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FARMACIA HOSPITALAR

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Por:   •  17/2/2015  •  6.136 Palavras (25 Páginas)  •  341 Visualizações

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MEDICAMENTO, FARMÁCIA, FARMACÊUTICO E O USUÁRIO:

novo século, novas demandas

Alide Marina Biehl Ferraes, Farmacêutica, Mestre em Saúde Coletiva/Universidade Estadual de Londrina/PR,

Luiz Cordoni Junior, Médico, docente do DESC/UEL/PR, Doutor em Saúde Pública

RESUMO

O artigo se propõe a discutir sobre o medicamento, a farmácia, o farmacêutico e o usuário, no processo saúde doença e apontar tendências para o século XXI. O estudo utilizou a problematização e a análise se baseou em textos de Revisão Bibliográfica selecionada. Após leitura crítica, as questões que nortearam a reflexão foram: Frente à indústria do medicamento, é lucrativa a orientação sobre o uso racional do medicamento? O medicamento é mercadoria? A farmácia é um estabelecimento de saúde ou um mero comércio? Qual é o papel do farmacêutico no novo modelo assistencial? A ênfase deve ser no usuário ou no medicamento? Como o conceito de atenção farmacêutica pode ser articulado nos processos de saúde e formação profissional?

O artigo aponta para as possibilidades de resgate do papel, função e valorização do farmacêutico; da farmácia como estabelecimento de saúde com enfoque na atenção básica; e do medicamento como insumo crítico, mas útil para promoção e recuperação da saúde. Destaca a orientação farmacêutica na promoção do uso correto do medicamento e aponta a atenção farmacêutica como possível tendência para uma maior aproximação com o usuário, com vistas à adesão ao tratamento farmacológico e alcance de resultados concretos de melhoria da qualidade de vida. O estudo sugere reflexão sobre a atenção farmacêutica durante a graduação como estratégia na formação do farmacêutico para as novas demandas e enfatiza a necessidade de ampliar as discussões sobre a interação do farmacêutico com os demais profissionais no Sistema Único de Saúde (SUS).

Palavras chave: farmacêutico e saúde pública; usuário; medicamento; farmácia; atenção farmacêutica.

ABSTRACT

MEDICATION, PHARMACY, PHARMACIST AND THE PATIENT:

tendencies for the 21st century

This article discusses how medication, pharmacy, pharmacist and the patient interact in the disease-health process and points to tendencies for the 21st century. The study used the problematization and the analysis was based in a bibliographic review. After an initial critical reading, the following questions guided the reflection: Given the structures of the pharmaceutical industry, is it lucrative to think in terms of a rational use of medication? Is the medication simply a commodity? Is the pharmacy a health institution or mere commerce? What is the role of the pharmacist in the model of health care? Must the emphasis of the pharmacist’s work be on the medication or the patient? How can the concept of pharmaceutical care be articulated in the health process and in the professional’s training?

The article points to the ways in which the role, function, and value of the pharmacist can be rescued, how the pharmacy can work as a health institution in terms of primacy care, and how the critical role of medication both as product and as key to health promotion and recovery. It highlights the need of pharmaceutical guidance in promoting the correct use of medication and suggests that pharmaceutical attention helps the patient to maximize treatment adherence and concrete improvement in the quality of life. The article suggests that the question of pharmaceutical care be integrated in the pharmacist’s academic training so that she might be able face the new demands. It also emphasizes the need to widen the discussion of the interaction of the pharmacist with other professionals within the universal health care system (SUS).

Keywords: Pharmacist and Public Health; Patient; Medication; Pharmacy; Pharmaceutical Care.

Introdução

Atualmente, a farmácia e o farmacêutico têm sido alvos de uma série de discussões quando entram em cena aspectos relacionados à saúde (ou não!) da população. Estes aspectos dizem respeito a medicamentos falsificados, empurroterapia, preço abusivo de medicamentos essenciais, genéricos, livre concorrência no mercado de trabalho, propagandas transformando o medicamento em mágica curadora de todas as doenças, sem nem ao menos alertar para possíveis efeitos indesejados que podem ser provocados pelos mesmos, enfim, um grande incentivo ao consumo de medicamentos (FERRAES, 2001).

O século passado foi marcado com grandes avanços científicos e tecnológicos em diversas áreas inclusive na industrialização dos medicamentos. Por outro lado, a formação universitária não tem seguindo o mesmo ritmo e capacita profissionais que, na maioria das vezes, têm dificuldade de se adaptar às exigências da sociedade. Isto porque, os estudos concentram teoria e as ações subseqüentes acabam não contemplando a realidade e a demanda social (FERRAES, 2001).

Além disso, a indústria farmacêutica – hoje uma grande potência mundial – tornou-se capaz de exercer um “poder generalizado” sobre o ser humano. Este poder acaba submetendo muito sutilmente os indivíduos das mais diversas classes a um tipo de controle social. Conforme Cohen apud Chammé (1997), o

controle social é, na verdade, uma extensão do processo de socialização. Refere-se aos meios e métodos usados para induzir uma pessoa a corresponder às expectativas de um grupo particular ou da sociedade mais ampla. Se o controle social é exercido com eficiência o comportamento do indivíduo será consistente com o tipo de comportamento esperado.

O poder da indústria farmacêutica é alimentado pelo marketing, propagandas duvidosas, muitas vezes ou quase sempre enganosas, publicidade que oferece tipos ideais e perfeitos de medicamentos sempre de última geração, cada vez mais potentes (e mais caros!) do que aqueles que os antecederam. A propaganda de medicamentos acaba sendo um grande estímulo ao usuário, levando-o a comprar os produtos anunciados, e fazendo-o pensar que pode ter todos os seus problemas resolvidos com esta compra. Triste e cara ilusão para alguns! Mas, certamente lucro real para outros! A propaganda de medicamentos acaba induzindo muitas pessoas a comprarem

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