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DENGUE NO BRASIL

Por:   •  13/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.940 Palavras (8 Páginas)  •  421 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

A dengue é uma doença febril aguda, que pode apresentar um amplo espectro clínico. A maioria dos pacientes se recupera após a evolução clínica leve e auto-limitada, mas uma minoria progride para a doença grave. Constitui-se um sério problema de saúde pública no mundo por apresentar um grande número de casos.

Ela ocorre especialmente nos países tropicais e subtropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e proliferação do Aedes aegypti e Aedes albopictus. O Ae. aegypti é o vetor mais importante na transmissão da doença e também pode transmitir o vírus da febre amarela urbana e o vírus Chikungunya. A transmissão da dengue ocorre através da picada dos mosquitos e também pode ocorrer pela transmissão vertical e por transmissão sanguínea.

A dengue apresenta um tempo de incubação que pode variar de 4 a 10 dias. A infecção por dengue pode ser assintomática ou causar doença, cujo espectro inclui desde formas oligossintomáticas até quadros graves com choque com ou sem hemorragia, podendo evoluir para óbito.

As principais formas clínicas da doença são a dengue clássica (DC) e a febre hemorrágica da dengue (FHD). A primeira caracteriza-se por febre alta (39 a 40ºC) de inicio abrupto, cefaleia, mialgia, artralgia, prostração, astenia, dor retroorbital, exantema, prurido cutâneo, podendo acompanhar anorexia, náusea, vômitos, petéquias e sangramentos leves de mucosas. A segunda, forma grave da doença, caracteriza-se por defervenscência da febre e sinais de alarme, como dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural e pericárdico), sangramento nas mucosas, letargia ou irritabilidade, hipotensão postural (lipotímia), hepatomegalia maior do que 2 cm e aumento progressivo do hematócrito.

  1. “DENGUE: LIRAa APONTA 340 MUNICÍPIOS EM SITUAÇÃO DE RISCO”

Um importante instrumento utilizado pelos municípios brasileiros para orientar ações de prevenção e controle da dengue e chikungunya é o chamado Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa). Este levantamento identifica os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor das doenças e os tipos de recipientes com água parada que servem de criadouros mais comuns.

        O índice utilizado pelo LIRAa classifica os municípios de acordo com a porcentagem de casas visitadas com larvas do mosquito Aedes aegypti, sendo eles divididos em:

  1. Municípios de risco: apresentam larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados;
  2. Municípios de alerta: menos de 3,9% dos imóveis pesquisados têm larvas do mosquito;
  3. Municípios satisfatórios: menos de 1% dos imóveis pesquisados têm larvas do mosquito.

        O último LIRAa, que contou com a participação de 1844 municípios entre janeiro e fevereiro deste ano, teve seus resultados expostos na primeira quinzena de março, e mostrou que 340 (18,4%) dos municípios são considerados de risco para a ocorrência de epidemias de dengue e 877 (47,5%) estão em alerta. A região Nordeste concentrou a maioria dos municípios com índices de risco de epidemia de dengue (171), seguida pelo Sudeste (54), Sul (52), Norte (46) e Centro-Oeste (17).

        Em relação ao perfil dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, outra variável analisada pelo LIRAa, as regiões Sul, Norte e Centro-Oeste mostraram como principal foco do mosquito o lixo que não é adequadamente manejado, enquanto no Nordeste o armazenamento de água é a principal fonte de preocupação. Na região Sudeste, a maioria dos focos encontrados foi nos depósitos domiciliares, como vasos de plantas.

        De acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde referente à Semana Epidemiológica (SE) 15 de 2015, 745.957 casos de dengue foram notificados no país, mostrando um importante aumento em comparação ao mesmo período de 2014 (223.227 casos). Além disto, foram confirmados 404 casos de dengue grave e 5.771 casos de dengue com sinais de alarme. No mesmo período de 2014, foram confirmados 270 casos graves e 3.115 casos de dengue com sinais de alarme.

        A análise das incidências (número de casos/100 mil hab.) por região demonstra aumento em 2015 em todas as regiões do país, com o Sudeste e o Centro-Oeste apresentando os maiores índices: 575,3 casos/100 mil hab. e 560,7 casos/100 mil hab., respectivamente.

        Em relação à chikungunya, até a SE 15, foram notificados 3.135 casos autóctones suspeitos, sendo 1.688 confirmados. Em 2014 (SE 37 a 53), o número de casos autóctones suspeitos foi de 3.657, com 2.772 confirmados. Entre 2014 e 2015, foram confirmados 100 casos importados da doença, de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela e Ilhas do Caribe.

        As ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue e a febre chikungunya, incluem: contratação de agentes de vigilância, distribuição de insumos estratégicos (como larvicidas, inseticidas e kits para diagnóstico), divulgação dos guias de vigilância entre outras atitudes. O Ministério da Saúde promoveu, ainda, dois grandes mutirões de combate à dengue chamados de Dia D de combate ao Aedes aegypti.

  1. “DENGUE NO BRASIL: SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E CONTRIBUIÇÕES PARA UMA AGENDA DE PESQUISA”

Em termos de número de casos, a dengue representa a segunda mais importante doença transmitida por vetor no mundo, ficando atrás apenas da malária. Por este motivo, tem despertado interesse de pesquisadores e organismos nacionais e internacionais de saúde publica.

   A faixa de distribuição da dengue abrange uma extensa área abaixo e acima do equador. A partir da década de noventa, os países da America Central e do Sul passaram a se destacar no cenário da dengue em relação ao Sudeste Asiático, que, até então, constituía-se como a região mais atingida do mundo.

  Essas duas regiões apresentam importantes diferenças epidemiológicas da doença, com destaque para a maior proporção de casos de febre hemorrágica da dengue (FHD) no Sudeste Asiático, e expressiva incidência de casos de febre da dengue (FD) nas Américas. Alem disso, no Sudeste Asiático, a doença atinge principalmente a faixa etária infantil, enquanto que no Brasil, até 2006, a incidência das duas formas da doença era muito mais elevada em adultos. Contudo, a partir de 2007, a mudança de faixa etária para casos menores de quinze anos, internados por FHD por todo o Brasil, veio aumentando com a ocorrência de uma epidemia em 2008 na cidade do Rio de Janeiro, afetando principalmente essa faixa etária, apresentando ambas as formas da doença (FD e FHD).

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