Resenha crítica do filme Patch Adams - O Amor é Contagioso

A medicina é uma área que está sempre em evolução, principalmente quando o assunto é tecnologia para ajudar a melhorar o tratamento de pacientes. Mas, no filme Patch Adams - O Amor é Contagioso, dirigido por Tom Shadyac, nota-se que a evolução da medicina não aconteceu apenas nas máquinas, mas também no comportamento do homem, no caso, dos médicos/pessoas.

Baseado em uma história real, o filme mostra que há duas décadas a medicina já estava em avanço quando o assunto é o comportamento humano. Através de Hunter “Patch” Adams, interpretado por Robin Williams, é possível perceber um homem que procura por mudanças no tratamento de pessoas, muito antes de sequer ser um médico. Para ele, a qualidade de vida dos pacientes precisa vir antes do adiamento da morte. Com isso, ele acredita que a chave para uma vida melhor é a risada.

Para descobrir o que era necessário para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, Patch Adams se interna voluntariamente em um hospício, logo após tentar se suicidar. Lá ele percebe que a restauração da saúde dos pacientes não iria acontecer, o que lhe deixa bastante incomodado. A virada na sua vida acontece quando um problema do seu companheiro de quarto afeta o seu sono. Ele o ajuda de forma hilária e nota que o seu gesto o fez bem, resolvendo então deixar o hospício para estudar medicina e, consequentemente, torna-se um médico.

Assim como em todos os locais que reúnem pessoas, o comportamento de cada uma delas é diferente, assim como era o de Patch. Interessado primeiramente em saber quem são as pessoas que estão sendo tratadas, o então estudante vê em seus colegas de faculdade a mesma frieza encontrada no sanatório na relação deles com os pacientes. Ao contrário de Patch, seus colegas não enxergam os pacientes como pessoas, mas sim como “objetos” que, na visão deles, necessitam apenas de tratamento médico. Ele então resolve se tornar aquilo que os outros não são: um médico humanista. Por optar por procedimentos que não são convencionais, Patch é alvo de críticas e até de inveja de seus colegas universitários, além de ter que enfrentar por diversas vezes o reitor da universidade, que é totalmente contrário aos seus métodos de trabalho.

Sabe-se que antigamente a inflexibilidade no tratamento de pacientes era maior, diferentemente de hoje, quando podemos notar que os métodos adotados por Patch são mais frequentes, mesmo que eles não partam em sua maioria dos médicos que estudaram para cuidar das pessoas. No entanto, como bem diz o personagem, pessoas também são médicas, desde que ajudem o próximo, assim como o ajudaram a querer cuidar das pessoas, e não somente de suas doenças.

Os métodos usados por Patch, apesar de não convencionais para aqueles que não são flexíveis, são admirados no filme por enfermeiras e até por alguns médicos. Os pacientes, que são os alvos principais dos métodos aplicados pelo personagem, se mostram melhores ao serem visitados por o até então estudante, que, mesmo após ser proibido de aplicar os seus métodos no hospital, não o faz e até consegue tirar gargalhadas de um paciente bruto, que posteriormente acabaria falecendo.

A morte do paciente bruto poderia mostrar que os métodos de Patch em nada funcionaram, já que não o curou. Mas, se não fossem seus métodos, o paciente morreria com sua brutalidade e sem saber o que é o amor, demonstrado por ele em seu leito momentos antes de partir. Enquanto esteve vivo, o paciente teve duas fases no hospital: a antes do Patch (brutalidade) e a depois dele (felicidade). Apesar da morte, que virá para todos, o paciente pôde desfrutar de bons momentos, seja com sua família, por quem demonstrou amor, ou com Patch, por quem demonstrou gratidão e respeito por ter mudado o seu comportamento ao se fazer presente em seu quarto para tirar dele muitas risadas.

A rejeição inicial do paciente brutal aos métodos do Patch pode ter ocorrido pelo simples fato do paciente rejeitar a doença que tem e estar em um leito de hospital. Diferentemente do que