Ética E Educação

RES - PEP - PPS: EVOLUÇÃO E O NOVO PARADIGMA SOBRE A RESPONSABILIDADE NA GESTÃO DA SAÚDE DO CIDADÃO.

Cintia Ribeiro Vivanco¹; Heimar F. Marin²

¹ Universidade Federal de São Paulo, aluna candidata ao mestrado, Departamento de Informática em Saúde (UNIFESP – DIS), Brasil.

² Professor titular, UNIFESP.

Introdução

Datam da Era Hipocrática os primeiros registros sobre sinais, sintomas e tratamentos utilizados nos indivíduos doentes. O objetivo era agrupar informações, que pudessem auxiliar na reflexão sobre o curso da doença, indicando possíveis causas e encontrando através da análise comparativa e empírica a melhor forma de tratá-las.

Séculos se passaram, e os registros médicos enriqueceram-se com dados que complementavam o histórico do indivíduo: exames, evolução clínica, cirurgias, medicamentos e tratamentos aplicados.

Um volume significativo de papéis acumulavam-se na mesma proporção em que avançava a ciência, com uma infinidade de exames e tratamentos que indiscutivelmente contribuíram para o aumento da expectativa de vida com qualidade.

Não só as ciências médicas evoluíram, a informática em poucas décadas nos presenteou com inovações que foram comandadas por quem reconhecia a importância de considerar as diversas necessidades dos usuários [1].

Aliar os avanços tecnológicos à saúde foi um processo natural, porém impactante.

Os registros eletrônicos de saúde (RES) fazem parte da nova forma de organização dos sistemas de informática das instituições. São denominados prontuários eletrônicos de saúde (PEP) se fizerem parte da rotina assistencial, compondo um arcabouço de informações multiprofissionais sistematizadas à respeito dos problemas de saúde, exames, diagnósticos, tratamentos e evolução clínica do cliente/usuário do serviço, durante todo o período de sua vida.

Através do resgate histórico do RES e dentro desse panorama tecnológico evolucionista, destacaremos a introdução de um novo conceito em registro de saúde: o Prontuário Pessoal de Saúde (PPS) ou Personal Health Record (PHR).

Objetivando uma análise prospectiva da mais nova ferramenta colocada à disposição do cidadão e sua influência na mudança de foco sobre a responsabilidade da saúde, não mais delegada aos profissionais, mas compartilhada e administrada pelo próprio indivíduo, verdadeiro proprietário e detentor dessas informações.

Metodologia

A metodologia utilizada neste trabalho está baseada na análise da literatura sobre a história do RES (Registro Eletrônico de Saúde), e as perspectivas à respeito do PPS (Prontuário Pessoal de Saúde) através de pesquisa bibliográfica à artigos científicos eletrônicos, encontrados em base de dados nacionais e internacionais, com as ferramentas de busca: Google Acadêmico, Google e Wikipédia, com os seguintes descritores: história dos computadores, evolução da informática, prontuário eletrônico do paciente, personal health record, prontuário pessoal de saúde e gold standard PEP. Livros e periódicos que versavam sobre o tema abordado também colaboraram para a elaboração desse estudo.

Resultado

Através da metodologia aplicada, obtivemos um total de 08 artigos eletrônicos e 03 livros, que consolidaram a reflexão da temática proposta e revelaram a posição acadêmica e de especialistas em informática em saúde sobre a historiografia, evolução dos registros de saúde e a busca por uma apresentação integrada com diversas funcionalidades e recursos como a telemedicina, que possibilitarão seu avanço e disseminação entre as instituições e profissionais de saúde. Podemos destacar também o entendimento visionário de Shneiderman[1] sobre novas formas de utilização dos registros de saúde incluindo o Prontuário Pessoal de Saúde (PPS) ou Personal Health Record (PHR) através da participação ativa do cidadão.

Discussão e Conclusão

Segundo Novaes [2], o prontuário, historicamente denominado “médico”, originou-se na forma em que