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O ato de uso de drogas

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Por:   •  29/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  1.923 Palavras (8 Páginas)  •  232 Visualizações

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Introdução

O ato de consumir drogas é uma prática cultural do ser humano no transcorrer da história da humanidade, sendo que a maioria dos grupos sociais tem convivido com as drogas ao longo do tempo. As primeiras experiências com drogas ocorrem na adolescência, nesta fase o individuo é vulnerável do ponto de vista psicológico e social. (1. Dezontinel FR, Nascimento JWL, Menezes FG, Godoy MP, Antonialli MMS. Uso de drogas entre adolescentes estudantes de escola da rede privada em São Paulo. Conscientiae Saúde. 2007;6(2):323-8.)

O uso de álcool no Brasil varia de região para região, o fato mais inquietante é a comprovação de que 5,2% dos adolescentes (12 a 17 anos) eram usuários e dependentes do álcool, no Norte e no Nordeste essa porcentagem ficou próxima dos 9% do levantamento domiciliar, podendo ser percebido como um grave problema da Saúde Pública no Brasil. (2. Martini JG, Furegato ARF. Representações sociais de professores sobre o uso de drogas em uma escola de ensino básico. Rev Latino Am Enferm. 2008;16(n.esp):601-6.)

A compreensão das representações sociais dos adolescentes sobre a questão das bebidas alcoólicas e sobre o alcoolismo favorece conhecer o entendimento que eles têm sobre o objeto psicossocial no seu cotidiano, e como influenciam suas práticas, destaca-se a necessidade de desvelar o universo do alcoolismo concentrando-se na história de vida dos adolescentes, para poder compreender suas atitudes e comportamentos adotados frente à droga. Foram analisados atitudes de um grupo de adolescentes que participam de uma instituição de apoio no Pará frente a ingestão de bebidas alcoólicas. (3. Zalaf MRR, Fonseca RMGS. Abusing alcohol and other drugs in students' dormitories: knowing it in order to face it. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [citado 2010 fev. 10];43(1):132-8.)

Ao final da análise chegou-se a seguinte categoria temática: Atitudes e comportamentos em relação à ingestão de bebidas alcoólicas, que se desdobrou em duas subcategorias: O consumo do álcool em suas diversas formas e situações (na qual se observa que entre as bebidas mais consumidas pelos adolescentes é a cerveja, empregada em situações de laser e diversão) e Álcool: um caminho para outras drogas (foi possível notar que os efeitos de prazer produzidos pela alta ingestão etílica propiciaram o acesso dos jovens ao uso de outras drogas psicoativas ilícitas, tais como: maconha, cocaína e tíner). (4. Galduroz JCF, Caetano R. Epidemiologia do uso do álcool. Rev Bras Psiquiatr. 2004;26 Supl 1:3-6.)

A interação social para os adolescentes implica no consumo de bebidas alcoólicas, visto que para a inserção do adolescente em um determinado grupo social é necessário, em dados momentos, a experimentação de novas sensações e, entre elas a ingestão de bebida alcoólica. (5. Jodelet D. As representações sociais. Rio de Janeiro: EDUERJ; 2001. Representações sociais: um domínio em expansão; p.18-44.)

Sendo assim os adolescentes tem consumido bebidas alcoólicas em festas e finais de semana como meio de diversão e de esquecimento dos problemas, gerando muita das vezes uma dependência dessas substâncias. (6. Bertaux D. Los relatos de vida. Barcelona: Edicions Belterra; 2005.)

Mundialmente o álcool está entre os mais importantes fatores de risco para deficiências, morbidade e mortalidade da população e o alcoolismo configura-se como uma das dez doenças incapacitantes em todo mundo. Existindo evidências dos efeitos nocivos do álcool sobre muitas enfermidades, como cirrose hepática, enfermidades mentais, vários tipos de câncer, pancreatite e acometimentos fetais na gestação, relacionando-se estreitamente com acontecimentos de efeitos sociais adversos, como mortes e acidentes por dirigir embriagado, aumento da agressividade, rupturas familiares e redução de produtividade. (7. Chizzotti A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 6ª ed. São Paulo: Cortez; 2003.)

No Brasil o II levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas apontou que o uso de álcool pela população atinge mais de 20 milhões de pessoas, considerando esses percentuais é possível entender as elevadas taxas de pacientes relacionados ao alcoolismo ocupando leito de hospitais gerais do país. (8. Belém. Prefeitura Municipal; Fundação Papa João XXIII. Projeto Tribos Urbanas [Internet]. Belém; 2008. [citado 2010 fev 10].)

Nas unidades hospitalares a maior parte do tempo de internação e do contato que o paciente alcoolista tem é com o enfermeiro e sua equipe, assim as atitudes que o profissional tomar em relação à forma de tratar esse paciente irá contribuir para seu tratamento, tanto em desordens orgânicas como psíquicas.( 9. Padilha MICS, Guerreiro DMVS, Coelho MS. Theoretical-methodological aspects of social representations and their use in nursing. Online Braz J Nurs [Internet]. 2007 [citado 2010 mar. 11];6(2).) Quanto ao assistir o paciente nessa determinada situação três fatores são fundamentais para o exercício da enfermagem: atitudes positivas, conhecimentos específicos sobre a doença e suas peculiaridades e o desenvolvimento de habilidades para a atuação com essa clientela. (10. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 10ª ed. São Paulo: Hucitec; 2007.)

Estudos descritivos e exploratórios realizados no mundo todo de grupos de enfermeiros de hospitais gerais frente às habilidades de identificação para ajudar os pacientes alcoolistas apontaram que muitos acreditam que fatores emocionais são importantes causas do alcoolismo, e que o alcoolista é incapaz de controlar sua capacidade de ingerir bebida alcoólica e os que bebem socialmente no futuro podem se tornar dependentes e que os alcoolistas não estão dispostos a se recuperar e são pessoas fracas. Uma grande parte esperava que os pacientes reagissem negativamente quando questionados sobre seus hábitos alcoólicos, mas após certo tempo de rastreamento e intervenções frente ao problema, apenas 10% relataram experiências de reações negativas dos pacientes. Os autores concluíram ainda a falta de habilidades e conhecimentos dos enfermeiros que se refere ao tema álcool e alcoolismo. (11. Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2008.)

Já no Brasil estudos e pesquisas vêm sendo realizados sobre o tema e apontaram que os participantes consideravam o alcoolismo uma doença e acreditavam que esses pacientes deveriam receber tratamento médico e consultas psiquiátricas e que os alcoolistas tratavam-se de pessoas fisicamente doentes. (12. Lima LP. Atitudes: estrutura e mudança. In: Vala J, Monteiro MB. Psicologia social. 7ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; 2006. p. 187-225.)

A pesquisa constatou

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