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Acidentes De Trabalho Com Trabalhadores De Enfermagem

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Por:   •  19/3/2014  •  2.865 Palavras (12 Páginas)  •  674 Visualizações

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi o de identificar e analisar acidentes e as cargas de trabalho a que estão expostos os trabalhadores de enfermagem no desenvolvimento de suas atividades. Trata-se de um estudo de caso, do tipo descritivo e exploratório, desenvolvido em um hospital. Foi realizado levantamento dos acidentes de trabalho registrados no SESMT e CCIH no período de janeiro de 1998 a dezembro de 2002 e identificadas essas cargas de trabalho. Constatou-se que os trabalhadores sofreram 76 acidentes de trabalho, dentre quais, 83,95% foram causados por materiais perfurocortantes, 8,64% por quedas, 6,17% por exposições a fluidos biológicos e 1,24% por contusões. A diversidade e simultaneidade de cargas de trabalho contribuíram para a ocorrência desses acidentes.

Descritores: Trabalhadores; Riscos ocupacionais; Enfermagem.

INTRODUÇÃO

A preocupação com acidentes de trabalho é antiga. Há relatos de que antes da era cristã (impérios grego e romano), as doenças e mortes no trabalho ocorriam com escravos e servos, sobretudo na mineração. Entretanto, se torna, mais frequentes, na idade média e no mercantilismo, dada a expansão dos negócios, situação que se agravou com a revolução industrial burguesa a partir de 1870, com a exploração do homem no/e pelo trabalho.

No Brasil, a primeira lei contra acidentes de trabalho foi promulgada apenas em 15 de Janeiro de1919.

A problemática da saúde dos trabalhadores de enfermagem como preocupação de pesquisadores cresceu de forma mais acentuada a partir dos anos 80 no Brasil. O trabalhador de enfermagem inserido num grupo, especifico, atua em condições que determinam venerabilidade e seu estado de saúde. Para caracterizar as peculiaridades do trabalho da enfermagem há de se analisar a composição da força de trabalho, a formação técnica heterogênea das equipes, formas de organização e divisão de trabalho, a predominância do sexo feminino, a remuneração, o trabalho em turnos e a constante vivência de tensões, entre outras.

Números reduzidos de pessoal, predispõe perigos a quem assume trabalhos em alta sobrecarga, com desgastes físicos e mental intensos. O processo de trabalho de enfermagem é desenvolvido por heterogêneas categorias profissionais, ao enfermeiro cabem as atividades intelectuais de gerenciamento do serviço e de execução de procedimentos mais complexos. Ao auxiliar de enfermagem competem desempenhar as atividades assistenciais.

É majoritariamente feminino o trabalho na enfermagem, além do desgaste hospitalar e do da dupla jornada de trabalho, quando a mulher concilia profissão a atividades domésticas. Saliente-se, trabalhadores de enfermagem da área hospitalar estão submetidos a rodízios por turnos, para cobrirem plantões de 24 horas, de fins de semana e feriados. O convívio social é prejudicado, e estudos mostram que plantões noturnos geram doença e distúrbios psicossomáticos.

Por causa dos baixos salários pagos, esses trabalhadores têm dois e até mais vínculos empregatícios. Sua atenção ao trabalho diminui e lhes compele a fortes pressões físico-emocionais. Em conseqüência, apresentam dificuldades de relacionamento com a equipe e são por vezes intranquilos ao atenderem pacientes. À parte tais constatações, cumpre reiterar estresses cotidianos decorrentes da natureza da atividade: enfrentar dor, sofrimento de familiares e morte de pacientes.

Do exposto vem a hipótese de que os esforços e as precárias condições de trabalho a que submetem trabalhadores de enfermagem contribuem para ocorrência de acidentes.

Diversos autores afirmam que, a maior freqüência de acidentes de trabalho em hospitais sucede na enfermagem e defendem este argumento porque os trabalhadores estão expostos a riscos advindos do desenvolvimento de atividades assistenciais diretas e indiretas, cuidados prestados diretamente a pacientes e em organização, limpeza, desinfecção de materiais, de equipamentos e do ambiente.

As cargas de trabalho a que estão os trabalhadores, quais sejam: químicas, físicas, fisiológicas, biológicas, psíquicas, mecânicas, geram processo de desgaste. Além desses fatores devem ser destacados: a falta de infra-estrutura adequada, escassez de treinamento em serviço, falta de conhecimento de modos de prevenção, entre outros.

Desta feita, para analisar a ocorrência dos acidentes de trabalho é necessário conhecer o processo de trabalho e as principais cargas a que se submetem os trabalhadores.

OBJETIVOS DO ESTUDO

- Caracterizar os acidentes de trabalho registrados no SAM e na CCIH com trabalhadores de enfermagem (janeiro de 1998 a dezembro de 2002) e levantar com os referidos trabalhadores as cargas relacionando-as com os possíveis riscos de acidente a que se expõem.

- Identificar e analisar acidentes registrados de janeiro de 1998 a dezembro de 2002 e descrever seus riscos.

- Dimensionar com os trabalhadores de enfermagem as cargas de trabalho e fatores relacionados à freqüência de acidentes no processo da enfermagem.

- Oferecer subsídios para os trabalhadores de enfermagem prevenirem-se contra acidentes de trabalho.

METODOLOGIA

Foi realizado um estudo de caso descritivo e exploratório porque permite conhecer com maior profundidade a realidade acerca dos acidentes vivenciados por trabalhadores de enfermagem.

O estudo foi desenvolvido num Hospital Público, de grande porte, de nível terciário, cuja finalidade é prestar assistência adequada à população sob sua responsabilidade.

O projeto desta pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição, sendo adotadas as normas da resolução 198/96. Os sujeitos foram esclarecidos sobre os objetivos da pesquisa e assinaram o termo de consentimento informado. Foi-lhes assegurado o anonimato e a confidencialidade das informações, também conforme a resolução 198/96 do Conselho Nacional de Saúde.

A amostra foi composta por todos os trabalhadores de Enfermagem (Enfermeiros, Auxiliares de Enfermagem, e Auxiliares de Operacionais de Serviços Diversos – AOSD), que sofreram e registraram acidentes de trabalho no SAM e CCIH do Hospital estudado, ocorrido no período

compreendido entre Janeiro (1998) a Dezembro (2002).

Na 1ª etapa do estudo fez-se levantamento retrospectivo dos acidentes de trabalho com trabalhadores de enfermagem, de 1º de Janeiro 1998 a 31 de Dezembro de 2002, registrados na SAM e na CCIH do HUB, a fim de caracterizar

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