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Revisão E Aplicabilidade De Um Software De Sistematização Da Assistência No Ensino De Enfermagem

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Por:   •  9/7/2014  •  4.647 Palavras (19 Páginas)  •  493 Visualizações

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RESUMO

O objetivo com este estudo descritivo transversal foi revisar conceitualmente um software de Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), bem como avaliar sua aplicabilidade no ensino de enfermagem. Fez-se a revisão conceitual dos componentes do software SAE SerSaúde após terem sido utilizados por 53 alunos do curso de graduação em enfermagem de dois semestres consecutivos. Foram realizadas intervenções, sendo uma no software, com a inclusão de recursos tecnológicos para seu melhoramento, e outra com os alunos para treinamento. O software foi avaliado de acordo com critérios como nível de dificuldade no manuseio, fundamentação teórica, necessidade de auxílio para utilização e contribuição deste para a SAE, por meio de um questionário com perguntas abertas e fechadas. Os dados foram coletados por meio de estatística descritiva. Os alunos consideraram o software adequado para o ensino e apresentaram opinião positiva, considerando-o como um recurso tecnológico que contribui para a implementação da SAE.

Palavras-chave: Validação de Programas de Computador; Processos de Enfermagem; Registros de Enfermagem; Tecnologia Educacional; Educação em Enfermagem

INTRODUÇÃO

O registro de informações referentes às ações e observações realizadas pela equipe de enfermagem é efetivado com a finalidade de gerenciar a assistência, promover cuidados de qualidade, atender às necessidades de cada paciente de forma individualizada, além de ser um modo de documentar e avaliar a qualidade do atendimento.1 O enfermeiro deve contribuir para a Sistematização da Assistência da Enfermagem (SAE), para o melhoramento dos registros na coleta, para a identificação de problemas, a elaboração de planos de cuidados de saúde de seus pacientes e a evolução clínica, conforme exigido pela Lei do Exercício Profissional do Enfermeiro de 2002.2

Mais recentemente, o Conselho Federal de Enfermagem elaborou normas e diretrizes para a implantação da SAE nas instituições brasileiras com a intenção de oferecer instrumentos para adotá-la como modelo assistencial de cuidado.3

O processo de enfermagem é um instrumento metodológico que deve ser usado na prática e que contribui muito para a autonomia do profissional enfermeiro, podendo até mesmo colaborar para maior visibilidade do seu papel com os clientes.4 A SAE constitui um dos instrumentos de que o enfermeiro dispõe para a aplicação dos conhecimentos técnico-científicos e humanos na assistência ao paciente e que devem ser aplicados de maneira humanizada, além de favorecer o registro e a comunicação de informações relevantes. Quando o enfermeiro sistematiza a assistência, o planejamento, a execução, a coordenação, o gerenciamento e a avaliação das ações de enfermagem acontecem, permitindo um atendimento individualizado ao paciente de acordo as necessidades dele.

Apesar do avanço tecnológico proporcionado pela era digital, existem inúmeras instituições de saúde que ainda utilizam o método manual de registro. Esse tipo de registro tem predominado na prática de enfermagem em unidades hospitalares, com o intuito de estabelecer a comunicação entre a equipe de enfermagem e a equipe multiprofissional.

Estudos apontam a insatisfação dos enfermeiros com o sistema manual de registro e indicam a necessidade de mudança nesse modelo. Os principais fatores para tal descontentamento são: anotações precárias, ilegíveis e subjetivas, ausência de definição metodológica estruturada, ausência de padronização dos registros, perda de tempo para escrever, o que acarreta o afastamento do paciente, o sistema manual de registro é limitado e ultrapassado, não satisfazendo a complexidade da assistência de enfermagem.1 Tais fatores podem prejudicar a assistência da enfermagem. Outra desvantagem do registro manual diz respeito à dificuldade para a recuperação de dados para fins de pesquisa e análise.5

O início do uso de computadores na área de enfermagem ocorreu por volta de 1985. Esse sistema foi utilizado, inicialmente, na área de educação, quando enfermeiros e professores da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolveram ferramentas computacionais para o ensino de enfermagem.5 Atualmente, a utilização da informática na enfermagem encontra-se em desenvolvimento acelerado, tanto em nível nacional como internacional, contribuindo para mudanças nas estruturas organizacionais dos hospitais e de outras instituições de saúde, estimulando profundas transformações.6

À medida que os avanços tecnológicos se tornam mais presentes no atendimento à saúde, o enfermeiro pode incrementar o acesso ao uso do computador para sistematizar a assistência, o que, certamente, resultará na melhoria das atividades assistenciais e na orientação de membros da equipe na prestação dos cuidados. Embora alguns enfermeiros demonstrem pouco conhecimento e familiaridade com a informática, eles sentem a necessidade de um sistema de informação computadorizado que lhes permita registrar os cuidados de enfermagem de maneira ágil, confiável e garantir-lhes maior tempo de dedicação ao paciente, para que lhe seja prestada uma assistência de qualidade.1 Nesse contexto, o enfermeiro depara com um grande desafio, que consiste na sua instrumentalização para agregar novas tecnologias na enfermagem, ao mesmo tempo em que sistematiza suas ações fundamentadas técnica e cientificamente.

A disponibilidade e o crescente progresso na produção de hardwares e softwares têm criado inúmeras oportunidades para o avanço do ensino, assistência e pesquisa em enfermagem. No âmbito educacional, têm aumentado consideravelmente o número de programas computadorizados voltados para o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. O objetivo com esses sistemas computacionais é auxiliar e aumentar as habilidades do usuário para troca de informações com o computador e preparar os estudantes para a nova realidade tecnológica.

Experiências envolvendo o uso de recursos tecnológicos com o objetivo de favorecer o ensino foram relatadas com resultados satisfatórios. Um exemplo é o estudo realizado por Sasso,7 que consistiu na utilização de computadores para simular a assistência de enfermagem durante paradas cardiorrespiratórias. Os acadêmicos que utilizaram o programa avaliaram positivamente a proposta de ensino.

Estudo realizado por Dell'acqua, Miyadahira8 envolveu 32 cursos de graduação em enfermagem de instituições públicas e privadas do Estado de São Paulo, para identificar as questões que facilitam e dificultam

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