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Reflexão Escrita Individual com base na análise do artigo Role of Occupational Therapy in Care of Therminal Patients

Por:   •  25/12/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.982 Palavras (8 Páginas)  •  494 Visualizações

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Introdução

Esta reflexão baseia-se num artigo escolhido pela aluna e no conteúdo lecionado no módulo Cuidados Paliativos. Este documento tem como objetivo que a aluna compreenda, reflita e analise a intervenção da Terapia Ocupacional na área de cuidados paliativos de modo a proporcionar bem-estar e qualidade de vida aos clientes e que os mesmos participem ativamente nas atividades que lhes são significativas.

A aluna selecionou o artigo “Role of Occupational Therapy in Care of Terminal Patients” de Miller e Cooper, uma vez que este procura definir o papel do Terapeuta Ocupacional como elemento chave de uma equipa multidisciplinar que fornece reabilitação e cuidados ao domicilio a clientes com doenças terminais. Este artigo aborda o tema requerido à aluna e fá-lo usando como cenário o caso de um homem diagnosticado com um glioma inoperável no lobo frontal.

O presente trabalho é constituído pela síntese do artigo selecionado, pela reflexão da aluna concernente ao mesmo e por fim pelas considerações finais, onde são referidos os ganhos e limitações da aluna aquando a elaboração do mesmo.

Desenvolvimento

Síntese do artigo

        O artigo “Role of Occupacional Therapy in Care of Terminal Patients” de Miller e Cooper, tem como propósito analisar o papel do terapeuta ocupacional nos cuidados de fim de vida, utilizando um caso que providencia exemplos práticos significativos.

        Segundo a World Federation of Occupational Therapists (2004), o objetivo da terapia ocupacional é assistir os clientes de modo a alcançarem uma participação ótima nas atividades da vida diária significativas. Porém, a natureza dos cuidados paliativos significa que muitos clientes não se encontram capazes de obter independência funcional completa, o que faz da terapia ocupacional uma das chaves dos cuidados paliativos.

        As autoras usam como exemplo prático o caso de Roger. Roger era um carpinteiro de 50 anos de idade, que vivia com a sua esposa e o filho mais novo. Roger apresentou-se pela primeira vez no hospital com sintomas de epilepsia, dificuldades cognitivas, afasia e hemiparesia direita, sintomas estes que indicavam um acidente vascular cerebral. Após realizar exames foi diagnosticado com um glioma de alto grau (agressivo e inoperável) no lobo frontal. Geralmente, os pacientes com glioma de alto grau apresentam um quadro complexo de défices cognitivos, percetuais e físicos que têm impacto na sua independência e no bem-estar geral da família. Numa primeira avaliação da terapeuta ocupacional (TO) no hospital, Roger apresentava problemas de equilíbrio, mobilidade independente e era capaz de subir escadas sob supervisão. No primeiro contacto com a TO, tanto Roger como a sua esposa recusaram ajuda nas atividades da vida diária. Dez dias após Roger ter alta do hospital, a TO visitou a sua casa e este apresentava-se muito mais fraco, tinha experienciado algumas quedas e os produtos de apoio recomendados foram recusados. No entanto, a TO estabeleceu uma boa relação com Roger e a sua esposa, o que os alertou em relação aos potenciais serviços e equipamentos que tinham disponíveis e que poderiam estabelecer contacto a qualquer momento. Foi acordado que o Roger teria sessões curtas de terapia ocupacional em casa para otimizar as suas funções, uma vez que que o cliente se encontrava extremamente cansado e a sua esposa considerou que seria preferível que ele passasse tempo de qualidade em casa invés de frequentar a Terapia Ocupacional no hospital.

        Tendo em conta a localização do tumor de Roger foram visíveis mudanças de personalidade no que diz respeito à impulsividade, perda de insight relativamente ao défice cognitivo e problemas no planeamento e resolução de problemas, o que comprometeu as suas funções executivas. A TO analisou as atividades da vida diária de Roger de modo a encontrar uma solução para as tornar mais fáceis e seguras. A esposa de Roger também foi encorajada a considerar e explicar as dificuldades sentidas no desempenho das atividades significativas (identificar os problemas ocupacionais).

        Neste ponto, a TO em colaboração com o fisioterapeuta providenciou aconselhamento e estratégias à esposa relativamente ao nível de supervisão requerido para manter a segurança de Roger no desempenho das atividades. Também foram discutidas estratégias práticas para otimizar a memória e o planeamento, de modo a manter uma rotina de cuidado pessoal.

        Durante todo o processo, tanto Roger como a esposa apresentaram-se reticentes em quanto à aquisição de produtos e equipamentos de apoio porque não queriam que a casa parecesse um hospital. As funções motoras e cognitivas de Roger continuaram a diminuir e o tónus muscular aumentou, e quando já não era possível subir escadas compreenderam que seria melhor adquirir uma cama hospitalar e o Roger aceitou utilizar uma tala feita pela TO para manter o punho e os dedos numa posição confortável prevenindo dor e deformação.

        Cinco meses após o diagnóstico, Roger faleceu. Até à sua morte, tanto Roger como a família receberam suporte em casa e serviços de enfermagem. Embora tenham sido resistentes em relação ao uso de produtos e equipamentos de apoio, os membros da equipa multidisciplinar continuaram em contacto regular para garantir a continuidade do serviço.

        O artigo demonstrou a complexidade do papel dos terapeutas ocupacionais no fim de vida com referência a um cliente que faleceu devido a um tumor cerebral. O terapeuta ocupacional necessita de tempo para identificar e conhecer as necessidades de mudança do cliente e da família, tendo em conta as opções de escolha e respeitar as preferências. A intervenção da terapia ocupacional no final de vida poderá algumas vezes envolver a gestão de crises quando o cliente é incapaz de prever as implicações das suas perdas funcionais e o seu impacto na vida diária. Perante esta situação, o foco da terapia ocupacional continua a ser a facilitação da participação nas atividades significativas de modo a que o cliente possua controlo e possibilidades de escolha na sua vida.

Reflexão

        A Terapia Ocupacional tem como objetivo promover a independência e participação segura nas atividades significativas num ambiente familiar, o que faz com que o Terapeuta Ocupacional contribua significativamente para os princípios chave dos cuidados paliativos, sendo estes o alívio da dor e de sintomas angustiantes, cuidados psicológicos e espirituais, um sistema de suporte para que o cliente viva o mais ativo possível face à morte iminente e um sistema de suporte para os amigos e família do cliente durante a doença e perda. A intervenção do TO nos cuidados paliativos é uma mais-valia, uma vez que este providencia uma intervenção centrada no cliente e na ocupação através de uma visão holística. O TO deverá estar envolvido na intervenção a clientes com tumores cerebrais devido à complexa e rápida progressão natural da doença e as implicações funcionais de independência e segurança associadas.

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