A Segurança Nutricional

ATIVIDADE

O termo segurança nutricional surgiu com o reconhecimento da necessidade de incluir aspectos da segurança alimentar. Segurança Alimentar significa que todas as pessoas, em todos os momentos, devem ter acesso físico e econômico a quantidades adequadas de alimentos nutritivos, seguros e culturalmente apropriados, produzidos de maneira ambientalmente sustentável e socialmente justa, e que as pessoas sejam capazes de tomar decisões informadas sobre suas escolhas alimentares. Segurança Alimentar também significa que as pessoas que produzem os alimentos são capazes de ganhar um salário digno e digno, cultivando, capturando, produzindo, processando, transportando, vendendo e servindo alimentos (MORAIS; LOPES; PRIORI, 2020).

Nesse sentido, uma pessoa é considerada nutricionalmente segura quando ela ou ele tem uma dieta nutricionalmente adequada e os alimentos consumidos são biologicamente utilizados tal que o desempenho adequado seja mantido em crescimento, resistindo ou recuperando de doença, gravidez, lactação e trabalho físico (GUERRA; CERVATO-MANCUSO; BEZERRA, 2019).

Com efeito, segundo Morais, Lopes e Priori (2020, p. 2687), “dentre os indicadores de Insegurança Alimentar (IA) e/ou nutricional comumente adotados, tem-se as escalas de percepção de fome, a disponibilidade calórica, o consumo alimentar, o estado nutricional e os fatores socioeconômicos”.

Partindo da definição feita por Morais, Lopes e Priori (2020), os dados trazidos pelo Vigitel 2020 referem-se sobretudo ao consumo alimentar. O estudo dos padrões de consumo alimentar é importante, pois contém informações úteis sobre o bem-estar das famílias e os padrões de vida e é uma forma objetiva de avaliar o desempenho econômico dos países. Do ponto de vista da segurança alimentar, é importante entender as mudanças nos padrões de consumo de alimentos, pois diferentes grupos de renda podem reagir de maneira diferente às mudanças nas importações de alimentos e às mudanças nos preços dos alimentos nos mercados internacionais.

Sobre a relação dessas questões citadas acima com a transição epidemiológica e nutricional, vale primeiro definir o que vem a ser esses conceitos. Segundo Kac e Velásquez-Meléndez (2003, p. 4),

entende-se por transição nutricional, o fenômeno no qual ocorre uma inversão nos padrões de distribuição dos problemas nutricionais de uma dada população no tempo, ou seja, uma mudança na magnitude e no risco atribuível de agravos associados ao padrão de determinação de doenças atribuídas ao atraso e à modernidade, sendo em geral, uma passagem da desnutrição para a obesidade.

Em suma, à luz do que foi definido sobre segurança alimentar, sobre os dados não auspiciosos apresentados Vigitel 2020, percebe-se que o Brasil precisa de políticas públicas que trabalhem junto com a população sobre a conscientização da importância da alimentação dentro de bons parâmetros nutricionais para que a frequência de consumo de alimentos que indicam alimentação saudável possa aumentar e assim melhorar a qualidade de vida da população, o que trará bons efeitos para o sistema público de saúde.

REFERÊNCIAS

GUERRA, Lúcia Dias da Silva; CERVATO-MANCUSO, Ana Maria; BEZERRA, Aída Couto Dinucci. Alimentação: um direito humano em disputa - focos temáticos para compreensão e atuação em segurança alimentar e nutricional. Ciência & Saúde Coletiva, 24(9):3369-3394, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/HMJwyTBrpS9SkLdHdhxjvQs/?format=pdf&lang=pt, acesso em 23 de maio de 2022.

KAC, Gilberto; VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ, Gustavo. A transição nutricional e a epidemiologia da obesidade na América Latina. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(Sup. 1):S4-S5, 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/br6Lw9rL5TN5qmd3tN4f39L/?format=pdf&lang=pt, acesso em 23 de maio de 2022.