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DEFICIÊNCIA DA MOLÉCULA MHC

Por:   •  8/4/2019  •  Artigo  •  1.811 Palavras (8 Páginas)  •  266 Visualizações

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DEFICIÊNCIA DA MOLÉCULA MHC 1

INTRODUÇÃO

Sabemos que o mundo atual em que vivemos encontra-se com uma imensa variedade de organismos infecciosos, como por exemplo: vírus, bactérias, fungos e protozoários. Logo, podemos identificar o agravante caso estes organismos infectarem o hospedeiro e não houver um efetivo controle sobre sua ação e multiplicação, poderão claramente produzir sintomas clínicos e inclusive levar o indivíduo à óbito.

Neste sentido, as células e moléculas são notadamente responsáveis pela nossa defesa contra as infecções. Assim, a função central do sistema imune é evidentemente distinguir antígenos estranhos tais como agentes infecciosos e/ou substâncias deles derivadas – de antígenos próprios dos tecidos corporais, a fim evidentemente de proporcionar a defesa contra organismos infecciosos.

Deve-se ter em consideração que mesmo as substâncias estranhas não infecciosas podem despertar respostas imunes no nosso organismo. Tal como fala-nos Miranda-Vilela (2007, p. 9):

É o caso da rejeição a enxertos e transplantes realizados entre duas pessoas incompatíveis imunologicamente. O sistema imune do receptor reconhece as proteínas celulares estranhas do doador e provoca rejeição do órgão doado. Uma outra situação semelhante parece envolver as células tumorais neoplásicas. Existem certas substâncias expressas ou produzidas pelas células neoplásicas que podem desencadear uma resposta imunológica contra o tumor. Além disso, em alguns casos, os próprios mecanismos que normalmente protegem contra a infecção e eliminam as substâncias estranhas são capazes de causar lesão tecidual e doença, por induzir resposta imune efetiva contra auto-antígenos. (MIRANDA-VILELA, 2007, p. 9).

A partir dessas experiências fundamentais abordadas acima, notamos a efetiva defesa do nosso corpo contra os micro-organismos, sendo claramente mediada pelas reações da imunidade.

MHC 1[pic 1]

Podemos definir MHC 1 como Locus do genoma onde encontra-se genes de  alta relevância para o sistema imune e autoimunidade. Veja a figura a seguir:

Figura 1 – MHC.

Fonte: http://www.usp.br/gmab/discip/zab1304/aula13.pdf.

Acedido em 30 Agosto de 2018.

O MHC está dividido em três classes – I, II e III – e ocupa uma região de aproximadamente 4 megabases (Mpb) no braço curto do cromossomo 6 (6p21.3). Mais de 220 genes organizados “cluster” têm sido localizados no MHC e, no mínimo 10% têm funções relacionadas ao sistema imune.

No que diz respeito à estrutura da molécula MHC, de acordo com Miranda- Vilela (2007, p. 17):

Como existem três genes agrupados em blocos que codificam moléculas MHC clássicas de classe I e três que codificam moléculas clássicas de classe II em cada um dos cromossomos homólogos das células somáticas, podemos esperar a expressão de, no mínimo, três diferentes proteínas de classe I e três de classe II nas células de indivíduos homozigotos. (MIRANDA-VILELA, 2007, p. 17).

Sabe-se que cada molécula MHC é uma glicoproteína transmembrana que claramente contém uma porção extracelular composta por 4 domínios. Assim sendo,  Miranda-Vilela (2007, p. 20), alude que:

No caso das moléculas do MHC de Classe I, três domínios globulares – α1, α2 e α3 – formam a cadeia pesada de 44 a 47 kDA (kilodaltons), enquanto o quarto domínio (β- 2 microglobulina) compõe a cadeia leve, de 12 kDA. As duas cadeias polipeptídicas estão ligadas não covalentemente. A maior parte da cadeia pesada se projeta para fora da superfície celular, sendo ancorada à membrana por uma região hidrofóbica. Uma pequena seqüência hidrofílica inclui a região C-terminal dentro do citoplasma. (MIRANDA-VILELA, 2007, p.20).

Conforme podemos visualizar na imagem a seguir:

[pic 2]

Figura 2 – Moléculas do MHC.

Fonte: (MIRANDA-VILELA, 2007, p.60)

Ainda vale a pena resssaltar que no MHC há 6 genes que codificam moléculas de classe I, como: HLA-A, HLA –B, HLA-C, HLA-E, HLA-F e HLA-G. E entre estas HLA-A, HLA-B e HLA-C são as que mais se destacam e são as mais polimórficas.

Por fim, as características gerais dos genes de MHC são 2 tipos: Classe I e Classe II, no qual codificam dois grupos de proteínas estruturalmente distintos. Sendo propriamente os genes de MHC os mais polimórficos[1] presentes no genoma de todas as espécies analisadas.

DEFICIÊNCIA DA MOLÉCULA MHC 1

 A deficiência da molécula MHC 1 é uma imunodeficiência primária (DIP) autossômica recessiva extremamente rara, que até agora tem sido relatada em apenas alguns casos em todo o mundo. Ela representa um grupo heterogêneo de distúrbios que coletivamente compartilham uma expressão superficial diminuída de moléculas de HLA de classe I.

Sabendo que a deficiência isolada das moléculas do MHC 1 é uma síndrome incomum. Pois, normalmente ocorre a partir de uma ausência de expressão das moléculas do MHC 1 em todas as células do corpo embora estas estejam presentes no sangue.

Lima (2018, p.2) alude que:

Gêmeos de uma família marroquina que foram identificados com esta síndrome apresentavam uma mutação no gene do TAP. O TAP transporta peptídeos, oriundos do processamento pelo proteassoma, do citoplasma para o retículo endoplasmático onde estes se associam a moléculas do MHC classe I e beta2-microglobulina. A deficiência na expressão do TAP, leva à ausência de peptídeos o que induz a destruição das moléculas do MHC classe I no citoplasma. A ausência das moléculas do MHC classe I nas APCs reduz a seleção tímica de linfócitos T CD8+ e conseqüentemente a resposta a parasitas intracelulares e a tumores, nos órgãos linfóides secundários. (LIMA, 2018, p.2)[2].

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