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Por Que Ser Dama Na Rua E Puta Na Cama Não Faz Sentido

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Por:   •  2/10/2013  •  774 Palavras (4 Páginas)  •  674 Visualizações

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Mulher pra casar não vira a noite na balada. Mulher pra casar se dá o respeito e usa roupas comportadas, ao invés de sair exibindo decote e coxas por aí. Também não fuma, porque sabe que isso é coisa de homem. Beber, então, no máximo uma taça de vinho. Porque cerveja é algo masculino demais e não combina, né? Mais importante ainda: mulher não dá na primeira noite. Se você conseguir levar para o motel assim, sem mais nem menos, é vagabunda na certa. Trate de dar o número de telefone errado e não ouvir nada do que ela está dizendo, porque ela não vale sua atenção. Mulher assim, que bebe sem medo da ressaca, ri sem medo da altura da gargalhada e transa sem medo do orgasmo não é pra ser levada a sério.

Se você conseguiu terminar esse parágrafo sem ter nenhum acesso de gastrite, parabéns. Se você levou a sério e pensou em me xingar, muito obrigado. Em último caso, se concordou com cada linha, saia da minha frente e não apareça nunca mais.

Não apareça nunca mais por um simples motivo: se você acredita piamente que a ala feminina é dividida entre mulheres pra pegar e mulheres pra casar, você não respeita nenhuma delas. Afinal de contas, quais são os fatores classificatórios para encaixar uma mulher em uma dessas categorias? A roupa que ela usa? O número de caras com quem ela já transou? O tamanho da saia ou a generosidade do decote? Maquiagem? E o que você faz com cada uma delas? Com a mulher pra casar, você compra uma casa pra ela limpar e tem uma penca de filhos pra ela cuidar. E a mulher pra pegar é aquela que você usa – dá uma transadinha e beijo, não me ligue. Certo?

Errado. Erradíssimo. Objetificar mulheres dessa maneira é apenas mais um passo para endossar ainda mais o pensamento machista que permeia grande parte da sociedade. Pensar assim contribui para que o número de agressões (físicas e psicológicas) às mulheres só aumente. Eu, no fim das contas, posso voltar para casa no fim da noite correndo apenas o risco de ser assaltado. Suo frio, porém, quando alguma das mulheres que fazem parte da minha vida se encontra nessa situação, já que qualquer motivo pode ser suficiente para um abuso, uma agressão ou um estupro.

Perpetuar esse pensamento não é apenas uma atitude conservadora e imbecil como denota um amadorismo imenso no que diz respeito a se envolver com – e conhecer – alguém. É achar que pessoas são simples em uma medida que permite classificações tão rasas. Especialmente se estamos falando de mulheres, os seres mais complexos que já pisaram nesse planeta azul.

E já que o assunto é rotular mulheres, aproveito também para discordar veementemente de Nelson Rodrigues no que diz respeito às damas na sociedade e putas na cama. Não consigo passar meia volta do relógio ao lado de uma dama, daquelas que precisam pensar três vezes na hora de falar, levantam o mindinho religiosamente na hora de tomar uma xícara de chá (aliás, quem em sã consciência gosta de chá?) e ficam estarrecidas ao ouvir um palavrão. Ao mesmo tempo, lidar com uma puta na cama não é das tarefas mais animadoras, com todo o respeito à classe. Não tem tempero, não tem química, não tem graça.

Quero uma mulher que tenha a indecência de gargalhar até engasgar, que tome cerveja com meus amigos e encha a boca pra mandar o juiz tomar no cu, no meio de um jogo do Corinthians. Que,

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