A Fisioterapia em Queimados

Kássia Maria Spinelli Zanin de Souza Santos

ATIVIDADE 1

Kassia Maria Spinelli Zanin de Souza Santos

ATIVIDADE 1

Trabalho apresentado como parte dos requisitos para obtenção de nota da disciplina de Fisioterapia em Queimados no curso de graduação de Fisioterapia pela Fundação Universitária Vida Cristã - FUNVIC.

Prof. Wendry Paixão

1. INTRODUÇÃO

As queimaduras são determinadas por lesões cutâneas causadas pela ação direta ou indireta do calor¹ e podem ser acarretadas por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos, destruindo parcial ou totalmente a pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais profundas, como do tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos, podem resultar em deformidades graves, deficiências limitantes e reações psicológicas adversas, com repercussões sociais que afetam os pacientes e seus familiares, sendo classificadas quanto à profundidade de primeiro a quarto grau.¹-²

O comprometimento do tecido vai depender da intensidade da exposição ao agente causador da lesão, das particularidades da área queimada e das reações locais e sistêmicas.³

O processo de cicatrização pelo qual um tecido lesado é substituído por tecido conjuntivo vascularizado.²  

Promove reparações com grandes variações na evolução do processo de recuperação daqueles tecidos, as quais dependem da precocidade da intervenção terapêutica,³ que possui um recurso específico para cada fase da reparação tecidual promovendo uma melhor perfusão tecidual, uma distribuição e orientação adequada do colágeno permitindo que a lesão se cicatrize de maneira correta evitando complicações futuras (GUIRRO; GUIRRO, 2007).4

1. Queimaduras

As queimaduras são determinadas por lesões cutâneas causadas pela ação direta ou indireta do calor¹ e podem ser acarretadas por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos, destruindo parcial ou totalmente a pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais profundas, como do tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos.²

1. Classificações das queimaduras

As classificações das queimaduras são dadas quanto sua profundidade, extensão corporal e complexidade da queimadura, podendo classificar-se também as lesões respiratórias em queimados.

1. Classificação quanto a profundidade

A classificação por profundidade é subdividida em quatro graus, sendo a queimadura de 1º grau quando apenas a epiderme está comprometida, apresentando eritema e dor; o 2º grau quando atinge a epiderme e parte da derme, provocando a formação de flictenas (bolhas provenientes da queimadura) e 3º grau quando envolve todas as estruturas da pele, apresentando-se esbranquiçada ou negra, pouco dolorosa e seca;¹ e 4º grau que é uma queimadura elétrica que envolve a completa destruição de todos os tecidos, desde a epiderme até o tecido ósseo subjacente, este tipo de queimadura ocorre normalmente em resultado do contato com a eletricidade onde haverá uma ferida de entrada, que estará carbonizada e deprimida. (AZULAY, 2006).4 

1. Quanto à extensão corporal

Realizada através da “regra dos nove” desenvolvida por Polaski e Tennison, onde a área da superfície do corpo em segmentos equivale a aproximadamente 9% do total. É um método que divide a superfície corporal em múltiplos de nove,¹ sendo  a palma da mão 1% da superfície corporal, de forma que toda lesão que seja maior que a palma da mão deve receber atendimento especializado após os primeiros socorros.³ Em adultos, cabeça, pescoço e membros superiores valem 9% cada um, já o tórax anterior, posterior e cada membro inferior equivalem 18% e a região do períneo 1% da superfície corporal queimada. Em crianças, até um ano de vida, a região da cabeça equivale a 21% e membros inferiores representam 12% da área queimada, e as outras partes do corpo são semelhantes ao de um adulto.¹

1. Classificação respiratória

As lesões respiratórias causadas por queimaduras são classificadas como: irritantes e asfixiantes; e seus principais sintomas clínicos iniciais observados são tosse, dispneia e aumento de secreções brônquicas; os sinais tardios são: edema pulmonar, cianose, broncoespasmos, alterações radiográficas e na ausculta pulmonar.5

1. Quanto à complexidade

Podemos classificar como pequeno queimado aquele que apresenta queimaduras de 1º grau em qualquer extensão, em qualquer idade e/ou de 2º grau com área corporal atingida até 5% em crianças e 10% em adultos, o médio queimado pode apresentar queimaduras de 2º grau com área corporal atingida entre 5% a 15% em crianças, ou entre 10% a 20% em adultos. Pode, ainda, possuir queimadura de 2º grau em mão, pé, face, pescoço, axila ou grande articulação em qualquer idade e queimaduras de 3º grau, que não envolvam essas regiões citadas, com até 5% da área corporal atingida em crianças e 10% em adultos. Já o grande queimado apresenta queimaduras de 2º grau com área corporal atingida maior que 15% em crianças e 20% em adultos; queimaduras de 3º grau com área corporal atingida maior que 5% em crianças e 10% em adultos; queimaduras de 2º ou 3ª grau atingindo o períneo, em qualquer idade; queimaduras de 3º grau atingindo mão, pé, face, pescoço ou axila, em qualquer idade, ou queimaduras por corrente elétrica.¹

1. Cicatrização

A cicatrização, processo pelo qual um tecido lesado é substituído por tecido conjuntivo vascularizado,² é o foco do tratamento fisioterapêutico uma vez que um tecido mal reparado traz sequelas que prejudicam não só a estética bem como a funcionalidade do segmento corporal queimado.

O processo de reparação tecidual se da nos primeiros sete dias após a queimadura e ocorre em três momentos, sendo considerada inicialmente a fase inflamatória, proliferativa e reparadora,² Na lesão haverá, a partir da formação do exsudato que é rico em proteínas, a tentativa de cicatrização, que é a organização de fibras colágenas. Caso não seja implementada uma ativa intervenção fisioterápica pode ocorrer formação de aderências que irão limitar ainda mais a amplitude de movimento e a mobilização dos tecidos envolvidos.4

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