OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA NA SÍNDROME DE SJÖGREN

OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA NA SÍNDROME DE SJÖGREN:

estudo de caso

Huan Cássio Viana Jerônimo

RESUMO

Objetivos: analisar os efeitos da hidroterapia na síndrome Sjögren. Material e Métodos: Trata-se de pesquisa de campo, com abordagem quantitativa, e caráter exploratório e descritivo, realizada na Clinica Escola Integrada de Fisioterapia e Terapia Ocupacional Profª Ada Maria Viana, teve como amostra uma paciente sobre as iniciais N. R. B. l. M., sexo feminino, 52 anos, portadora de Sjögren há 10 anos. O instrumento de coleta de dados foi à ficha de avaliação da Clinica Escola, escala visual analógica (EVA) e como recurso terapêutico à hidroterapia, mais flutuadores do tipo espaguete, colete cervical, colete dorsal, hidro halteres e piscina aquecida, além de exercícios da cinesioterapia: alongamentos de MMSS e MMII, exercícios de fortalecimento e relaxamento com uso da técnica de Watsu. Resultados: apontam que a hidroterapia mais o método Watsu foram eficientes na sintomatologia da síndrome de Sjögren, reduziu 100% do quadro álgico na amostra, aumento na força muscular, melhoria do bem-estar e da qualidade do sono e reduzindo a fadiga. Conclusão: contudo sugerem-se novos estudos sobre a temática.

Palavras-chave: Hidroterapia. Síndrome de Sjögren. Estudo de caso.

INTRODUÇÃO

A síndrome de Sjögren é uma doença inflamatória auto-imune, crônica, que acomete principalmente glândulas de secreção exócrina, em especial as lacrimais e as salivares, também é caracterizada como uma síndrome desregula que ataca tecidos saudáveis do próprio corpo (LAINE et al., 2007).

Fox (2006) cita que ela pode comprometer outras partes do organismo como as articulações, músculos, pulmões, rins, tiróide, fígado, pâncreas, estômago, nervos e cérebro, o que acarreta em alguns casos disfunção pancreática, secura vaginal e tosse seca, febre, perturbações do sono e a fadiga são os sintomas freqüentes.

Normalmente as patologias auto-imunes são incógnitas aos profissionais de saúde, o que acarreta em atraso para encontrar um tratamento específico, levando o paciente a sofrer vários comprometimentos aos mecanismos de defesa (NGUYEN et al., 2009).

De acordo com Gomes et al. (2010), a Síndrome de Sjögren pode acometer pessoas em todas as faixas etárias, sendo principalmente o sexo feminino durante a quinta e sexta década de vida, a relação entre homens para mulheres é de 9:1. Tendo prevalência aproximada de 3% a 4% da população mundial.

A maioria das mulheres diagnosticadas costuma estar na menopausa ou ainda com mais idade, sendo que boa parte dos pacientes com esta síndrome é com idade entre 40 a 60 anos. Mais isso não quer dizer que não possa ocorrer também em crianças e adolescentes e mulheres jovens. A Síndrome de Sjögren podem apresentar complicações na gravidez. No Brasil, não temos um número exato de portadores (SOCIEDADE..., 2012).

Estima-se que a Síndrome de Sjögren afetará cerca de 2% da população adulta dos EUA; em uma cidade da Grécia, foi encontrada uma prevalência de Síndrome de Sjögren em mulheres adultas com 0,6% dos casos, Na Suécia, entre um grupo de 705 mulheres com idade entre 52 a 72 anos a prevalência de Síndrome de Sjögren foi de 2,7%. No Reino Unido mostrou uma prevalência de doença na população adulta é de 3-4% (MAVRAGANI; MOUTSOPOULOS; MOUTSOPOULOS, 2006).

Mahoney e Spiegel (2003) referem que os pacientes portadores de Síndrome de Sjögren têm maior probabilidade de desenvolver linfoma. Este risco é equivalente tanto para as formas primárias, quanto para as secundárias, temos uma estimativa aproximada de 6,4 casos por 1000 pacientes, o que representa um risco 44 vezes maior que a população geral.

Para Sankar et al. (2004), a etiologia da doença pode ser de origem genética, ambientais ou imunológica, sendo que há controversas, alguns autores referem que ela ainda não é elucidada em seu aspecto de origem, ficando apenas como multifatorial e um mistério para a medicina.

A Síndrome de Sjögren apresenta duas formas clássicas, primária e secundária. Na primária ou doença multisistêmica e imunomediada, isto é, quando não há outra doença auto-imune concomitante (BOWMAN et al., 2004). A secundária é uma epiteliose auto-imune que se pode desenvolver associada a outras doenças auto-imunes como a Artrite Reumatóide, o Lúpus Eritematoso Sistêmico, a Polimiosite, a Esclerodermia, a Tiroidite, Fibromialgia ou outras (ALPÖZ et al., 2008).

Um dos recursos da fisioterapia que vem sendo estudando como proposta terapêutica no combate às doenças que apresentam quadro doloroso como é caso da síndrome de Sjögren é a hidroterapia, porque o calor, associado com exercício na água morda causa um relaxamento da musculatura o que ajudar na reabilitação de várias patologias que causam dor (BRANDALISE et al., 2010).

De acordo com Devereux, Roberston e Briffa (2008), há muito tempo a hidroterapia tem sido utilizada como recurso para tratar doenças reumáticas, ortopédicas e neurológicas. No entanto, só recentemente é que essa tem se tornado alvo de estudos científicos. As propriedades físicas da água, somadas aos exercícios, podem cumprir com a maioria dos objetivos físicos propostos num programa de reabilitação.

As propriedades da água são ideais para alcançar objetivos terapêuticos em um ambiente seguro e efetivo, porque na flutuação encontra-se diversos benefícios um dele a redução do impacto, na qual o simples benefício da leveza do corpo sentida na água aquecida já é suficiente para aliviar as articulações doloridas e facilitar o relaxamento das mesmas (BIASOLI; MACHADO, 2006).

A hidroterapia visa promover o alívio da dor, diminuir a rigidez articular e espasmos musculares, promover um relaxamento muscular, aumentar a amplitude de movimento, incrementar a coordenação motora e melhorar a auto-estima do paciente com dores reumáticas e com diversos quadros dolorosos (GIMENES; SANTOS; SILVA, 2006).

Portanto, é interessante saber reconhecer os diferentes aspectos de concomitância da síndrome Sjögren, uma patologia rara que afeta á vida social e familiar do indivíduo portador, cujo objetivo é analisar os efeitos da hidroterapia na síndrome de Sjogren.

MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa de campo, com abordagem quantitativa, e caráter exploratório e descritivo (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007). Realizada no período abril a maio de 2012, turno matutino, duas vezes por semana em dias

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