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Problemas automedicação na farmácia

Por:   •  8/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.421 Palavras (6 Páginas)  •  201 Visualizações

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Curso de Farmácia- Matutino

Atividade Complementar

Problemas com a automedicação de antibióticos

Campo Grande - MS

25/11/2013

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Curso de Farmácia- Matutino

Ciências Sociais Aplicadas a Saúde

Problemas com a automedicação de antibióticos

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Campo Grande - MS

25/11/2013

Objetivo

Mostrar importância do uso racional dos antibióticos e seus principais efeitos colaterais.

Introdução

Decorrente de vários fatores, entre os quais o progresso da indústria farmacêutica, com o aparecimento cada vez mais frequente de medicamentos novos e mais potentes, há uma tendência generalizada da automedicação pela sociedade, onde muitos problemas são obtidos a partir dessas atitudes, como o surgimento e disseminação de resistência bacteriana, que tende a aumentar mediante o uso indiscriminado de antibióticos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as infecções causam 25% das mortes em todo o mundo e 45%, nos países menos desenvolvidos.

    Devido ao uso indiscriminado surgem superbactérias, resistentes a multiantibióticos, responsáveis pelas infecções hospitalares que hoje matam mais americanos do que a AIDS( síndrome da imunodeficiência adquirida em inglês: acquired immunodeficiency syndrome); está comprovado que o  aumento da resistência bacteriana cresce paralelamente ao aumento de consumo de antibióticos numa comunidade. Por outro lado, enquanto as bactérias são campeãs de evolução, e assim sobreviverem há 4 bilhões de anos, as pesquisas de novos antibióticos diminuem a parti de 1980 para cá, em virtude da indústria farmacêutica priorizar a busca por remédios mais lucrativos, como os de uso prolongado no diabetes e no câncer. (Weckx,2012)

Para o mesmo autor vive-se uma situação inversa, o abuso no consumo de antibióticos, afetando a população em longo prazo, tendo uma fonte a alimentação. Como exemplo, 50% a 60% dos pacientes com resfriado ou gripe, que são causados por vírus e, portanto, não respondem a antibióticos, fazem uso desnecessários de antibióticos.

Após a resolução RDC 20/2011 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária),que obriga as farmácias brasileiras a venderem antibióticos a pacientes apenas com prescrição médica em duas vias, tem minimizado a situação de automedicação.

          Em pacientes hospitalizados, há problemas de seleção de antimicrobianos, pois prevalece o uso empírico, mesmo quando há solicitação de culturas e identificação da sensibilidade do germe.

          No que se refere à prescrição, a duração prolongada de tratamento foi o dado mais chamativo em dois estudos de utilização em hospitais universitários.

Para alcançar um uso mais racional de antimicrobianos é preciso:

·         Reconhecer os fatores que levam ao uso abusivo e errôneo de antimicrobianos e detectar as barreiras existentes à implementação do uso racional.

·         Implementar estratégias, direcionadas ao prescritor e ao consumidor, que determinem mudança de comportamento.(ANVISA)

Estudos revelam que nas primeiras 24 horas após a administração de antibióticos por via oral, um aumento na disponibilidade de hidratos de carbono tem lugar no intestino. Esse excedente de nutrientes combinado a redução das bactérias intestinais permite que agentes patogênicos potencialmente mortais obtenham um ponto de apoio o que maximiza o risco de eventos adversos e de doenças, o que pode retardar o diagnóstico correto. Diante disso, tratamentos mais complexos, invasivos, caros e com recuperação mais lenta podem tornar-se necessários. (Schmid, Bernal e Silva, 2010).

Um dos efeitos colaterais mais comuns é a diarreia onde a mesma como é definida como uma diminuição da consistência das fezes, o qual é normalmente acompanhado por um aumento do número de episódios e volume. É uma doença muito comum que pode ser causada por razões multifatoriais, entre as quais o uso de antibióticos. Admite-se que entre 5 e 20% dos pacientes têm um episódio de diarreia mesmo após a interrupção da terapia medicamentosa. Os antibióticos pode levar a diarreia por dois mecanismos: a primeira é o seu próprio efeito tóxico direto no intestino e em segundo lugar uma alteração da flora intestinal, reduzindo certas populações de bactérias intestinais.com funções especificas no metabolismo dos açúcares ou permitindo que se multiplicam as bactérias resistentes que causam diarreia (tais como Clostridium difficile).(Martins,Pedro,Cartineiras).


O modo de transmissão é por via fecal-oral:
• Transmissão indireta: ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados (Ex.: utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares).
• Transmissão direta: pessoa a pessoa (Ex.: mãos contaminadas) e de animais para as pessoas.
Os manipuladores de alimentos e vetores, como as moscas, formigas e baratas, podem contaminar, principalmente, os alimentos e utensílios.
 
Locais de uso coletivo, tais como escolas, creches, hospitais e penitenciárias apresentam maior risco de transmissão.

 
 O tratamento da doença diarreia aguda consiste em quatro medidas:
Correção da desidratação e do desequilíbrio eletrolítico

Combate à desnutrição

Uso adequado de medicamento.

Prevenção das complicações

(Tavares,Marinho)

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A venda de antibiótióticos será controlada. Segundo o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária “o uso indiscriminado de antibióticos é um problema de saúde pública global. A idéia é que o controle sobre esses medicamentos seja feito de forma mais efetiva, contribuindo para o consumo racional desses produtos” (ANVISA, 2010). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2009) mais de 50% das prescrições de antimicrobianos no mundo são inadequadas. Ainda, o comércio de antimicrobianos, somente no Brasil em 2009, movimentou cerca de R$ 1,6 bilhões de dólares. A ANVISA no dia 24 de Março de 2010, realizou uma audiência pública cujo objetivo foi discutir a ampliação do controle sobre esses produtos e contribuir para a redução da resistência bacteriana (ANVISA, 2010). A resistência microbiana é um problema de extrema importância e que a maioria dos indivíduos desconhece. Refere-se a cepas de microorganismos (populações de germes semelhantes) sobreviventes ao medicamento, isto é, capazes de se multiplicar em presença de concentrações de antimicrobiano mais altas do que a dose eficaz para humanos, é como se a bactéria perdesse a sensibilidade ao medicamento. A resistência é um efeito biológico comum, a grande questão é que o uso indiscriminado contribuiu para a exacerbação desse processo (WANNMACHER, 2004). A prescrição de antimicrobianos exige conhecimento da farmacocinética e farmacodinâmica do medicamento e, portanto, deve, apenas, ser prescrita por um profissional que possui tais conhecimentos. Além disso, a maneira mais correta de se prescrever um fármaco, é após uma cultura, isto é, exame laboratorial do doente (coleta de materiais biológicos como: sangue, urina, fezes, secreções, escarro, líquido ascítico/pleural, líquor, dentre outros).O ideal seria aguardar esse exame, mas também pode ser feito o uso empírico baseado no diagnóstico clínico, exames complementares, epidemiologia dos agentes e possíveis sítios de infecção (MOTA, 2010). Além das barreiras já apresentadas, há ainda, a automedicação da população com antibióticos, problema que tende a ser revertido com a nova lei da ANVISA. Outra questão é a falta de informação proporcionada na consulta ao paciente sobre o uso adequado do medicamento, seguida por pouca ou nenhuma orientação na dispensação do fármaco. Todos esses fatores resultam em abandono do tratamento, precocemente, pelo usuário, administrações perdidas ou ainda a utilização desnecessária (SÁ DEL FIOL, 2010). Com a nova Resolução publicada pela ANVISA, 2010 e já em vigência, apenas profissionais da saúde, médicos e odontólogos, podem prescrever antibióticos. Também estabelece que a receita médica deve ser prescrita em duas vias, uma via ficando em poder do paciente e a outra armazenada na farmácia que vender/dispensar o medicamento. As receitas de antimicrobianos correspondem a 12% de todas as prescrições ambulatoriais, o que em geral, gera um dispêndio de 15% dos 100 bilhões de dólares gastos anualmente em medicamentos (WANNMACHER, 2004). Após a instauração da medida de controle da ANVISA, ocorreu uma queda de 27% da venda de antimicrobianos, no período de dezembro de 2010 a maio de 2011. O maior pico ocorreu em fevereiro, com 34%, época em que a campanha foi mais intensificada pelo governo. Ainda, se considerarmos os três principais antibióticos comercializados no país (amoxicilina, azitromicina e cefalexina) a queda foi maior, 40% (Sindusfarma, 2011). Os antimicrobianos são usados frequentemente de forma irracional. Há vários fatores que contribuíram ao longo da história para o uso sem precauções como: poucas medidas de leis e precária fiscalização por meio das autoridades competentes, falta de um seguimento de protocolo por parte dos médicos na prescrição de antibióticos, limitada comunicação entre prescritor e paciente resultando em uso inadequado dos medicamentos por parte dos doentes, antimicrobianos usados para moléstias de ordem não infecciosa por agentes suscetíveis, acesso dificultoso ao profissional de saúde qualificado para prescrever o remédio e consequente auto-medicação (OLIVEIRA, 2010). Dessa forma, o uso inadequado de antimicrobianos foi se tornando fato corriqueiro, porém desastroso a longo prazo. Tais medicamentos devem ter um uso cuidadoso para evitar a resistência microbiológica com intuito de proteger, assim, o futuro da humanidade de infecções sem um tratamento efetivo.

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