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Centro de convivência como proposta de envelhecimento saudável

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Por:   •  18/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  1.825 Palavras (8 Páginas)  •  298 Visualizações

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O Centro de Convivência como proposta para a vivência saudável do envelhecimento

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem por propósito refletir sobre a contribuição dos Centros de Convivência de Idosos para a melhoria da qualidade de vida de seus usuários, bem como do impacto de suas ações no enfrentamento dos aspectos biopsicossociais do processo de envelhecimento.

A reflexão está estruturada a partir da análise do contexto social, onde as necessidades sociais do idoso ganham visibilidade, tornando-se alvo de estatuto jurídico e de políticas públicas tanto no que concerne ao poder público quanto naquilo que é de competência da sociedade civil organizada.

Segundo PEIXOTO & CLAVAIROLLE (2005) à medida que as demandas sociais dos idosos ganharam visibilidade, foi estruturado um conjunto de equipamentos e serviços. Estas medidas foram integradas como diretrizes da política social da velhice e passaram a compor um mercado de bens e serviços que formam a rede de proteção social da pessoa idosa.

O Centro de Convivência é um desses equipamentos e sua proposta metodológica prioriza o atendimento ao idoso visando seu reengajamento social por meio do fortalecimento da auto estima, autonomia e fortalecimento de vínculos familiares.

A reflexão aponta que o maior desafio para que os Centros de Convivência alcancem seu objetivo está na capacidade de sensibilizar os usuários, sobretudo os homens, para aderir às atividades desenvolvidas.

A inclusão do envelhecimento na pauta das políticas públicas

A partir de 1960, os países em desenvolvimento observaram o surgimento de nova demanda para as suas diversas áreas de atuação. Tratava-se do fenômeno social do envelhecimento, já experimentado pelos países desenvolvidos e apontado pelos estudiosos da área como processo irreversível e com tendência a aumentar.

ARAÚJO e ALVES (2000) relatam que a população com menos de 20 anos cresceu 12% de 1980 a 1999, que a população idosa cresceu 70%, aumentando de 7,2 milhões para 12,6 milhões, e preveem que até o fim do século a expectativa de vida será acrescida de 20 anos.

O aumento da expectativa de vida, associada ao declínio da fecundidade, impactou sobre o perfil da população mundial uma vez que os idosos passaram a ocupar lugar de destaque na pirâmide demográfica. Segundo Teixeira (2008), o quantitativo de idosos, que em 1950 era de aproximadamente 204 milhões de pessoas, passou para 579 milhões em 1998.

Estrutura etária da população brasileira

Observando a estrutura etária do Brasil chama a atenção o que hoje é denominado como "fenômeno da feminilização do envelhecimento", significando que o número de mulheres idosas é superior ao quantitativo de homens idosos, situação atribuída ao alto índice óbitos entre os homens, decorrente do aumento da violência e a resistência do público masculino em buscar os serviços de saúde e demais serviços socioassistenciais.

Desenvolver um serviço como o Centro de Convivência, de caráter preventivo e socioeducativo, capaz de alcançar o universo masculino torna-se um grande desafio para os profissionais, pois o homem é mais resistente a aceitar o processo de envelhecimento como algo natural, uma vez que a identidade masculina é construída com base na autoridade, força e virilidade.

Outro dado que merece destaque é a concentração de pessoas na faixa de 50 a 59 anos que, apesar de juridicamente não serem considerados idosos, tem sido incorporados no público alvo das atividades preventivas dos Centros de Convivência, visto que vivenciam os desgastes próprios do processo de envelhecimento.

Para efeitos legais, no Brasil, o Estatuto do Idoso surge para regular os direitos daqueles com idade igual ou superior a 60 anos de idade. Apesar deste avanço, outras legislações responsáveis pela operacionalização de alguns dos direitos deste público são divergentes quanto à concepção de quem seria o demandatário dos serviços, como é o caso da concessão de benefícios como transporte municipal e Benefício de Prestação Continuada, cujas legislações de referência compreendem como idoso aqueles com idade igual ou superior a 65 anos.

Quanto à oferta dos serviços socioassistenciais, a concepção de envelhecimento adotada considera que este é derivado por múltiplos fatores e mais, que a forma com que cada pessoa vivencia a velhice está associada à sua trajetória de vida e, portanto, é singular.

"A velhice enquanto fenômeno social há que ser compreendida como resultante de um conjunto de determinantes econômicos, sociais, políticos e ideológicos que ocorrem na correlação de forças e contradições engendradas pelo modo de produção capitalista" (GOLDMAN, 2000:20).

Assim, a vivência da velhice é orientada pelo nível de inclusão social do idoso, pela forma com que este se relaciona com sua rede familiar, pelo acesso que possui a equipamentos de lazer associado à sua aptidão em desfrutar desses espaços, pela situação econômica e capacidade de atuação política e comunitária, bem como do próprio entendimento que este detém acerca da velhice.

O reconhecimento da velhice como fenômeno social não descaracteriza os aspectos fisiológicos do envelhecimento, mas os contextualiza no campo da diversidade que a realidade social nos aponta trazendo à baila um novo papel social para o idoso que impõe à sociedade organizada, aos gestores das políticas bem como aos executores destas, a necessidade de superar pré-conceitos e criar novas possibilidades em conjunto com os usuários dos serviços socioassistenciais, suas famílias e a rede comunitária.

O trabalho junto ao segmento idoso aponta, no que se refere à percepção deste acerca do envelhecimento e vivência da velhice, que os usuários tendem a percebê-la em duas perspectivas contraditórias em si: a primeira trata da velhice como meio de morte, fim, incapacidade, perda de potencialidades, caracterizada por comportamentos depressivos e pessimistas quanto ao presente e futuro. A vida presente está especificamente associada às realizações da mocidade e juventude.

A segunda perspectiva trata da velhice como possibilidade de viver e realizar, o que pode levar a um descontrole, à vivência de decepções e frustrações que podem incidir na qualidade de vida. Percebe-se

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