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Comunicação e trabalho: A comunicação na prática médica

Por:   •  7/8/2018  •  Resenha  •  902 Palavras (4 Páginas)  •  188 Visualizações

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SOUZA-E-SILVA, Maria Cecília Perez; PICCARDI, Tatiana. Linguagem, comunicação e trabalho: a comunicação na prática médica. In: Tempus - Acta de Saúde Coletiva, v. 6, ano VI, p. 209-222, 2012.

RENORMALIZANDO OS SABERES NA CONSULTA MÉDICA

O artigo das autoras Maria Cecília Perez Souza e Silva e Tatiana Piccardi intitulado “Linguagem, comunicação e trabalho: a comunicação na prática médica” disserta acerca da função da linguagem no processo de relação das situações de trabalho, aprofundando a discussão da função da linguagem na prática médica, sobretudo durante a realização da consulta médica.

Dentre os questionamentos que o texto apresenta em seu início, instigando o leitor a refletir sobre a função da linguagem (se é de representar a realidade, ou a realidade também é afetada por ela), certamente concorda-se que a linguagem não é apenas um instrumento de comunicação indiferente às relações sociais, mas interage com ela, bem como depende da relação com a realidade para a produção de sentido.

Essa definição vai ao encontro do que defende Saussure (1995), que foi um grande estudioso da linguagem: “[...] a linguagem é um sistema de signos, um sistema de convenções. Porém, o signo linguístico é arbitrário, é a união de uma forma significante e uma forma significada. Não há relação lógica entre uma determinada palavra e o que ela representa”.

A visão das autoras do artigo é de uma linguagem discursiva, ou seja, que “as práticas de linguagem ocorrem sempre vinculadas ao contexto sócio-histórico, sendo, portanto, indissociáveis da sociedade que as promove; e que reconhecido o funcionamento social da linguagem, os atores têm condições de apreender procedimentos enunciativos que visam à comunicação adequada em diferentes situações”.

Sendo assim, o sentido de um texto não está apenas nas informações que contém. Em lugar de seu tratamento apenas como informação, introduz-se a noção de efeito de sentido entre os interlocutores situados. Embora a língua seja a mesma para diversos enunciadores, o sentido do que dizem pode não sê-lo porque há outros fatores que não são da ordem da língua.

Posteriormente são apresentadas algumas definições no campo da perspectiva discursiva da linguagem, que no texto são chamadas de “leis”, que são a lei da pertinência (enunciação deve ser maximamente adequada ao contexto em que acontece: deve interessar ao coenunciador, fornecendo-lhe informações que modifiquem a situação), a lei da sinceridade (diz respeito ao engajamento do enunciador no ato de fala que realiza. Cada ato de fala implica um determinado número de condições), a lei da informatividade (incide sobre o conteúdo dos enunciados e estipula que não se deve dar mais nem menos informações que o necessário) e a lei do modo (prescreve a adequação do dito, seja falado ou escrito, a cada situação considerando os diferentes planos linguísticos, a entonação, o vocabulário, as pessoas do discurso, as modalidades).

A autora esclarece ainda outros conceitos, como das marcas linguísticas (atitude do enunciador em relação ao objeto do discurso e em relação ao coenunciador), que podem ser: as assertivas, as epistêmicas, as deônticas e as avaliativas. E o conceito de gêneros de discurso:

“[...] dispositivos de comunicação que só podem aparecer quando certas condições sócio-históricas estão presentes. [...] O gênero de discurso é um contrato, é fundamentalmente cooperativo e regido por normas. Todo gênero de discurso exige daqueles que dele participam a aceitação de um certo número de regras mutuamente conhecidas.”

Pode-se dizer

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