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Trabalho e força dos músculos do joelho e flexor extensor de pacientes com osteoartrite e artroplastia geral da articulação do joelho

Projeto de pesquisa: Trabalho e força dos músculos do joelho e flexor extensor de pacientes com osteoartrite e artroplastia geral da articulação do joelho. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  12/10/2014  •  Projeto de pesquisa  •  5.458 Palavras (22 Páginas)  •  360 Visualizações

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Trabalho e potência dos músculos extensores e flexores do joelho de pacientes com osteoartrite e com artroplastia total de joelho

Denise BastianiI; Cintia Helena RitzelII; Silvia Manfrin BortoluzziIII; Marco Aurelio VazIV

IEspecialista em Cinesiologia, UFRGS; Mestranda em Geriatria, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC-RS

IIMestre em Ciências do Movimento Humano, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS; Pesquisadora e Doutoranda, UFRGS

IIIMestre em Ciências do Movimento Humano, UFRGS

IVDoutor em Cinesiologia, University of Calgary; Professor Adjunto, UFRGS

Correspondência para

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RESUMO

INTRODUÇÃO: As manifestações inflamatórias decorrentes da osteoartrite (OA) de joelho provocam inibição muscular, levando à hipotrofia muscular e à consequente diminuição do trabalho e da potência musculares. A artroplastia total de joelho (ATJ) é a cirurgia mais adequada para o tratamento da OA em graus avançados. Entretanto, seus efeitos sobre o comportamento funcional dos músculos ainda não foram bem esclarecidos.

OBJETIVO: Comparar o trabalho total e a potência dos extensores e flexores do joelho de indivíduos com OA (20) e ATJ (12) em duas velocidades angulares de flexo-extensão de joelho (60º/s e 240º/s).

MÉTODOS: O dinamômetro isocinético Biodex foi utilizado para avaliar a potência e o trabalho musculares em contrações isocinéticas. A ANOVA Two-Way para medidas repetidas foi utilizada para comparar os dados de trabalho total e potência entre os grupos (SPSS versão 13.0; nível de significância P < 0,05).

RESULTADOS: Não houve diferença entre os grupos OA e ATJ para o trabalho total dos extensores e flexores tanto em 60º/s quanto em 240º/s (P > 0,05). Também não houve diferença para a potência entre os grupos (extensores e flexores) (P > 0,05). Conclusão: O trabalho total e a potência não diferiram entre os grupos com OA e com ATJ, sugerindo que a ATJ não produziu melhora na capacidade funcional, que foi semelhante entre os dois grupos.

Palavras-chave: osteoartrite de joelho, artroplastia total de joelho, dinamômetro.

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INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é uma realidade no Brasil, assim como em todo o mundo. Como consequência, um aumento das doenças associadas ao avanço da idade, especialmente as crônicodegenerativas, tem sido observado.1 Com o envelhecimento, há redução na massa muscular esquelética (sarcopenia) e consequentes fraqueza muscular e aumento da sobrecarga articular.2,3

Devido às alterações na mecânica muscular e à sobrecarga das articulações, ocorrem adaptações que podem levar a instabilidade articular, alteração da força e inibição muscular, tornando o indivíduo mais vulnerável às lesões e à fadiga musculares.3,4 Isso pode resultar em alteração da sobrecarga e degeneração da articulação devido à pouca habilidade do sistema muscular em absorver impactos repetidos, o que tem sido sugerido como fator de risco para o desenvolvimento e/ou agravamento da osteoartrite (OA).4-6

A OA é a doença articular mais prevalente e também a principal causa de dor e de incapacidade física na população idosa.5-7 Caracteriza-se por ser uma doença degenerativa que leva a perda da cartilagem articular, formação marginal osteofitária e alterações ligamentares, sinoviais, meniscal e do osso subcondral.8 Embora suas causas sejam ainda mal-compreendidas, estresses biomecânicos, alterações bioquímicas na cartilagem e membrana sinovial, além de fatores genéticos, são itens importantes em sua patogênese.9,10

Nos membros inferiores, a OA tem grande impacto nos joelhos e quadris, já que essas articulações recebem todo o peso corporal e são fundamentais para marcha, transposição de obstáculos (como escadas) e atividades domésticas.11 Na OA do joelho, o edema e o espessamento sinovial levam a uma inibição reflexa do músculo quadríceps, causando subsequente hipotrofia muscular. Dor, hipotrofia e falha na ativação muscular voluntária do quadríceps têm sido sugeridas como causas da diminuição da força tanto em indivíduos com OA de joelho quanto em idosos, gerando importante impacto funcional.4,9,12-14

A cirurgia está indicada para os estágios mais avançados da doença, quando se evidenciam maiores degenerações cartilaginosas e ósseas e já existe comprometimento das três superfícies articulares do joelho, alterações da função articular e dor.15 Os pacientes com OA graus II e III com comprometimento progressivo de independência nas atividades de vida diária e falha do tratamento conservador devem ser referidos para o ortopedista, que fará a indicação do tratamento cirúrgico.16 O procedimento mais utilizado nesses casos é a artroplastia total de joelho (ATJ),17 na qual é realizada a substituição completa da articulação por uma prótese total. Seus principais objetivos são diminuição da dor, reabilitação funcional e melhora da qualidade de vida.18-22 Grande parte dos pacientes submetidos à ATJ apresenta excelentes resultados clínicos; entretanto, em muitos casos, podem persistir disfunções relacionadas com problemas funcionais que nem sempre são evidentes clínica ou radiograficamente.17,18,22,23

Fraqueza muscular do quadríceps após a ATJ tem sido relatada por diversos autores como normal.19,23,24 Muitos estudos encontraram diminuição da força do quadríceps, da ativação muscular voluntária e da área de secção transversa (AST) após a cirurgia, em comparação com os valores pré-operatórios.22,23,25 Mesmo autores que encontraram melhora da força do quadríceps em sujeitos após a ATJ não observaram recuperação total quando comparando-os a indivíduos saudáveis da mesma faixa etária.18,26,27

Acredita-se que as manifestações inflamatórias, o déficit na ativação muscular voluntária e a hipotrofia apresentados tanto pelos pacientes com OA de joelho quanto pelos submetidos à ATJ levam a menor trabalho muscular total,28,29 acarretando diminuição do torque e da potência muscular30 e decréscimo da resistência, o que gera importante perda da capacidade

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