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O Vegetarianismo

Por:   •  17/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.036 Palavras (13 Páginas)  •  447 Visualizações

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Introdução

Vegetarianismo é o regime alimentar segundo o qual se estipula a alimentação exclusivamente vegetal, com abstenção de todos os ingredientes de origem animal, mesmo aqueles que não resultaram diretamente na morte do animal. Também a não utilização de qualquer material, roupa, calçado, acessório, proveniente de origem animal, como couro, peles, entre outros.

O nome regime vegetariano se origina, do latim “vegetus” que significa forte, vigoroso, saudável, mas por causa do radical, a principal ideia é que se origina de vegetal, vegetais.

A dieta vegetariana pode ser dividida em três principais grupos, que são: Ovolactovegetariana: essa é a opção da maior parte dos vegetarianos, a qual restringe apenas o consumo de carnes, aceitando, na sua dieta, todos os alimentos de origem vegetal, laticínios e ovos.

Lactovegetariana: consome além de alimentos vegetais, os laticínios, excluindo carnes e os ovos.

 Vegana: dieta baseada exclusivamente de produtos de origem vegetal.

Alguns autores sugerem que futuramente o termo vegetariano seja substituído na literatura cientifica por “Plant Based Diet”, ou traduzindo, dieta baseada em alimentos de origem vegetal. Segundo eles, o termo vegetariano acarreta um sentido não nutricional e também pejorativo, pois a dieta exclui um alimento, a carne, enquanto que a dieta baseada em alimentos de origem vegetal enfoca os benefícios à saúde.

Mas é longe de ser um movimento tão novo assim, suas raízes vem de muito tempo, vamos discorrer mais sobre isso ao longo desse breve trabalho.

História do Vegetarianismo

Impulsionado por crenças religiosas e filosóficas, os primeiros grupos de vegetarianos não consumiam carne porque defendiam a não violência contra os animais. Existem indícios que já em 3200 a.C., gruposegípcios adotaram uma dieta anti-carne porque acreditavam que uma alimentação centrada nas plantas era meio caminho andado para uma reencarnação bem sucedida. Já em outras culturas, a carne estava reservada única e exclusivamente para ocasiões especiais ou rituais de sacrifício em honra de deuses pagãos, como no caso de astecas e celtas.

Com o Cristianismo primitivo o vegetarianismo era uma forma de purificar o corpo e alcançar níveis espirituais superiores. Com a Cristianização do Império Romano, predominava a ideia da supremacia dos homens sobre os animais.

Por quase 2500 anos, europeus e americanos chamavam aqueles que seguiam o vegetarianismo de Pitagóricos. O argumento de Pitágoras em favor da dieta sem carne é um triângulo: veneração religiosa, saúde física e responsabilidade ecológica.

Mas também, vários escolheram esse caminho, mais por necessidade do que por preferência. O mundo medieval considerava vegetais e cereais como comida para animais. Somente a pobreza compelia as pessoas a substituírem a carne com vegetais. A carne era um símbolo de status de classe alta. Quanto mais alguém comia carne, mais elevada era a sua posição na sociedade.

A época renascentista trouxe o vegetarianismo de volta à Europa onde as razões por de trás desta filosofia de vida eram já mais éticas.

Mas no início do século XIX, a Inglaterra era a capital do vegetarianismo europeu.

 Em 1847, 140 pessoas fundaram a Vegetarian Society, uma associação que, seis anos depois, congregava já 900 membros. Em 1880 já existiam vários restaurantes vegetarianos em Londres.

No último quarto do século XIX houve à criação de inúmeras associações vegetarianas e o início do século XX foi marcado pela fundação da International Vegetarian Union, que inicialmente conhecida como Vegetarian Federal Union, em 1908, uma espécie de federação que agregou todos os movimentos e associações nacionais.

Uma prática que era associada aos hippies, o vegetarianismo ganhou, a sua maior projeção nos países ocidentais a partir dos anos 60.

Com fortes influências orientais, o vegetarianismo tornou-se cada vez mais apelativo, especialmente à medida que as pessoas se informavam acerca dos seus benefícios individuais, como uma melhoria significativa na saúde pessoal, e coletiva, como a conservação dos recursos naturais.

Hoje o vegetarianismo é mais difundido na mídia, e tem vários adeptos, e ativistas, seguindo essa linha, por vários motivos, como já descrito anteriormente.

Atualmente, cerca de 70% dos vegetarianos do mundo concentram-se na Índia, onde cerca de 20 a 40% da população não come carne e onde outros 30% fazem-no esporadicamente.

Religião X Vegetarianismo

Vegetarianismo é muitas vezes, ligado a religião, e a força desse vinculo parece estar ligado diretamente a idade da própria religião. Por exemplo, os Budistas, que seguem o exemplo de não violência de Gautama e a prática de não ferir outras criaturas viventes, por cerca de 2500 anos.

O Hinduísmo possui princípios vegetarianos que datam de 5000 anos nas escrituras Védicas que defendem a abstinência de carne pregada aos adeptos.

Judeus se apoiam em algumas passagens da bíblia pra uma prescrição de dieta saudável:

"E Deus disse, Eu vos dei cada semente de erva, que estão por toda a terra, cada arvore, nas quais estão os frutos de semente; para vocês elas servirão de comer" (Gênesis 1:29).

O Cristianismo primitivo via o vegetarianismo de maneira similar. Um jejum modificado para purificar o corpo, pois evitar a carne era uma maneira de aumentar a disciplina e a força de vontade necessária para resistir às tentações. Isso tornou muito comum no comportamento cristão da época, e essa crença foi passada adiante ao longo dos anos de uma forma ou de outra, como por exemplo, a proibição de carne, exceto o peixe, da Igreja Católica Romana nas sextas durante a Quaresma.

As ligações de religiões com o vegetarianismo se tornaram popular na Inglaterra do século quinze, a qual é provavelmente a época de nascimento do vegetarianismo moderno.

Thomas Tryon um filosofo autodidata e aluno do místico protestante Jakob Boehmen, declarou em 1657, que a voz da sabedoria pedia autonegação e, portanto ele abandonara todo tipo de carne, e iria se dispor de água e vegetais. Seu livro, O Caminho da Saúde, publicado em 1691, fala sobre uma dieta vegetariana e era amplamente lido pelos pensadores da época.

A mensagem de Tryon também influenciou o Dr. George Cheyne, um famoso médico de Londres. Que por anos de indulgencia tinha quase em torno de 250 quilos, assim ele decidiu seguir a dieta vegetariana descrita por Tryon. O fundador da Igreja Metodista, John Wesley, foi paciente de Cheyne e convertido ao vegetarianismo.

O sucesso dessa dieta, tanto para ele, quanto para os outros, fez Cheyne publicar em 1724 o Ensaio sobre Saúde e Vida Longeva, recomendando uma dieta sem carne. Seu livro continuou popular e ainda estava sendo impresso 46 anos depois de sua publicação inaugural. Dentre aqueles influenciados pelas suas recomendações estava o Dr. William Lambe, que defendia que o uso da carne dos animais é um desvio das leis de sua natureza, e é uma causa universal de doenças e mortes prematuras.

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