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Principais componentes do arco reflexo

Por:   •  8/9/2023  •  Relatório de pesquisa  •  2.014 Palavras (9 Páginas)  •  77 Visualizações

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REFLEXOS MEDULARES

A – Principais componentes do arco reflexo

A medula é capaz de integrar respostas simples a estímulos específicos, os chamados reflexos. É uma resposta motora/secretora involuntária e imediata dos centros nervosos a um estímulo de qualquer natureza. Os reflexos medulares têm um papel protetor. Determinados estímulos, potenciais causadores de lesão, devem ser evitados o mais rápido possível. O processamento deles pela medula acelera a geração de uma resposta, já que assim o percurso percorrido pelos impulsos nervosos é menor que se eles tivessem que chegar ao encéfalo. Os reflexos motores dependem anatomicamente do arco-reflexo para acontecer. O arco-reflexo ocorre quando um estímulo é feito em um órgão receptor e que através de uma via aferente (sensorial) de condução, chega ao centro nervoso (centro reflexógeno – substância cinzenta do sistema nervoso) onde é elaborada uma resposta, que por sua vez é transportada através de uma via eferente (motora) até o órgão efetor (músculo). Tal percurso é chamado de arco reflexo, e seus principais componentes são:

1. Receptor sensorial – Reage ao estímulo

2. Neurônio sensorial - Condutor aferente: transmite os impulsos para um centro reflexo.

3. Centro integrador (medula espinhal, no caso de reflexos medulares) - local onde os estímulos recebidos dos receptores ou de outros centros podem modificar o efeito do estimulo recebido.

4. Neurônio motor - conduz a resposta para o órgão efetor.

5. Efetor (músculo esquelético, no caso de movimento).

* Podem existir também interneurônios entre o neurônio sensorial e o motor.

 Na ausência de interneurônios, ocorrerá somente uma sinapse no arco reflexo, que será então chamado de arco monossináptico.

 Na presença de um ou mais interneurônios, ocorrerão duas ou mais sinapses, e o arco reflexo será chamado de polissináptico.

Reflexos mediados por arcos monossinápticos e polissinápticos são chamados reflexos mono e polissinápticos, respectivamente.

B – Reflexo de estiramento (miotático)

B.1 Componentes e sequência do reflexo

Inicialmente precisamos entender que o reflexo de estiramento é um reflexo extensor muscular. Logo, sempre que um músculo é distendido subitamente a excitação dos fusos causa uma contração reflexa do mesmo músculo e da musculatura sinergista ligadas a ele. O reflexo miotático pode ser dividido em dois componentes; um dinâmico e outro estático. Quando um músculo é distendido rapidamente um forte sinal é transmitido para a medula espinhal através de potentes sinais dinâmicos transmitidos pelas terminações primárias dos fusos musculares. A resposta a isso é uma instantânea e forte contração reflexa do mesmo músculo do qual se originou o sinal, sendo esse reflexo miotático denominado dinâmico. Após a finalização desse reflexo, um outro mais fraco continua por um longo período é denominado reflexo miotático estático. Transmitido pelas terminações primárias e secundárias do fuso esse reflexo continua a causar contração muscular enquanto o músculo for mantido em comprimento excessivo, opondo-se, assim, à força causadora do comprimento excessivo. Este reflexo se inicia com um estímulo aferente no receptor muscular (fuso muscular), ao ser estirado este gera um potencial de ação que é transmitido pelos axônios das células localizadas nos gânglios dorsais (condutor aferente) que irão terminar no centro reflexo.

O centro reflexo está situado na medula espinhal, sendo constituído pelos neurônios motores; ao fazer a conexão com os neurônios motores alfa, estes irão se despolarizar e conduzir os estímulos (potencial de ação) para a periferia através de seus axônios (condutores efetores) que compõem as raízes anteriores. Estes potenciais são conduzidos pelos axônios motores, que ao chegarem à porção terminal liberam acetilcolina na placa motora, com consequente contração muscular (efetor). O músculo ao se contrair, relaxa os fusos musculares e estes ao deixarem de ser estimulados param de gerar potenciais. Este reflexo é chamado de reflexo de estiramento fásico. No centro reflexo, as terminações dos condutores aferentes, além de fazerem sinapses com os neurônios motores, também fazem sinapses com outras células. Estas células geralmente são inibitórias dos neurônios motores situados abaixo ou acima dos locais onde o arco reflexo está se processando. O estimulo dessas células faz com que os neurônios motores situados antagonicamente ao arco que estamos procurando estimular inibam os neurônios motores e consequentemente os músculos antagonistas, se isso não ocorrer, não será possível produzir o movimento. Além dos neurônios motores alfa, existe uma participação muito importante dos neurônios motores gama. Esses neurônios enviam seus axônios para os fusos musculares, determinando uma contração das fibras intra-fusais. Os neurônios motores usualmente têm alguma atividade espontânea, mantendo sempre os fusos tonicamente ativos.

B.2 Quais as funções deste reflexo?

O reflexo miotático do músculo espástico aumenta com a velocidade da distensão (fator dinâmico) mas, ao contrário do que acontece na rigidez descerebrada experimental, não se continua com uma fase estática durante a tração persistente. Segundo Burke e col., a espasticidade depende fundamentalmente de uma hiperatividade gama dinâmica. A desaceleração da tração diminui as aferências nas fibras I a, mas não altera as das fibras II; logo, os receptores em buquê informam melhor sobre o grau de estiramento, pois não sofrem influência do fator dinâmico. Os músculos flexores, ao contrário dos extensores, são facilitados pelos receptores secundários e, por isso, neles não ocorre a reação de alongamento. A descarga destes receptores parece ser favorecida pelo estiramento muito lento ou persistente do músculo (reação estática), circunstância em que diminui a resposta dinâmica dos receptores primários. BarraquerBordas sintetiza estes fatos em duas afirmativas:

1) período dinâmico é aquele durante o qual se realiza a tração e, de acordo com a velocidade do estiramento, a resposta dos motoneurôniosalfa pode passar de tônica para fásica;

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