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Câncer Colorretal Estudo Epidemiológico

Por:   •  3/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.142 Palavras (17 Páginas)  •  198 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Câncer é o nome dado à um conjunto de mais de 100 doenças caracterizadas pela proliferação desordenada de células defeituosas nos tecidos e órgãos, com característica imortal e capacidade de produzir metástase, podendo espalhar para outras regiões do corpo. O conjunto destas células cancerosas é nomeado de tumor maligno, porém pode ocorrer também um tumor benigno, caso não ofereça risco de vida. Os tipos de câncer correspondem aos tecidos e células do corpo acometidas. (BARBOSA, 2014)

O câncer colorretal (CCR) se caracteriza pelo aparecimento destas células cancerígenas a partir de pólipos, que podem ser caracterizados como lesões benignas que podem aumentar  na parede da porção final do intestino grosso, no cólon e no reto se transformando em tumores malignos. A maioria das estatísticas sobre epidemiologia adota o termo câncer colorretal como aquele que acomete o cólon, a junção retossigmóide, o reto, o ânus e o canal anal, apesar das diferenças nas características epidemiológicas dos tumores, particularmente nos de ânus e canal anal. Em casos de detecção precoce, na maioria das vezes é curável se não tiver se espalhado para outros órgãos. (HABR-GAMA, 2018; BARBOSA, 2014; INSTITUTO DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, 2018).

O câncer desafia a ciência médica pelo seu alto grau de complexidade. Até hoje os estudos ainda são incapazes de responder o motivo pelo qual as células cancerígenas não são combatidas pelo sistema imunológico e a razão pela qual casos aparentemente idênticos entre si evoluem de maneiras discrepantes (BARBOSA, 2014).

Em 2008 o número de novos casos de câncer colorretal estimado para o Brasil era de mais de 12 mil para mulheres e mais de14 mil para homens, sendo a quarta neoplasia mais frequente em homens na região sul e a terceira em mulheres. Segundo o Instituto nacional de câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) em 2018 a estimativa de casos novos é de 36.360, sendo entre  mulheres 18.980 casos e entre homens 17.380 casos. (SIMÕES et al, 2008; INSTITUTO DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, 2018)

Fisiopatologia

A causa do câncer é ainda desconhecida, porém alguns fatores já foram relacionados com o seu desenvolvimento. Dietas ricas em gorduras e pobres em fibras alimentares, podem interferir no movimento fecal pelo intestino, aumentando o tempo de exposição da mucosa intestinal ás matérias digeridas, o que pode contribuir para a mutação das células nesse local. Outros fatores dietéticos se correlacionam com a incidência de câncer colorretal, são eles: alto consumo de proteínas; consumo de aditivos alimentares, como nitratos; baixa ingestão de cálcio; e também o método empregado na preparação do alimento, como em grelhas sobre carvão vegetal (SIMÕES et al, 2008; BARBOSA, 2014; SPRINGHOUSE, 2004).

A manifestação da doença também pode estar relacionada com fatores genéticos. A deleção nos cromossomos 17 e 18 podem promover a mutação e a transição de células da mucosa para um tumor maligno (SPRINGHOUSE, 2004).

Doenças inflamatórias intestinais como retocolite ulcerativa e Doença de Cronh e a presença de pólipos colorretais também foram relacionadas com a incidência de câncer colorretal. Há estudos que inserem no grupo de risco pessoas em condição de obesidade, sedentarismo e idade avançada (SIMÕES et al, 2008; BARBOSA, 2014; SPRINGHOUSE, 2004).

Quando o tumor se desenvolve do lado direito do cólon ascendente, onde as fezes ainda estão em forma líquida, podem aparecer dores abdominais, cólicas, fezes pretas como piche e massa sob palpação abdominal. Entretanto, o estágio inicial pode ser também assintomático. Já do lado esquerdo do cólon descendente, as fezes se encontram formadas, com isso o paciente pode se queixar de diarreias, constipação, sangramento no reto, sangue nas fezes, náuseas, vômitos, plenitude abdominal intermitente, cólicas e pressão no reto (SPRINGHOUSE, 2004).  

Estudos de revisão apontam que em mais de 75% dos casos o CCR pode ser definido como esporádico, de caráter não familiar e decorrente de uma exposição crônica da mucosa intestinal a agentes cancerígenos. À semelhança de outras neoplasias malignas, diferentes fatores parecem estar relacionados com a ocorrência da doença, sendo que os principais estudos epidemiológicos apontam para alguns fatores de risco envolvidos com o CCR. São eles:

• Idade: a incidência aumenta com a idade, sendo raros os casos em pessoas mais jovens, exceção feita às com predisposição hereditária. 

• Sexo: o câncer de cólon atinge de forma semelhante homens e mulheres, enquanto o de reto é mais comum no sexo masculino.

• História familiar: pessoas com histórico familiar de CCR apresentam um risco maior para o desenvolvimento deste câncer, sendo este aumento estimado entre 16% e 25% para homens e 10% e 15% para mulheres (uma ocorrência de CCR em parentes de 1o grau com menos de 45 anos ou dois ou mais casos de CCR em parentes de 2o grau).

• Histórico de adenomas: as pessoas com história de extirpação de pólipos adenomatosos são mais propensas a que estes reaparecem e se transformem em câncer.

• Histórico familiar de CCR hereditário: polipose adenomatosa familiar (PAF) ou câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC).

• Doença inflamatória intestinal: é associada a um maior risco para o desenvolvimento de CCR. (HABR-GAMA, 2005)

História natural da doença com fases

A história natural dessa doença é bem conhecida como uma lesão precursora que permanece localizado por um longo período de tempo (normalmente superior a dez anos), avança lentamente e se transforma em uma neoplasia maligna. Por conta disso é considerada uma doença passível de identificação, ressecção e, portanto, de prevenção através de provas de rastreamento populacional. Por conta disso é evidente que a detecção precoce é algo que faz muita diferença na recuperação do paciente (SPRINGHOUSE, 2004; HABR-GAMA, 2018).

A prevenção primária do CCR depende de aspectos relacionados ao estilo de vida, sendo apontados como principais fatores protetores: manter uma dieta equilibrada e rica em frutas, verduras e fibras; evitar o excesso de peso; limitar o consumo de carnes vermelhas, gorduras de origem animal e carnes processadas; limitar o consumo de álcool; não fumar e realizar atividade física regularmente. A prevenção secundária, por outro lado, baseia-se no largo intervalo que transcorre entre o início da lesão até o desenvolvimento do câncer invasivo, e compreende estratégias de prevenção como rastreamento populacional exame de indivíduos assintomáticos para a identificação presuntiva de doença ainda não conhecida. (HABR-GAMA, 2005)

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