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As Anormalidades Dentárias Podem ser Divididas

Por:   •  4/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.661 Palavras (7 Páginas)  •  539 Visualizações

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   DENS IN DENTE tipo III: Relato de caso

Vanessa Silveira1

Larissa Fernanda2

RESUMO

O Dens in dente, também chamado de dente invaginado, é uma anomalia de desenvolvimento dentário resultante da invaginação do órgão do esmalte na papila dentária e ocorre durante o desenvolvimento do dente, na fase intrauterina. Essa anomalia pode acometer qualquer dente, mas normalmente, incisivos laterais superiores permanentes são os mais afetados. O objetivo deste trabalho é abordar os principais aspectos clínicos de um caso de dens in dente tipo III, envolvendo um incisivo lateral superior, o qual respondeu negativamente à terapia endodôntica convencional e necessitou de complementação cirúrgica.

Palavras Chaves: Dens in dente, Anomalia, Endodontia.

 INTRODUÇÃO 

As anormalidades dentárias podem ser divididas entre aquelas que são influenciadas por fatores ambientais, as de causa idiopática ou, ainda, as de natureza hereditária (NEVILLE et al., 2009).  

Para White e Pharoah (2007), as anomalias dentárias são modificações da normalidade em número, tamanho, erupção e morfologia dos dentes.

SOSA (2006 apud Machado 2014, p.16) [a]contribui dizendo que na maioria das vezes as anomalias dentárias, ocorrem entre a sexta e oitava semana de vida intrauterina, dado que é nesta fase que estruturas importantes como a papila dentária e o órgão dentário, iniciam a sua histodiferenciação e formam o esmalte, a dentina e o cemento.

Garib et al. (2010) afirmam que certas anomalias dentárias podem eventualmente surgir associadas ao mesmo paciente, contudo, um defeito genético pode originar diferentes fenótipos. As anomalias dentárias manifestam-se com diferentes graus de severidade, e podem ser representadas desde um atraso cronológico da dentição, até uma ausência completa do germe dentário ou agenesia.

Histologicamente, o dens in dente ou dens invaginatus pode ser definido como um aprofundamento do órgão do esmalte na papila dentária durante o processo de formação do dente. Este processo ocorre antes da calcificação dos tecidos dentários, inicia por meio da coroa e pode se estender a toda à raiz dentária (ROCHA NETO et al., 2015).

Oehlers (1957 apud Ruschel et al. 2011, p.92) classifica o dens in dente em três tipos: tipo I, a invaginação do esmalte está circunscrita à área da coroa dental; tipo II, a invaginação do esmalte ultrapassa a junção amelocementária e se estende até à raiz; tipo III, quando a invaginação do esmalte atinge a região apical do dente, de modo a formar mais de um forame apical.  

A invaginação coronária presente nos dens in dente torna esses dentes mais suscetíveis à cárie e a infecção pulpar, devido a um defeito estrutural existente no fundo da depressão. Estudos histológicos evidenciam canais ou rachaduras no fundo da invaginação para a polpa, por onde as bactérias ganhariam acesso, levando irritantes ao tecido pulpar (GESTEIRA, et al., 2007).[b]

Atualmente, a terapia endodôntica convencional tem demonstrado êxito no tratamento dessa patologia. O dens in dente tipo I não oferece dificuldade para o tratamento endodôntico, já que a invaginação é pequena e se restringe a coroa dentária. O tipo II oferece considerada dificuldade uma vez que é necessário remover a invaginação do interior do canal radicular e criar um dente com um único canal. O tipo III, devido à invaginação apresentar comunicação com a cavidade oral, pode ocorrer invasão do tecido pulpar por agentes irritantes culminando em necrose pulpar e desenvolvimento de periodontite apical, portanto este é o que oferece maior dificuldade para tratamento. Como nem todos os casos respondem positivamente ao tratamento convencional, alguns requerem cirurgia paraendodôntica com obturação retrógrada ou remoção da porção invaginada (MORFIS, LENTZARI, 1989).[c]

O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de dens in dente tipo III, envolvendo um incisivo lateral superior, no qual foi necessária complementação cirúrgica ao tratamento endodôntico convencional.

CASO CLÍNICO

Paciente do sexo masculino, com 10 anos de idade, procurou atendimento odontológico devido à permanência de uma fístula entre os elementos 11 e 12, mesmo após tratamento endodôntico iniciado anteriormente. O mesmo também já estava sob tratamento ortodôntico.

        Clinicamente foi observado edema na mucosa, próximo ao periápice do elemento 12. A coroa não apresentava qualquer alteração de cor ou morfologia. Ao teste de percussão vertical e horizontal, a resposta foi negativa à dor.

Radiograficamente havia rarefação óssea apical associada à raiz do elemento 12, compatível com periodontite apical crônica. Também foi evidenciado uma invaginação de tecido dental mineralizado no interior da raiz até o terço apical deste elemento, caracterizando a patologia dens in dente tipo III (FIGURA 1).

[pic 1]                      [pic 2]                 [pic 3]

FIGURA 01: radiografia inicial       FIGURA 02: radiografia final          FIGURA 03: Proservação 4 anos 

Antes do início do tratamento endodôntico, foi solicitado ao ortodontista que interrompesse o tratamento ortodôntico.

No primeiro atendimento foram realizados os seguintes procedimentos: isolamento absoluto, remoção do curativo já existente, neutralização do canal principal com NaOCl 2,5%, abertura e acesso ao canal da invaginação, CTEx=CAD-3mm, odontometria radiográfica, determinação do comprimento de trabalho (CT): 22 mm (canal principal) e 19 mm (canal da invaginação), instrumentação manual até uma lima K #70 e até uma lima K #35 respectivamente (coroa-ápice). Irrigação final com 3ml de EDTA 17% por 3min e 5ml de NaOCl 2,5%. Os canais foram secos com cones de papel absorvente estéreis. O curativo de demora foi com pasta de hidróxido de cálcio (HC) (Calen, SSWhite) e a cavidade foi selada com cimento ionômero de vidro. Após 48 dias, a permanência de exsudação inviabilizou a obturação dos canais. Um novo curativo com HC permaneceu por mais 43 dias. Transcorrido esse período, os canais foram novamente acessados e, com a presença de exsudação foi estabelecido um plano de tratamento cirúrgico. Cirurgia paraendodôntica com obturação simultânea dos canais radiculares foi realizada 22 dias após a última sessão de atendimento e a coroa foi restaurada

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