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ANTROPOMETRIA

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Por:   •  16/4/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.405 Palavras (10 Páginas)  •  363 Visualizações

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ANTROPOMETRIA

Introdução

Existe uma grande variabilidade nas dimensões e dos tipos físicos entre os indivíduos. Muitas razões contribuem para estas diferenças, tais como o sexo, raça, idade, clima, nutrição, etc. Assim, mesmo em pequenos grupos encontramos uma grande variedade de dimensões.

Como nos habituamos a conviver com pessoas de vários tamanhos e tipos, aceitamos estas diferenças como naturais, bem como as dimensões das coisas que usamos: as portas que são suficientemente altas (pelo menos para a grande maioria), cadeiras e mesas que aceitamos usar, não poucas vezes com evidente desconforto. Quando nos encontramos em situações nas quais as dimensões dos objectos que necessitamos de utilizar nos colocam dificuldades acrescidas, usamos da nossa capacidade para nos adaptarmos às condições existentes.

As lesões músculo-esqueléticas, em particular na região dorso-lombar, têm vindo a assumir cada vez maior importância nas questões de saúde ocupacional. As actividades profissionais tornam-se cada vez mais sedentárias e as pessoas passam mais tempo sentadas durante o trabalho quer em escritórios quer em veículos motorizados. A incidência de dores na região lombar aumenta na população trabalhadora o que leva alguns a questionar a alegada pouca importância em geral atribuída à relação mais íntima entre as pessoas e os objectos que utilizam. Desde os primeiros estudos no campo da ergonomia se procurou determinar as distâncias necessárias para o eficiente controlo manual numa grande variedade de postos de trabalho, sendo também considerados os problemas relacionados com o assento e respectiva postura.

Figura 1 – Desde a antiguidade que existem várias tentativas para estabelecer medidas do corpo humano, sendo os “canon” de Vitrúvio e Leonardo da Vinci dois exemplos dos mais conhecidos.

A antropometria que era inicialmente utilizada para a classificação e identificação de diferenças rácicas e dos efeitos de dietas alimentares, condições de vida, etc., no crescimento, foi cada vez mais utilizada no fornecimento de informações acerca das dimensões humanas importantes para a concepção dos postos de trabalho. A princípio, muitas das decisões eram tomadas com base em critérios simples: o alcance era definido pelo comprimento do braço estendido entre o ombro e o punho, o comprimento do antebraço definia as áreas de fácil alcance e a distância entre a face inferior da coxa e o solo, como a perna dobrada pelo joelho em ângulo recto era a dimensão adequada para a altura do assento de uma cadeira.

Pequena diferença entre a distância do plano de trabalho e o assento, mesmo de apenas um ou dois centímetros, pode ser suficiente para causar - ou evitar - dores no pescoço ou nos ombros. Em certas actividades, uma inclinação do tronco à frente, ainda que ligeira, mantida durante algum tempo, pode ser mais incómoda e provavelmente mais prejudicial que outras posturas aparentemente mais extremas. Reconhece-se também que a natureza das tarefas pode ser um factor tão importante para dimensionamento de um posto de trabalho como, por exemplo, a estatura das pessoas.

A antropometria aplicada pode ser considerada uma das ciências humanas básicas que contribuem para a ergonomia, que por sua vez contribui com dados, conceitos e metodologias para o processo de "design" (Fig. 1).

Ergonomia Antropometria Design

Antropometria laboral

Conforme já foi referido anteriormente, a antropometria é e foi utilizada com os mais diferentes objectivos, abrangendo áreas como a subnutrição das crianças no terceiro mundo, ou tendo servido de “ferramenta” para a selecção racial dos nazis alemães. No que se refere à sua utilização no campo da ergonomia dos postos de trabalho, devemos mencionar as seguintes particularidades:

• Refere-se a uma população de ambos os sexos e com idade entre os 18 e os 65 anos;

• Têm de ser consideradas medidas estáticas e medidas dinâmicas;

• O seu objectivo é o desenho de postos de trabalho, o desenho de modelos biomecânicos e de produtos finais, tais como ferramentas, máquinas, dispositivos de protecção, etc.

Planos de referência

As definições de largura, comprimentos, etc. podem ser melhor entendidas se definias em relação a planos de referência.

Assim, as medidas em antropometria podem ser definidas em relação aos seguintes planos (figura):

• Horizontal ou transversal;

• Frontal;

Figura 2 – Planos de referência utilizados em antropometria 3

Segundo Pheasant [1] são utilizadas "cinco falácias fundamentais" como argumento (entenda-se desculpa) para a falta de aplicação da ergonomia ao "design" (Quadro 1).

Quadro 1 - As cinco falácias fundamentais (Pheasant).

1º - Este "design" satisfaz-me, logo será satisfatório para toda a gente. 2º - Este "design" é satisfatório para o indivíduo médio, logo será satisfatório para toda a gente.

3º - A variabilidade dos seres humanos é tão grande que é impossível satisfazê-Ia completamente em qualquer "design", mas isso não tem muita importância pois as pessoas têm uma maravilhosa capacidade de adaptação.

4º - Como a aplicação da ergonomia é cara e o critério para a escolha depende principalmente do custo, das características técnicas e da aparência (ou estilo) dos produtos, as considerações ergonómicas podem muito bem ser ignoradas no "design".

5º - A ergonomia é uma coisa excelente. Eu tenho sempre preocupações ergonómicas no "design", mas faço-o intuitivamente, baseado no bom senso, pelo que não preciso de tabelas de dados.

A 1ª falácia poderá parecer exagerada e muito provavelmente os projectistas de equipamentos nunca chegarão a exprimi-la, nem sequer estarão conscientes de que estão implicitamente a invocá-Ia. Contudo, quantos produtos são na realidade testados durante a fase de "design" por uma amostra representativa de utilizadores, ou pelo menos por meio de uma técnica de simulação? Certamente muito poucos.

Na maior parte das vezes, a avaliação do "design" é inteiramente subjectiva. O projectista considera o assunto, concebe o equipamento, ensaia o protótipo (se

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