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Queixas Auditivas

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Por:   •  11/12/2014  •  4.109 Palavras (17 Páginas)  •  240 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

Juntamente com a revolução industrial do século XVIII, surgiram cada vez mais agentes físicos ambientais prejudiciais a saúde do homem. Dentre eles encontramos o ruído, a temperatura, a vibração, a radiação e pressão em níveis elevados que juntos ou isolados causam danos à saúde ocupacional do homem (MEDEIROS, 1999).

Considerado hoje como um dos agentes físicos de risco ocupacionais mais importantes, o ruído é um dos agentes insalubres que mais afetam a saúde do homem, podendo ocasionar distúrbios temporários e permanentes (MEDEIROS, 1999 e DIAS et al., 2008).

Podemos nos referir ao ruído como vibrações aperiódicas, que não mantém relações matemáticas com as frequências. O ruído pode ser qualquer som que possa molestar, ser desagradável ou irritante ao ouvido humano (MEDEIROS, 1999). Como por exemplo: as buzinas, os alarmes, as explosões, o barulho de trânsito, máquinas entre outros (DIAS et al., 2008).

O limite de tolerância do ouvido humano é de 65dB, sendo que em níveis superiores a este pode aumentar o risco de doenças, segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2004). Ruídos acima de 85dB podem provocar danos auditivos, como a Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) e/ou efeitos extra-auditivos. Sendo importante considerar a susceptibilidade individual, o tempo de exposição e os níveis a que estão expostos (BERLUNG et al, 1999). Além disso, sabemos que outros agentes físicos, químicos e as condições do ambiente de trabalho também podem interferir na ação do ruído ocasionando uma piora da audição (YONEZAKI e HIDAKA, 2005).

O ruído pode causar danos auditivos e não auditivos, pois o estímulo auditivo vai desde a membrana timpânica até o Sistema Nervoso Central. O que esclarece os sintomas auditivos é essa passagem do estímulo por várias estações subcorticais antes de chegar ao córtex cerebral, principalmente pelas funções vegetativas (OKAMOTO e SANTOS, 1996).

São vários os sintomas que podemos encontrar em trabalhadores expostos a ruídos. Dentre os sintomas auditivos podemos relatar queixas auditivas, zumbido, deteriorização da discriminação da fala e recrutamento, como ainda, podemos encontrar sintomas não auditivos como problemas psicológicos, digestivos, de comunicação, de sono e alterações fisiológicas (MELNICK, 1999; NUDELMANM et al., 2001; MORATA e FERNANDES, 2002). Esses sintomas provocam uma piora significativa na qualidade de vida e saúde das pessoas (GONÇALVES et al., 2008).

A privação da audição, que é uma importante função social, pode provocar danos no comportamento humano individual, social e psíquico, influenciando diretamente na qualidade de vida, na auto-estima, na motivação e produtividade do trabalho, interferindo no grau de interesse e dedicação pela atividade (MELLO, 1999). O bem estar físico e mental é essencial para o bom desempenho do indivíduo, tanto na vida social quanto na vida profissional Os trabalhadores expostos ao ruído apresentam queixas que interferem diretamente na sua vida profissional e social (MEDEIROS, 1999 e DIAS et al., 2008).

A exposição ao ruído ocupacional sempre representou um risco a saúde daqueles que a ele são expostos, merecendo atenção especial por parte dos profissionais que trabalham na área (EJNISMAN e BARDELLI, 2002).

Percebeu-se a necessidade de ter mais informações e orientações sobre o assunto, para fornecer aos pesquisadores e trabalhadores e conscientizá-los dos danos desse agente físico e da importância da prevenção das alterações auditivas, orgânicas e comportamentais relacionadas.

O presente estudo teve como objetivo analisar, por meio de revisão bibliográfica, os achados e publicações sobre queixas auditivas e extras auditivas provocadas pelo ruído em trabalhadores expostos a altos níveis de pressão sonora.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Foram selecionados na literatura materiais de sites, como: Scielo, Pubmed, Bireme, Medline, periódicos nacionais e internacionais, monografia, teses e anais, dos últimos trinta anos, sobre queixas auditivas e extra-auditivas provocadas pelo ruído.

As palavras chaves utilizadas na busca foram: queixas auditivas; queixas extra-auditivas; ruído; zumbido; perda auditiva e níveis elevados de pressão sonora.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Ruído: surgimento, definição, tolerância e danos à saúde

Há 2.500 anos surgia a preocupação com os níveis de ruído em relação à saúde, os primeiros relatos foram descritos por Hipócrates e Plínio, o Velho, que relacionaram o ruído a perda da audição dos moradores que viviam próximos às cataratas do Rio Nilo, no Egito (MELLO, 1999).

Segundo pesquisa realizada por Davis (1970) apud RUSSO (1997) se perguntarmos para um indivíduo o que é som teremos a seguinte resposta: “Som é tudo aquilo que nós ouvimos”. O ruído é um tipo de som, mas um som não é necessariamente um ruído (GERGES, 1997). Pode ser considerado um ruído qualquer sinal audível cuja intensidade ultrapasse os limites de tolerância permitidos (QUEIROZ, 1999). O termo ruído é utilizado para definir sons indesejáveis como buzinas, alarmes, barulho de máquinas, de trânsito, entre outros (DIAS et al., 2008).

O ruído é um tipo de som de natureza dispersa, refere-se às vibrações aperiódicas cujo espectro não exibe componentes de frequências distintos. Qualquer som pode ser desagradável, molestar ou irritar o indivíduo dependendo do seu estado físico e mental, por isso é difícil definir com exatidão o ruído (MEDEIROS, 1999). O ruído é definido por Clark (1992) apud COSTA et al. (1994) como um som incômodo. Costa e colaboradores (1994) completam essa definição dizendo que em grande quantidade e de forma constante o ruído torna-se mais que um incômodo, passando a ser também um agente causador de doenças. Russo (1993) define o ruído como um sinal acústico aperiódico, originado da superposição de vários movimentos de vibração com diferentes frequências, as quais não apresentam relação entre si.

Russo e Santos (1993) e Russo (1997) conceituaram também o ruído qualitativamente de acordo com a Norma ISO 2204/1973 (International Standard Organization), na qual classifica segundo a variação de seu nível de intensidade com o tempo:

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