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A gestação é um momento especial na vida de uma mulher, cuidar da saúde é um ato de amor, sobretudo uma forma de prevenção

Por:   •  25/8/2017  •  Projeto de pesquisa  •  2.231 Palavras (9 Páginas)  •  587 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A gestação é um momento especial na vida de uma mulher, cuidar da saúde é um ato de amor, sobretudo uma forma de prevenção.

Ela é definida como um período de vida da mulher muito importante em que se verifica um desgaste particular, sendo os aspectos nutricionais aqueles que merecem maior atenção. Uma alimentação adequada para a gestante é de suma importância, visando um bom trabalho de parto, favorecendo a lactação e possibilitando ao recém-nascido um bom estado nutricional (GALISA; ESPERANÇA; SÁ, 2007).

A Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) atinge cerca de 3% a 8% das gestantes durante o 2° ou 3° trimestre é definida como uma intolerância à glicose que se inicia ou é detectada pela primeira vez durante a gestação (SILVA, et al. 2009).

Existem vários fatores de risco para o aparecimento dessa complicação, como obesidade ou ganho de peso excessivo, histórico familiar (parentes de 1° grau) de diabetes, deposição central de gordura corporal (BOSCO, 2010). A complicação fetal em mulheres com DMG é associada à macrossomia, que está relacionado à obesidade infantil e ao risco aumentado de síndrome metabólica (BOLOGNANI, 2011). Sendo caracterizada pela insuficiência das células beta-pancreáticas ao suprir a demanda corporal de insulina. Assim essa hipofunção das células beta-pancreáticas resulta de diversos fatores, como doença autoimune, doenças cardiovasculares, causas monogênicas e resistência à insulina. A DMG frequentemente evolui para Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) (SILVA, et al. 2009; BOLOGNANI, 2011).

A incidência de DMG em gestantes obesas é três vezes maior que na população geral. Na gestação as mulheres, mesmo com o peso adequado apresentam fisiologicamente aumento da resistência à insulina. Porém nas grávidas obesas essa característica fisiológica ocorre de forma agravante, contribuindo para o desenvolvimento da DMG (MELO, 2016). Segundo estudos mulheres que engravidam com excesso de peso já apresentam resistência insulínica, por esse motivo, gestantes obesas necessitam de uma atenção especial (TOURINHO; REIS, 2013).

Segundo o Ministério da Saúde do Brasil (2010), no seu Manual Técnico de Gestação de Alto Risco, recomenda-se a realização do exame de glicemia de jejum de todas as gestantes, independentemente de apresentarem fator de risco, devendo realizar uma dosagem de glicemia no inicio da gravidez, antes de 20 semanas, sendo considerado positivo o 5


rastreamento para diabetes gestacional quando a gestante estiver com o nível de glicose plasmática de jejum igual ou superior a 85mg/dL e presença de qualquer fator de risco. Porém na ausência de fatores de risco e glicemia de jejum igual ou inferior a 85mg/dL, considera-se o rastreamento negativo, devendo ser repetido o exame entre a 24 e 28 semanas da gestação.

A Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) é uma doença caracterizada pela destruição das células B-pancreáticas, levando à deficiência absoluta na produção de insulina e hiperglicemia. Ocorre principalmente em crianças e adolescentes (BOSCO, 2010).

Enquanto a DM2 consiste em um conjunto de alterações endócrinas. Nesse tipo as alterações estão associadas ao defeito de ação celular da insulina. Cerca de 90% à 95% dos casos detectados são de DM2, embora o fator genético seja de grande importância, é preciso ressaltar que o fator ambiental é seu principal determinante. O estilo de vida moderno, em que se diminuem o consumo de alimentos nutricionalmente adequados e se aumenta o de alimentos industrializados, são considerados os principais responsáveis pelo aumento dessa patologia (BOSCO, 2010).

O alto peso ao nascer pode ser reflexo da falta de controle glicêmico adequado, muitas vezes devido a um pré-natal tardio e mal gerenciado. A macrossomia fetal é estabelecida quando o peso do recém-nascido for superior a 4.000gr. A consequência para as mães é que se tem um aumento do risco de lacerações perineais e complicações no parto (parto distócico), sendo necessária, muitas vezes, a realização de cesariana. Já para os Recém Nascido (RN) os riscos de complicação imediata são altos, incluindo hemorragia intracraniana, distócia de ombro, hipoglicemia neonatal, icterícia e desconforto respiratório (SILVA, et al. 2009).

A macrossomia fetal é a complicação mais frequente em filhos de gestantes obesas e diabéticas. Fetos macrossômicos têm uma maior predisposição à obesidade na vida adulta. Ressaltando também que, filhos de mulheres obesas estão mais sujeitos a uma maior incidência de anomalias congênitas, sendo as mais importantes os defeitos no tubo neural (TOURINHO; REIS, 2013; MELO, 2016).

A DMG pode trazer várias intervenções na evolução normal da gestação, que podem ser classificadas como fatores de risco. Dentre elas estão: Idade, paridade, peso, altura, tabagismo e álcool, desnutrição, obesidade, hipertensão, diabetes, cardiopatias e outras menos comuns (VITOLO, 2008).

Apesar da maioria das mulheres que desenvolvem DMG terem seus níveis glicêmicos normalizados após o parto, 40% a 60% podem desenvolver diabetes mellitos tipo 2 após o período de 15 a 20 anos. Para diminuir esse 6


risco, as mulheres devem manter o peso dentro dos parâmetros normais e fazer exercícios físicos regularmente (VITOLO, 2008).

Segundo Costa, Paulinelli e Barbosa (2012) as faixas de ganho de peso de acordo com o índice de massa corporal (IMC), para mulheres que iniciam a gestação eutróficas devem ser entre 11,5 – 16 kg, para as com sobrepeso entre 7//11,5 kg e para as obesas no máximo 7 kg. Essas limitações têm como objetivo uma gestação saudável para a mãe e filho. Infelizmente, a maioria das mulheres quando engravida passa a se alimentar em quantidades maiores, ao mesmo tempo diminuem as atividades esportivas, o que pode levá-las a um maior ganho de peso.

Por este e outros motivos o tratamento dietético tem por finalidade, manter o nível normal da glicemia, promover quantidade suficiente de calorias, prevenir e tratar complicações agudas e melhorar a saúde (CUPPARI, 2005). Os RNs também apresentam maior risco de aparecimento de novos sintomas em longo prazo. O alto peso ao nascer é um fator predisponente para a resistência insulínica, obesidade e DM2 na infância (VITOLO, 2008).

O diagnostico precoce e o tratamento tem como proposito reduzir a mortalidade materna e fetal (WEINERT, et al. 2011). A adequação da dieta tem por papel nutrir a mãe e o feto oferecendo as calorias suficientes para o ganho de peso e normalização da glicemia (BOSCO, 2010). Uma avaliação nutricional completa visa o conhecimento de hábitos alimentares e estimativos da ingestão calórica pré-gestacional (CUPPARI, 2005).

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