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Lobby Sobre a Regulação de Propaganda de Alimentos

Por:   •  25/3/2022  •  Resenha  •  930 Palavras (4 Páginas)  •  94 Visualizações

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro[pic 1]

Sociologia, Alimentação e Nutrição

Instituto de Nutrição

Lorena de Almeida Assis

Prova Sociologia, Alimentação e Nutrição 

Rio de Janeiro

2021

Como a alimentação pode ser entendida enquanto um fenômeno cultural e social? Como podemos ver cultura e sociedade dentro do processo alimentar?

Quando se escuta falar sobre alimentação, imediatamente é comum relacionar a ingestão de um alimento para saciar uma necessidade biológica dos seres vivos no intuito de que não haja a extinção da espécie. De fato, ao olhar a alimentação pelo ponto de vista científico, ela é considerada um processo no qual os seres vivos utilizam um alimento que é necessário para a realização das suas atividades vitais, sendo assim, sem a alimentação, não é possível exercer funções básicas do organismo.

DaMatta considera toda substância nutritiva como um alimento, porém nem todo alimento é considerado comida. Ele aponta o alimento como algo universal e geral, o que se ingere para se manter vivo, já a comida, é algo que ajuda a estabelecer uma identidade e definir um grupo, uma classe, uma pessoa.

O ato de se alimentar vai muito além de uma ação por necessidade biológica, uma vez que se engloba um comportamento cultural e social. De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira (2014), elaborado pelo Ministério da Saúde, a alimentação não é somente a ingestão de nutrientes para suprir a necessidade biológica, ela engloba aspectos que influenciam diretamente na saúde e no bem-estar da população. A alimentação diz respeito à ingestão de nutrientes, como eles fornecem e contêm esses nutrientes, englobando ainda, a forma como são combinados entre si e preparados, se categorizando pelo modo de comer e às dimensões históricas, geográficas e sociais das práticas alimentares. O Ministério da Saúde (2005, p.1) ainda conclui que: “Uma alimentação saudável deve ser baseada em práticas alimentares assumindo a significação social e cultural dos alimentos como fundamento básico conceitual.”

De acordo com Crotty apud Delormier et al. a prática alimentar engloba dois sentidos, o gerado após a ingestão do alimento, relacionado a fisiologia e bioquímica e, o antes da ingestão, onde se relaciona às questões culturais e sociais, à natureza social do comer. Para eles, o processo de escolha alimentar, em sua grande maioria, primeiro se dá pela influência do convívio social cotidiano, que podem estar presentes nas relações familiares, trabalho, escola e outros lugares que permitem trocas e ajudam a moldar o sistema alimentar das pessoas.

Qual importância de compreender cultura e simbolismo para nutrição? Elabore sobre a relação de sistemas simbólicos e escolhas alimentares sociais.

Ao se olhar para a alimentação como um ato cultural e social, indo além da necessidade biológica,

Faz com que sejam produzidos diversos sistemas alimentares. Na constituição desses sistemas, intervêm fatores de ordem ecológica, histórica, cultural, social e econômica que implicam representações e imaginários sociais envolvendo escolhas e classificações. Assim estando a alimentação humana impregnada pela cultura, é possível pensar os sistemas alimentares como sistemas simbólicos em que códigos sociais estão presentes atuando no estabelecimento de relações dos homens entre si e com a natureza. (CANESQUI e GARCIA, 2005)

DaMatta (1986, p.56) cita que "comida não é apenas uma substância alimentar mas é também um modo, um estilo e um jeito de alimentar-se. E o jeito de comer define não só aquilo que é ingerido, como também aquele que o ingere".

Dessa forma, podemos referir a construção de identidade social e cultural, determinados elementos culturais, tais como a comida, que pode se transformar em marcadores identitários, assim criando as cozinhas diferenciadas, que tratam-se de maneiras culturalmente estabelecidas.

A cozinha de um grupo é muito mais do que um somatório de pratos considerados característicos ou emblemáticos. É um conjunto de elementos referenciados na tradição e articulados no sentido de constituí-la como algo particular, singular, reconhecível ante outras cozinhas. (Maciel, 2005: 50)

Seguindo esse pensamento, Maciel (2005, p.54) explica que: “as cozinhas implicam formas de perceber e expressar um determinado modo ou estilo de vida que se quer particular a um determinado grupo”. Maciel (2005) complementa que a construção da cozinha de qualquer unidade de pertencimento (país, região, grupo étnico ou outro conjunto) segue caminhos diferentes, dadas as suas condições históricas. Ou seja, ao se analisar uma cozinha específica deve-se considerar o processo histórico e cultural em que está inserida.

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