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A Incontinência Urinaria

Por:   •  26/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.692 Palavras (7 Páginas)  •  389 Visualizações

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  1. Introdução

A incontinência urinaria (IU) é um sintoma do trato urinário inferior, definido como a queixa de perda involuntária de qualquer quantidade de urina. Produz repercussões na saúde sexual, psicológica e social da mulher, afetando sua qualidade de vida. Pode ser classificada em quatro tipos;

Incontinência urinária por esforço: ocorrem sempre paralelamente ao esforço (corrida, caminhada, riso, tosse, levantamento de carga, etc.); Incontinência urinária reflexa/instabilidade vesical: caracterizada pelo desencadeamento inesperado de um reflexo miccional. Se o esfíncter conseguir resistir, não haverá incontinência, mas poluiria urgências. Pode também haver incontinência por imperiosidade (urgência) miccional sem instabilidade vesical quando o esfíncter não consegue conter uma contração vesical normal; Incontinência urinária por transbordamento: quando a bexiga não é esvaziada por longos períodos e a urina simplesmente “transborda”. Isso ocorre quando existe diminuição da sensibilidade (contratilidade vesical, ou, ainda obstrução uretral crônica); Incontinência urinária mista: combinação entre incontinência urinária por esforço e inconstância urinária reflexa ou seja, insuficiência uretral associada a hiperatividade detrusora (GROSSE, 2002)

Segundo Adriana L. Moreno (Fisioterapia em Uroginecologia, 2004, 2 edição), a incontinência urinaria na mulher é geralmente causada pela frouxidão da parede vaginal e dos ligamentos pélvicos. Quando há falência nos mecanismos da uretra, a pressão no seu fechamento é baixa, fazendo com que o esfíncter externo resista ativamente a ação que o músculo detrusor vem fazendo e resistindo as variações da pressão abdominal. Sendo dessa forma que ocorre a perda da urina, com qualquer elevação na pressão intra-abdominal, acarretando a perda até em esforços pequenos. Sendo por esse motivo a importância das fáscias e dos ligamentos pélvicos para a incontinência urinaria.

Durante a gestação pode ocorrer a dilatação dos ureteres e das pelves renais, por conta da atividade da progesterona sobre a musculatura lisa, fazendo uma obstrução mecânica na bexiga e também no ureter direito, aumentando assim o conteúdo urinário. Em consequência a gestação ocorre uma elevação da pressão intravesical ocasionando o aumento da frequência urinaria, que aumentara gradativamente com o avanço da gestação. Esses fatores contribuem para diferenciação hormonal e à distensão da musculatura ocasionando pelo útero da gestante

A incontinência urinária (IU) é uma condição comum entre as mulheres e caracteriza-se por ser um importante problema de saúde pública, quer por sua elevada prevalência, quer pelo elevado impacto físico, psíquico e social na vida da mulher. A Sociedade Internacional de Continência define a IU como toda perda involuntária de urina. Essa disfunção acomete de 20 a 50% da população feminina ao longo da vida. (Rev. Bras. Saude Mater. Infant. vol.13 no.3 Recife July/Sept. 2013)

Sua prevalência durante a gravidez varia entre 32-64%. A incidência desse problema na gravidez pode ser subestimada, visto que muitas mulheres não procuram tratamento por vergonha. Além disso, muitas vezes julgam ser um sintoma normal da gestação, cujo sintoma desaparecerá com o tempo, o que acaba impactando negativamente na qualidade de vida. (Rev. Bras. Saude Mater. Infant. vol.13 no.3 Recife July/Sept. 2013)

A IU durante a gravidez pode ser atribuída a mudanças hormonais, mudanças do ângulo uretrovesical, aumento da pressão sobre os músculos elevadores e ligamentos, mudanças nos tecidos conjuntivos, incremento do peso corporal materno e peso do útero gravídico, com crescente aumento da pressão sobre a musculatura do assoalho pélvico.

No Brasil, há poucos trabalhos científicos dedicados à IU no período gestacional, o que dificulta a identificação da população afetada e a comparação dos resultados. Segundo Higa et al., o reduzido número de estudos referentes aos fatores de risco (ou fatores associados) para IU entre as mulheres brasileiras interfere na identificação dos principais fatores que causam a IU nessa população.

Está associada com perda da independência e diminuição da qualidade de vida, limitando a participação nas atividades domésticas e na vida social. Os dados de prevalência de IUE são bastante variáveis, dependendo da faixa etária, das características da população e do critério diagnóstico utilizado. As cifras vão de 12 a 56%. A prevalência de incontinência urinária é pouco estudada no Brasil. O entendimento dos sintomas urinários, fatores associados, com ênfase no tipo de parto foi o objetivo da avaliação por questionário nesta amostra populacional.

Em estudo realizado por meio de entrevistas com homens e mulheres brasileiras, com idade a partir de 55 anos, foi encontrada maior prevalência entre as mulheres (43%). Nos dados observados no presente trabalho, observou-se que, aproximadamente, uma em cada quatro mulheres entrevistadas referiu algum tipo de perda urinária, o que está de acordo com os resultados encontrados recentemente por Contreras Ortiz.

O Questionário de qualidade de vida foi aplicado posteriormente a identificação das mulheres incontinentes. O “Kings Health Questionnare” (KHQ), cuja versão para o português foi traduzida, adaptada e validada para uso em mulheres brasileiras portadoras de IU por Tamanini et al (2003), foi aplicado em uma amostra aleatória de mulheres incontinentes. O questionário de qualidade de vida é específico para portadoras de IU, pois através de uma avaliação específica foi possível mensurar o impacto do problema permitindo interpretar os dados de maneira mais fidedigna.

Inicialmente se fez contato com a equipe de saúde esclarecendo os objetivos da pesquisa. Realizou-se a identificação de mulheres portadoras de IU com auxílio das dez Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) que atuam na Unidade Básica de Saúde em questão, uma vez que estas conhecem as famílias da região e já possuem vínculo estabelecido com as mesmas. Para isso, realizou-se capacitação das ACS para que compreendessem os objetivos da pesquisa, o que é incontinência urinária e como detecta-la, para que assim participassem da coleta dos dados. A UBS onde foi desenvolvida a pesquisa, possui duas equipes de PSF e dez ACS.
A coleta dos dados para levantar a incidência epidemiológica foi realizada pelas ACS durante as visitas domiciliares mensais a essas famílias e a aplicação do questionário de qualidade de vida foi realizada pela pesquisadora, acadêmico bolsista e acadêmicos voluntários em algumas famílias onde foi identificado portadoras de IU.

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