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Plantas utilizadas na medicina popular brasileira com potencial adaptógeno

Por:   •  28/10/2016  •  Artigo  •  3.627 Palavras (15 Páginas)  •  429 Visualizações

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Plantas utilizadas na medicina popular brasileira com potencial adaptógeno.

Artigo de Revisão: Ptychopetalum olacoides, Pfaffia glomerata e paniculata, e Trichilia catiguá.

Review article: Ptychopetalum olacoides, Pfaffia glomerata e paniculata, and Trichilia catiguá.

*1Adriana R. Guimarães; 2 Antônio Carlos A. Junior; 3Paula D. T. Bête

Discentes do Curso de Pós-Graduação em Fitoterapia e Produtos Naturais, Escola de Ciências da Saúde, Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo Brasil.

*Autor correspondente: adriana@heraverde.com.br 

Resumo

Sabe-se que envelhecimento está intimamente ligado com a qualidade de vida que uma pessoa escolhe ter, e isso tem a ver com os cuidados ao buscar um caminho de cura, seja de forma profilática por meio da alimentação, ou corretiva, com medicamentos. Nesse sentido, os produtos de origem natural vêm ganhando cada vez mais espaço e, nesse crescente, a fitoterapia se destaca, na tentativa de encontrar plantas medicinais que possam ser utilizadas para melhorar o indivíduo como um todo. De acordo com dados disponibilizados pela Secretaria de Direitos Humanos, com projeções das Nações Unidas, “uma em cada 9 pessoas no mundo tem 60 anos ou mais, e estima-se um crescimento para 1 em cada 5 por volta de 2050”, ou seja, a expectativa de vida aumenta. No Brasil, muitas plantas são usadas como tônico em situações de estresse, fadiga ou simplesmente visando o equilíbrio da saúde. Esta revisão discute os possíveis mecanismos de ação de um adaptógeno e compara três plantas brasileiras, que são utilizadas para este efeito: marapuama (Ptychopetalum olacoides Benth., Olacaceae), Pfaffia ou ginseng brasileiro (Pfaffia sp, Amaranthaceae), catuaba (Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld & J. F. Souza, Bignoniaceae e Trichilia catigua A. Juss., Meliaceae).

Palavras-chave: Antioxidante. Anti-estresse. Antidepressivo. Neuroprotetor. Recuperação de memória. Declínio cognitivo.


Abstract

As we know aging is closely related to the quality of life a person chooses to have, and that is associated to the cares taken in the pursuit of a path to healing, either prophylactic through alimentation, or by remedial means with drugs.  In this sense, natural products are becoming more popular, and in this scenario of growing, Phytotherapy stands in an attempt to find medicial plants that can be used to improve the individual as a whole. According to data provided by the Ministry of Human Rights, with projections from United Nations, "one in 9 people in world is 60 years or more, and a growing to 1 in 5 is estimated for around 2050", that is, life expectancy will increase. In Brazil, many plants are used as tonic in situations of stress, fatigue, or simply to seek heath balance. This review discuss possible mechanisms of action of an adaptogen and compares three Brazilian plants, which are used for this purpose: muirapuama (Ptychopetalum olacoides Benth., Olacaceae), Pfaffia or Brazilian ginseng (Pfaffia sp, Amaranthaceae), catuaba (Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld & j. f. Souza, Bignoniaceae and Trichilia catigua a. Juss., Meliaceae).

Keywords: antioxidant. Anti-stress. Antidepressant. Neuroprotector. Memory retrieval. Cognitive decline.

Introdução

O Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento de terapias a base de plantas medicinais, e o conhecimento tradicional mais a tecnologia tornam possível a validação deste saber. De acordo com informações de 2014, disponibilizadas no portal do Ministério do Meio Ambiente, existem mais de 41 mil espécies de flora catalogadas e 4.617 espécies da flora que estão ameaçadas de extinção. Apesar da disponibilidade, devemos observar que o maior erro cometido pelos comerciantes, em geral, é não saber identificar as espécies das drogas vegetais, e isso tem trazido alguns transtornos para a saúde dos consumidores (NETO, 2013), e da mesma forma, o uso concomitante em tratamentos para o câncer (FUKUMASU, 2008). Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, pontos relevantes necessitam ser considerados, como contaminantes, ineficácia, ação farmacológica, efeitos tóxicos, efeitos adversos, e finalmente, espécie errada.

A portaria do Ministério da Saúde Nº 971, de 3 de maio de 2006, aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde, provando assim, o quanto é promissor aos brasileiros poderem usufruir (com base científica) deste amplo custo-benefício, e se tornar mais íntimo da flora brasileira, com sua biodiversidade (FORZZA, 2010). Assim, a PNPIC visa incorporar e implementar experiências que já vêm sendo desenvolvidas na rede pública de muitos municípios e estados, entre as quais destacam-se aquelas no âmbito da Fitoterapia.

A Fitoterapia é uma "terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal". O uso de plantas medicinais na arte de curar é uma forma de tratamento de origens muito antigas, relacionada aos primórdios da medicina e fundamentada no acúmulo de informações por sucessivas gerações. Ao longo dos séculos, produtos de origem vegetal constituíram as bases para tratamento de diferentes doenças (BRASIL, 2006).

Neste contexto, a Fitoterapia abriga espécies vegetais para atuação em diferentes sistemas fisiológicos, como o sistema nervoso central e o periférico, das quais se destacam os adaptógenos, plantas que melhoram a nossa capacidade de adaptação em situações extremas, e que, segundo o médico e cientista russo, Nikolai Lazarev 1947, funcionam como “uma classe de substâncias que aumenta um estado de resistência inespecífica do organismo, após contato com fatores estressores diversos, promovendo um estado de adaptação à situação excepcional” (SALEEBY, 2006).

Os adaptógenos formam uma classe única de plantas medicinais: ajudam no equilíbrio, restauração e proteção do corpo. Outros autores mudaram os critérios e de acordo com a publicação da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica – SBMF 2006 -, “Os adaptógenos são melhores compreendidos com base na `Síndrome de Adaptação Geral´ - SAG – proposta pelo famoso endocrinologista húngaro, Hans Selye, que definiu o estresse como um estado de perturbação da homeostase, que evoca no organismo um conjunto de reações bem características, independente da natureza do estímulo estressor, reconhecida em três fases: alarme; resistência e exaustão”. Ou seja, a grande missão de um adaptógeno é equilibrar o organismo de um possível estresse, e desativar mediadores da resposta ao estresse (PIATO, 2010), como corticosteroides, catecolaminas e o óxido nítrico, e também, pode ter ação antioxidante, imunomodulatória, hipoglicemiante, hipocolesterolêmica, e de acordo com Panossian et al., 2009, os adaptógenos podem promover maior tolerância ao estresse durante um exercício físico, onde exige uma reparação das proteínas.

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