram feitas como: se havia a utilização de cadáveres para o estudo, se o uso era indispensável ou poderiam ser substituídos, se recebiam alguma informal sobre o respeito e maturidade com o qual devem ser manipulados e se as aulas de anatomia preparam os para o equilíbrio emocional em um futuro profissional. Dos 542 alunos, quando perguntados se o cadáver humano deveria ser utilizado somente nas pesquisas científicas e não em aulas de graduação, 517 (95,7%) estudantes não concordaram. Quando questionados se o uso de cadáveres poderia ser substituído por programas de computadores e materiais sintéticos, 443 (81,9%) dos alunos responderam negativamente. E quando interrogados sobre a substituição por animais, 530 (98,1%) responderam que não são a favor.

   Assim, o uso de recurso metodológicos com o uso de cadáveres é considerado pelos estudos estudantes de extrema importância para o processo acadêmico, destacando o manuseio como uma forma de fortalecer o envolvimento do estudante em sua relação futura de profissional-paciente.