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Cancer De Mama

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Por:   •  18/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  4.131 Palavras (17 Páginas)  •  331 Visualizações

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RESUMO: Esta pesquisa teve por objetivo identificar como as mulheres mastectomizadas enfrentam o câncer e o tratamento quimioterápico. Adotou caráter descritivo com abordagem qualitativa. Foram entrevistadas seis mulheres com câncer de mama, mastectomizadas em tratamento quimioterápico na APAMI em Petrolina-PE. A coleta de dados ocorreu a partir de entrevistas semiestruturadas gravadas, com base em roteiro pré- estabelecido. Os dados obtidos foram submetidos à Técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bardin, divididos em duas categorias: do diagnóstico ao tratamento de câncer de mama e estratégias para enfrentar o tratamento quimioterápico e o câncer de mama. Como resultados foram apontados sentimentos vivenciados como: depressão, angústia, tristeza e ansiedade. Dentre os dispositivos acionados para lidar com o problema, encontram-se o suporte religioso e familiar. Concluí-se que o cuidado dispensado à mulher deve ser realizado por uma equipe multiprofissional, assegurando uma assistência integral, contemplando o ser mulher em suas múltiplas dimensões. Descritores: Mulheres; Neoplasias da mama; Quimioterapia; Mastectomia.

INTRODUÇÃO

O câncer de mama é o segundo tipo mais freqüente de câncer e, permanece o primeiro entre as mulheres no mundo, perdendo somente para o de pulmão. É relativamente raro antes dos 35 anos, mas é acima desta faixa etária que sua incidência cresce rápida e progressivamente.1 Por dia morrem 27 mulheres no Brasil, e os números tendem a crescer a cada dia, pela exposição cotidiana aos fatores de riscos dessa neoplasia.2 O número de casos novos esperados para 2010 foi de 49.240, com um risco estimado de 49 casos a cada 100 mil mulheres.1 Em Pernambuco, estimou-se para 2010, a incidência de 2120 casos com um risco estimado de 45/46 mulheres acometidas por esta doença para cada grupo de 100 mil.1 Pesquisa realizada pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco com o objetivo de ajudar na criação de um plano estadual de prevenção da doença mostrou que a taxa de mortalidade de mulheres passou de 7,9 por grupo de 100 mil mulheres, em 2003, para 10,3 em 2006, o que significa um crescimento de 30% no índice de óbitos.3 Nas mulheres brasileiras, a neoplasia mamária é o tipo de câncer que mais causa morte, porém se detectado em fase inicial, há alta chances de cura. Muitas vezes, o câncer de mama é descoberto tardiamente, gerando tratamentos mutilantes à mulher, como a realização da mastectomia parcial ou total e/ou a realização da quimioterapia e/ou radioterapia. 4 A quimioterapia é um dos tratamentos mais difundidos que representa um avanço na cura e controle do câncer, aumentando a expectativa de vida da paciente. É um tratamento que utiliza medicamentos extremamente potentes que agem em todo o corpo, visando evitar a volta do tumor e o aparecimento em outros órgãos. Mas, o tratamento quimioterápico também pode apresentar algumas manifestações, dentre essas podemos citar alopécia, anemia, reações de hipersensibilidade, náuseas, vômitos, entre outros. Nesse sentido, a mulher portadora de câncer de mama vivencia conflitos psicológicos e distúrbios emocionais antes e após o tratamento.5 Assim, vale enfatizar que, frente ao diagnóstico de câncer de mama, a mulher apresenta sentimentos de medo, tristeza e negação, associados a vários significados, predominando o símbolo da feminilidade, sensualidade e amamentação. Além do receio quanto aos tratamentos que poderão ser indicados, entre os quais se inclui a quimioterapia.6 Nesse sentido, a mulher mastectomizada, quando em tratamento quimioterápico, tende a ficar mais sensível e vulnerável aos estímulos que o mesmo provoca, muitas vezes, interferindo na promoção de uma resposta eficaz ao tratamento. A mastectomia costuma causar impacto, abalando a sua auto-estima. Quando associada à quimioterapia, esse é agravado ainda mais em decorrência dos efeitos colaterais, especialmente a queda de cabelo, podendo evidenciar respostas ineficazes que se refletem em medo, depressão, angústia e tristeza.6

ISSN 2179-7692 R. Enferm. UFSM 2011 Set/Dez;1(3):351-359

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Considerando o alto índice de mulheres acometidas por essa neoplasia que realizam a mastectomia e o tratamento de quimioterapia, que enfrentam as adversidades decorrentes do adoecimento, a natureza deste estudo torna-se relevante para a área da enfermagem e das políticas públicas de saúde direcionadas para o cuidado e atenção às mulheres com câncer de mama. Narrar a trajetória de vida de uma pessoa com câncer e identificar seus sentimentos e perspectivas, visa promover um cuidar qualificado e singular, que proporcione segurança e apoio nas etapas da evolução e tratamento da doença desde o diagnóstico.7 Nesse contexto, em que a experiência da neoplasia mamária é ampla e envolve diferentes momentos com significados distintos e com implicações na vida diária e nas relações entre a mulher e as pessoas do seu convívio, 8 questionamos: Como as mulheres mastectomizadas enfrentam o tratamento quimioterápico? A fim de responder este questionamento, objetivou-se identificar como as mulheres mastectomizadas enfrentam o câncer e o tratamento quimioterápico.

MÉTODO

O estudo adotou caráter descritivo com abordagem qualitativa, desenvolvido no Centro de Oncologia Dr. Muccini (CEONCO) de Petrolina/PE, unidade integrante da Associação Petrolinense de Amparo á Maternidade e à Infância (APAMI). É uma entidade sem fins lucrativos que proporciona atendimento materno-infantil com serviços médico-odontológicos e ações de promoção e prevenção. Realizada consultas oncológicas e de áreas de apoio com o objetivo de suporte individualizado para pacientes com câncer. O CEONCO é o único estabelecimento de saúde que realiza tratamento quimioterápico na região, atende uma área de aproximadamente 2 milhões de indivíduos dos municípios de Pernambuco e Estados circunvizinhos como, Bahia e Piauí. Em parceria com entidades afins e locais, participa constantemente de campanhas de esclarecimento sobre os tipos de câncer mais comuns na região. Em 2007, formalizou convênio com a Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF, passando a ser campo de estágio e aulas práticas para alunos de medicina, enfermagem e psicologia. A amostra foi constituída por seis mulheres que atendiam aos seguintes critérios de inclusão: estar cadastrada no CEONCO; com diagnostico de câncer de mama; em tratamento de quimioterapia. A coleta de dados foi realizada através de entrevista individual semi-estruturada, com base em roteiro pré-estabelecido, gravadas e posteriormente transcritas na íntegra, composta pelas

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