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MYTOTOXINES: O QUE, PRINCIPAIS COGUMINOS E PRINCIPAIS TOXINAS

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Por:   •  24/11/2013  •  Tese  •  2.121 Palavras (9 Páginas)  •  530 Visualizações

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MICOTOXINAS: O QUE SÃO,

PRINCIPAIS FUNGOS E PRINCIPAIS TOXINAS

As toxinas produzidas por fungos filamentosos são denominadas de micotoxinas.

Este termo, por um consenso geral, é utilizado quase que exclusivamente para fungos de alimentos e de rações, excluindo aquelas toxinas produzidas por cogumelos.

Micotoxinas são metabólitos secundários, aparentemente sem qualquer função no metabolismo normal dos fungos. Elas são produzidas, ainda que não exclusivamente, à medida em que o fungo atinge a maturidade.

Estudos têm revelado a existência de, pelo menos, cerca de 400 diferentes micotoxinas (BETINA, 1984).

A definição de micotoxina não é uma tarefa fácil. Em virtude da diversidade de sua estrutura química, das origens de sua biossíntese, de seus amplos efeitos biológicos, e de serem produzidas por uma enorme variedade de espécies fúngicas, conduzem a uma definição correlacionada ao grupo de especialista envolvido no seu estudo. Um clínico geral, por exemplo, classificaria essas substâncias de acordo com seus efeitos no órgão afetado.

Assim, elas seriam chamadas de hepatotoxinas, nefrotoxinas, neurotoxinas, imunotoxinas e outras denominações. Um especialista em biologia celular poderia chamá-las de teratogênicas, mutagênicas, carcinogênicas e alergênicas. O especialista em química orgânica poderia classificá-las de lactonas, coumarinas etc. Um bioquímico optaria pelas origens de suas biossínteses, chamando-as de poliketídeos, derivados de aminoácidos etc. Alguns médicos poderiam denominá-las de acordo com as doenças causadas, tais como fogo-de-santo-antônio (ergotismo), stachybotryotoxicosis etc., enquanto que os micologistas as classificariam pelo nome do fungo produtor, tais como toxinas de Aspergillus, toxinas de Penicillium, toxinas de Fusarium, etc. (BENNETT e KLICH, 2003).

Não obstante, nenhuma dessas definições seja suficiente para caracterizar as micotoxinas, em um aspecto todos os pesquisadores concordam, elas estão amplamente incorporadas aos alimentos e seus derivados, constituindo-se em um sério problema de saúde pública (BENNETT e KLICH, 2003).

As micotoxinas podem entrar nas cadeias alimentares humana e animal por meio de contaminação direta ou indireta. A contaminação indireta de alimentos e rações ocorre quando um ingrediente qualquer foi previamente contaminado por um fungo toxigênico, e mesmo que o fungo tenha sido eliminado durante o processamento, as micotoxinas ainda permanecerão no produto final. A contaminação direta, por outro lado, ocorre quando o produto, o alimento ou a ração, se torna contaminado por um fungo toxigênico, com posterior formação de micotoxinas.

Sabe-se que a maioria dos alimentos e rações pode permitir o crescimento e o desenvolvimento de fungos toxigênicos, tanto durante a produção, quanto durante o processamento, o transporte e o armazenamento (FRISVAD e SAMSON, 1992).

A ingestão de micotoxinas por seres humanos ocorre principalmente pela ingestão de produtos vegetais contaminados, bem como pelo consumo de produtos derivados dos alimentos, tais como leite, queijo, carnes e outros produtos animais (SMITH et al., 1995).

São reconhecidos os efeitos noviços desses compostos sobre a saúde humana e animal, sendo capazes de induzirem efeitos carcinogênicos, hepatotóxicos e mutagênicos.

Desde há muito tempo, é conhecido que a ingestão de alguns cogumelos (macrofungos) pode apresentar sérios riscos à saúde humana.

Entretanto, apenas mais recentemente é que se confirmou que metabólitos produzidos por fungos filamentosos (microfungos), ao entrarem na cadeia alimentar, têm sido responsáveis por verdadeiras epidemias em humanos e animais.

Não existem relatos de surtos causados por aflatoxinas ou qualquer outra micotoxina no Brasil (MANUAL...,2007).

PRINCIPAIS FUNGOS:

As micotoxinas são produzidas por uma variedade de fungos, especialmente por espécies dos gêneros Aspergillus, Fusarium e Penicillium.

PRINCIPAIS TOXINAS:

Aflatoxinas: As principais aflatoxinas conhecidas são denominadas de B1, B2, G1 e G2, com base na fluorescência delas sob luz ultravioleta (B=Blue, G=Green) e na sua mobilidade durante a realização de cromatografia de camada delgada.

Elas são produzidas por A. flavus, A. parasiticus, embora mais recentemente

as espécies A. nomius, A. bombycis, A. pseudotamari e A.ochraceoroseus tenham também se mostrado aflatoxigênicas (KURTZMAN et al., 1987; PETERSON et al., 2001; MOSS, 2002). Com exceção de A. flavus e A. parasiticus, as demais espécies mencionadas são de ocorrência pouco freqüente na natureza. Sob o ponto de vista micológico, existem enormes diferenças qualitativas e quantitativas com relação à capacidade aflatoxigênica de isolados de A. flavus. Sabe-se que apenas 50% das cepas dessa espécie produzem aflatoxinas.

No Brasil, aflatoxinas têm sido encontradas em amendoim e seus derivados (SANTOS et al., 2001; OLIVEIRA et al, 1997; CALDAS et al., 2002), em alimentos destinados a bovinos e em leite líquido (TAVEIRA e MIDIO, 1999; PEREIRA et al., 2005), em amêndoas de castanha-do-brasil e de cajueiro (CASTRILLON e PURCHIO, 1988; FREIRE et al., 1999; 2000).

Fumonisinas: essas substâncias são produzidas por diversas espécies do gênero Fusarium, especialmente por Fusarium verticillioides (anteriormente classificado como Fusarium moniliforme), Fusarium proliferatum e Fusarium nygamai, além da Alternaria alternata f. sp. lycopersici (BENNETT e KLICH, 2003).

Outras espécies, tais como F. anthophilum, F. dlamini, F. napiforme, F. subglutinans, F. polyphialidicum e Fusarium oxysporum têm, também, sido incluidos no grupo de produtores dessas micotoxinas (POZZI ET al., 2002). As fumonisinas constituem um grupo o qual engloba, até o momento, 16 substâncias denominadas de B1(FB1, FB2, FB3 e FB4), A1, A2, A3, AK1, C1, C3, C4, P1, P2, P3, PH1a e PH1b (MUSSER e PLATTNER, 1997; AH-SEO e WON LEE, 1999).

Ao contrário de outras micotoxinas, as quais são solúveis em solventes orgânicos, as fumonisinas são hidrossolúveis, o que tem dificultado seu estudo. É provável que muitas outras micotoxinas permaneçam ainda desconhecidas, graças a essa característica de hidrossolubilidade.

No Brasil, essas micotoxinas já foram detectadas em vários substratos,

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