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Resumo do Artigo: Febre Maculosa por Rickettsia Parkeri no Brasil

Por:   •  19/3/2023  •  Resenha  •  1.753 Palavras (8 Páginas)  •  52 Visualizações

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DISCIPLINA: Epidemiologia e Medicina Veterinária Preventiva

Resumo do Artigo:

Febre Maculosa por Rickettsia parkeri no Brasil: condutas de vigilância epidemiológica, diagnóstico e tratamento

­FACCINI-MARTÍNEZ, A. A.; OLIVEIRA, S. V. de; JUNIOR, C. C.; LABRUNA, M. B.

J. Health Biol Sci. 2018; 6(3):299-312

INTRODUÇÃO

O grupo da febre maculosa (GFM) é composto por riquetsioses que são responsáveis por causarem doenças infeciosas de caráter zoonótico. A bactéria envolvida no processo é do gênero rickettsia, que é transmitida para o homem através da picada do carrapato. Essas doenças podem ser conhecidas como emergentes e reemergentes. Sua epidemiologia está ligada a distribuição geográfica dos carrapatos, da ecologia e dos hospedeiros envolvidos no ciclo das mesmas.

Clinicamente pode se ter febre em caráter agudo, com algumas manifestações cutâneas e sua evolução pode variar desde febre á quadros ictéricos hemorrágicos.  No Brasil a espécie mais patogênica é a Rickettsia rickttsii que é o agente etiológico da Febre Maculosa Brasileira (FMB). Que é de notificação compulsória imediata, endêmica na região Sudeste.

Atualmente a Rickettsia parkeri também apresenta quadros da doença, só que com sintomas mais leves. O estudo tem por objetivo fazer uma revisão das publicações neste campo de pesquisa, se baseando na epidemiologia, diagnóstico e tratamento para os profissionais da saúde.

METODOLOGIA

Revisão de literatura narrativa caracterizando infecções de humanos e carrapatos por R. parkeri. Aborda a situação epidemiológica no Brasil, condutas e diagnósticos, tratamento e vigilância epidemiológica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Situação epidemiológica da febre maculosa causada por Rickettsia parkeri no Brasil: A febre maculosa causada por este agente ocorre predominantemente em áreas de Mata Atlântica das regiões Sul, Sudeste e Nordeste (estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, litoral de São Paulo e Ceará) associado ao carrapato Amblyomma ovale como vetor (humanos entram em contato com os estágios adultos pela convivência com cães). São poucos casos confirmados e a doença não apresenta complicações, não há indícios de letalidade e de padrão sazonal. Pesquisas recentes indicam outro cenário de transmissão de R. parkeri no bioma Pampa brasileiro (RS) com carrapatos adultos da espécie Amblyomma tigrinum (mesmo vetor encontrado na Argentina).

Amblyomma ovale: carrapato de 3 hospedeiros, larvas e ninfas se alimentam de roedores e adultos de canídeos e felídeos, também pode parasitar humanos (principalmente os adultos). No Brasil é encontrado no Pantanal, Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica (neste último as taxas de infeção estão entre 3% e 85%). Apesar de ser um vetor competente produz efeito deletério nas fêmeas ingurgitadas o que faz necessário a presença de hospedeiro amplificador para sua manutenção na natureza, geralmente um roedor.

Amblyomma tigrinum: carrapato de 3 hospedeiros, larvas e ninfas se alimentam de roedores e aves e adultos principalmente de canídeos, também pode parasitar humanos (principalmente os adultos). No Brasil é encontrado no Pantanal, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pampa (neste último com taxa de infecção de 28%). É o principal agente etiológico de infecção nos EUA, Argentina e Uruguai

Amblyomma triste: carrapato de 3 hospedeiros, larvas e ninfas se alimentam de roedores e aves e os adultos são encontrados principalmente em Cervos-do-Pantanal e capivaras. Não há relatos de infestações humanas no Brasil, somente na Argentina (onde também parasitam bovinos) e no Uruguai (onde também parasitam o cão doméstico). No Brasil é encontrado nos estados de São Paulo, Minas Gerais, estados da região centro-oeste e Rio Grande do Sul. A taxa de infecção está ao redor de 10%.

Manifestações Clínicas

Após o período de incubação de 4 a11 dias, desde a picada do carrapato infectado inicia-se o quadro clinico, cujos os sintomas principais são febre e escara de inoculação. Podem-se apresentar-se outros sinais clínicos e sintomas associados, como linfadenopatia regional ipsilateral à escara de inoculação, exantema, principalmente em tronco e membros, mal-estar geral, cefaleia, mialgia e artralgias. Sintomas respiratórios e gastrointestinal são raros.

Diagnóstico

As amostras clinicas mais eficazes para o diagnóstico da febre maculosa é o soro e a escara de inoculação (crosta da escara e/ou swab da base da escara). Outras amostras podem ser complementares: sangue com anticoagulante, sangue total com anticoagulante (heparina, EDTA ou citrato), bipsia do exantema e/ou da escara de inoculação, ou o carrapato retirado do paciente. Condições de coleta, transporte e conservação das amostras clínicas de maior vantagem:

Soro- Coletado em tubo com gel separador de soro/tubo com anticoagulante, temperatura de transporte de 2-8°C, técnica utilizada: RIFI/PCR.

Swab da base da escara: Em tubo estéril, o swab deve ser enviado em seco, temperatura de transporte de 2-8° ou gelo seco, técnica: PCR, cultivo.

Crosta da escara: Tubo estéril, etanol 70-95%, gelo seco, temperatura de 2-8°C ou –20 °C, técnica: PCR, cultivo.

Diagnóstico-laboratorial

O diagnóstico laboratorial por RIFI, esse é estabelecido pelo aparecimento de anticorpos específicos (IgM, IgG), que aumentam em título com a evolução da doença, no soro de pacientes. Deve-se coletar a primeira amostra de soro nos primeiros dias da doença (fase aguda) e a segunda amostra de 14 a 21 dias após a primeira coleta. A presença de um aumento de quatro vezes nos títulos de anticorpos, observado em amostras pareadas de soro, é o requisito para confirmação diagnóstica pela sorologia. O processamento das amostras deve ser preferencialmente pareado e nas mesmas condições e analisadas pelo mesmo operador. O resultado deve ser interpretado dentro de um contexto clínico e epidemiológico.

Técnicas de Biologia Molecular

Realizada em amostras de escara de inoculação (crosta da escara e/ou swab da base da escara), sangue, soro, coágulos formados após centrifugação do sangue coletado, tecido de biopsia ou necrópsia.  É um método rápido, porém, não possui um padrão específico, e a sensibilidade e a especificidade diagnóstica pode variar entre os testes e o tipo de amostra colhida. As técnicas de biologia molecular possibilitam caracterização da espécie específica do agente etiológico (Rickettsia spp.).

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