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O CÂNCER DE COLO UTERINO: CAUSAS, TRATAMENTOS E EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIOTERAPIA.

Por:   •  8/4/2020  •  Trabalho acadêmico  •  5.357 Palavras (22 Páginas)  •  239 Visualizações

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CÂNCER DE COLO UTERINO: CAUSAS, TRATAMENTOS E EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIOTERAPIA.

Iara Keller de Oliveira Neves Silva

Graduanda do curso de Tecnologia em Radiologia- Faculdade LS     

Msc. Kelly Cristina Rodrigues Simi

Professora Mestre do curso de Tecnologia em Radiologia da Faculdade LS

Resumo

O câncer do colo uterino é uma das neoplasias que mais causa morte na população feminina. A cada ano, estima-se que 18 mil novos casos são diagnosticados no Brasil. Estudos tem associado o desenvolvimento do câncer cérvico uterino com a infecção pelo papiloma vírus humano (HPV). Os tipos de alto risco (16 e 18) são os que podem desenvolver esse tipo de câncer. O câncer do colo uterino é frequentemente tratado com radioterapia. A terapia com radiação pode ser combinada com a quimioterapia. O objetivo dessa associação é aumentar a eficácia do tratamento radioterápico. Para câncer cervical que ainda não se espalhou pela cérvix, os procedimentos frequentemente usados são: conização, histerectomia e braquiterapia. Os efeitos colaterais da radioterapia e quimioterapia dependem da mulher e da dose usada e pode incluir fadiga, risco a infecções, náuseas e vômitos, perda de cabelo, perda de apetite e diarreia. Esses efeitos adversos geralmente desaparecem no final do tratamento. Já os efeitos a longo prazo do tratamento pode incluir a inabilidade de ficar grávida e menopausa precoce. No intuito de prevenir a infertilidade, vários procedimentos podem ser realizados, dentre eles, a criopreservação do ovário antes do tratamento.

CERVICAL CANCER : CAUSES, TREATMENTS, AND BIOLOGICAL EFFECTS OF RADIATION THERAPY

Abstract

The cervical câncer is one of the most frequent cause of death in female population. Each year, an estimated 18.000 cases are newly diagnosed in Brazil. Studies have associated human papillomavirus (HPV) infection with the developmnet of cervical cancer. High-risk types (16 and 18) have been connected with that cancer. Cervical cancer is often treated along with radiation therapy. The radiation therapy can be used in combination with chemotherapy. The goal of therapy association is to increase the effectiveness of the radiation treatment. For cervical cancer that has not spread beyond the cervix, the procedures are often used are: conization, hysterectomy and brachytherapy. The side effects of radioteraphy and chemotherapy depend on the woman and the dose used, but they can include fatigue, risk of infection, nausea and vomiting, hair loss, loss of appetite, and diarrhea. These side effects usually go away once treatment is finished. Other possible long-term side effects include the inability to become pregnant and early menopause.  In order to prevent sterilization, ovarian transposition before pelvic irradiation is mandatory. Besides cryopreservation of ovarian tissue before administration of treatment can be done.

Descritores: câncer de colo uterino, radioterapia, HPV, infertilidade feminina.

INTRODUÇÃO

O câncer é o nome dado ao conjunto de mais de 100 tipos de diferentes doenças, causadas pelo crescimento desordenado de células. As células tumorais são originadas de uma célula normal do organismo que sofreu o processo de transformação. Esse processo pode ser desencadeado por diversos fatores (intrínsecos ou extrínsecos) e pode afetar diversos tipos de órgãos e tecidos (INCA 2014).

Segundo dados de OPAS/OMS (2013), o câncer do colo do útero é o segundo câncer com maior incidência em mulheres em todo o mundo. A maior parte das mulheres que morrem com esse tipo de câncer vivem em países de baixa e média renda. Isso se deve ao precário serviço de detecção precoce e tratamento.

Mesmo com o efetivo rastreamento realizados pelos programas de saúde voltados para o atendimento da mulher, o câncer de colo uterino é responsável por altos índices de letalidade feminina e é uma doença temida pelas mulheres devido ao valor emocional que o órgão atingido representa no universo feminino.

Esse tipo de câncer é caraterizado pela replicação desordenada de células do epitélio e representa uma neoplasia maligna iniciada com transformações intra-epiteliais, de caráter progressivo, caso não seja detectado precocemente. Por ser normalmente assintomático em seu estágio inicial de desenvolvimento, acredita-se que leve a invasão de órgãos e estruturas em todos os casos não tratados precocemente (LINARD et al, 2002).  A replicação epitelial pode ser facilmente detectada através do exame preventivo de Papanicolau, exame citopatologico usado para rastreamento do câncer do útero em diversos países, incluindo o Brasil (BRATS, 2011). A faixa etária atingida é de 20 a 29 anos, aumentando seu risco rapidamente até atingir o pico etário entre 50 e 60 anos.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o carcinoma uterino pode ser classificado em duas categorias (dependendo da sua origem epitelial): o carcinoma epidermoide, tipo mais comum, que atinge o epitélio escamoso e o adenocarcinoma, o tipo mais raro, que acomete o epitélio glandular.

Estudos do perfil epidemiológico do câncer de colo uterino têm relacionado o seu desenvolvimento com o comportamento sexual das mulheres. Atualmente as mulheres iniciam precocemente a vida sexual, tornando-se vulneráveis ao fator de risco para o desenvolvimento de lesões intra-epiteliais de alto grau e infecção pelo vírus papiloma humano (GUIA DO HPV, 2013). Além disso, a sobreposição de fatores como tabagismo, considerado um importante fator de risco isolado, pode ser agravado quando há associação com o HPV, assim como higiene genital, gestação precoce, uso de contraceptivos orais, exposição à radiação ionizante, condições socioeconômicas e a multiplicidade de parceiros.

De acordo com as estimativas do INCA (2014), foram previstos 15.590 casos novos de câncer do colo do útero, com um risco estimado de 15,33 casos a cada 100 mil mulheres para o ano de 2014 no Brasil.

O tratamento radioterápico é o principal tratamento utilizado no câncer de colo uterino e o tipo a ser realizado está diretamente relacionado com diversos fatores, tais como, estadiamento da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade e desejo de preservação da fertilidade (INCA 2001).

JUSTIFICATIVA

O câncer de colo uterino tem sido considerado um problema de saúde pública por exercer um peso importante na mortalidade feminina. Portanto, deve ser merecedor de grande atenção por parte dos profissionais de saúde. Por ser um tipo de câncer com evolução lenta, a maior parte das pacientes chegam na primeira consulta em estágio avançado da doença diminuindo a possibilidade de cura. Mulheres com câncer de colo uterino devem submeter-se a tratamentos com radiações ionizantes, de forma isolada ou associada a outro tratamento como a quimioterapia. Contudo, poucas mulheres compreendem os efeitos colaterais provocados por esse tratamento. Nesse contexto, é importante a realização de trabalhos que esclareçam a gravidade deste tipo de câncer, bem como os efeitos que o tratamento podem provocar. Uma vez que esse tipo de câncer tem atingido cada vez mais mulheres em idade reprodutiva, é importante salientar os efeitos desse tratamento na fertilidade feminina e apresentar alternativas que possibilitem gestações pós-tratamento.

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