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Características gerais da Antracnose em Phaseolus vulgaris e Glycine max

Por:   •  4/6/2017  •  Resenha  •  1.390 Palavras (6 Páginas)  •  424 Visualizações

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Características gerais da Antracnose em Phaseolus vulgaris e Glycine max

No presente trabalho, serão apresentadas as características gerais da antracnose na cultura do feijoeiro (Phaseolus vulgaris) e na soja (Glycine max). Nesse sentido, podemos nominá-las: sintomas; sinais; etiologia; controle; dados gerais sobre perdas e/ou danos. Tais características serão desenvolvidas através de paralelos, visando compará-las para elucidar as diferenças entre os efeitos de uma mesma doença em dois hospedeiros diferentes –mesmo a doença sendo efeito de patógenos dissemelhantes. Para tal pesquisa, lançar-se-á mão de artigos científicos lançados em periódicos e que provavelmente tenham passado pela avaliação por pares. Também, será utilizado para tal pesquisa, o segundo volume do Manual de Fitopatologia (Kimati et al., 2005).

Entre as principais causas da redução de produtividade de uma cultura, a principal delas é a presença de doenças. Segundo Kimati et al. (2005), a antracnose é uma das doenças mais importantes da cultura do feijoeiro, podendo causar perdas totais nessa cultura. Em acordo com isso, Barbosa et al. (2003) relataram que a produtividade de famílias suscetíveis foi inferior à das famílias resistentes, ou seja, o efeito da antracnose na produtividade é observado entre as duas famílias por uma correlação significativa (Tabela 1). Na cultura da soja a antracnose ataca a fase inicial de formação de vagens, e é uma das principais patologias do cerrado. Sendo capaz, assim como no feijoeiro, de causar perdas totais na produção, no entanto, apenas em anos chuvosos (Kimati et al., 2005). A antracnose, na década de 90, dificilmente ocasionava danos severos na produção no sul do Brasil. Entretanto, recentemente, essa doença foi responsável por grandes perdas na região central e norte do país. Quando em ataques severos, essa doença pode causar completo abortamento de vagens. Piorando ainda mais a situação da perda de rendimento no campo, essa doença pode causar perdas pós-colheita, quando as sementes têm de ser descartadas devido à má germinação (Tabela 2). (Wrather et al., 1997)

Os sintomas, no sentido amplo da palavra, da antracnose do feijoeiro (causada pelo patógeno Colletotrichum lindemuthianum) são observados normalmente na parte aérea da planta. Podendo atacar também tecidos jovens em desenvolvimento, como, por exemplo, plântulas. Nessas, observam-se pequenas lesões de coloração marrom ou preta nos cotilédones. Também, o hipocótilo, que é a parte responsável pela elevação dos cotilédones acima da superfície do solo, pode apresentar lesões, podendo ocorrer estrangulamento do mesmo, acarretando na morte da plântula. Entretanto, os principais sintomas da antracnose no feijoeiro são lesões necróticas e de coloração marrom nas nervuras da face inferior das folhas. Pode-se encontrar, também, lesões no caule e pecíolo da planta. Geralmente, nesses locais, apresentam lesões alongadas, de tonalidade escura e deprimidas. Quando ocorrem nas vagens, são circulares e deprimidas, de coloração marrom, com os bordos escuros e salientes, circundados por uma circunferência parda-avermelhada. No entanto, em alguns casos, as lesões nas vagens podem apresentar o centro de coloração mais clara ou rosada, isso deve-se à esporulação do fungo. Nas sementes, são descoloridas e podem apresentar lesões um tanto deprimidas e de coloração marrom (Kimati et al., 2005).

manchas nas folhas, hastes e vagens.  Muitas vezes, o inoculo oriundo dos restos culturais e sementes infectadas pode causar necroses nos cotilédones e, consequentemente, variando com a intensidade, alastrando-se para o hipocótilo. Ao necrosar o hipocótilo pode acarretar no tombamento da plântula, mesmo sendo na pré ou pós-emergência. O fungo pode causar, em fase adulta do hospedeiro, queda total de vagens ou deterioração das sementes. Algumas vagens, como as infectadas nos estádios R3-R4, adquirem coloração castanho-escura a negra e retorcem-se. Os sinais são observados em períodos de altas umidades, onde as partes infectadas ficam acobertadas por uma camada de pontuações negras que é o patógeno em questão. Podem apresentar, também, manchas nas sementes, de coloração castanho-escura (Kimati et al., 2005).

Além de atacar o feijoeiro, o fungo C. lindemuthianum apresenta uma grande adaptação em outros hospedeiros, como, por exemplo, P. lunatus, P. acutifolius, Vigna unguiculata e Vicia faba. Esse fundo apresenta, também, grande variabilidade patogênica, ou seja, uma grande amplitude de raças identificadas apenas no Brasil. Esse fungo, como muitos outros necrotróficos, é especializado em sobreviver em restos culturais. No entanto, é nas sementes contaminadas que constitui-se sua sobrevivência e disseminação. Tal patógeno pode ser disseminado por gotículas de chuva, pela ação do homem e/ou por insetos. A doença causada por esse fungo, é favorecida em temperaturas entre 13 e 27º, ou seja, há uma grande amplitude na temperatura, o que favorece a proliferação dessa doença. Além disso, faz-se necessário uma e umidade relativa acima de 91%. Sob condições favoráveis, os conídios germinam entre 6 a 9 horas. Formam-se os tubos germinativos. O apressório penetra a cutícula e a epiderme do hospedeiro. Por conseguinte, surgem os sintomas que ocorrem após seis dias após a infecção (Kimati et al., 2005).

O fungo Colletotrichum truncatum é diretamente associada à soja, no entanto, existem diversas espécies que podem ser associadas à antracnose na cultura da soja. A sobrevivência desse patógeno pode ocorrer, assim como C. lindemuthianum, em restos culturais ou sementes infectadas. O ciclo patógeno-hospedeiro desse fundo tem início através de sementes infectadas ou inóculos oriundos de restos culturais de safras anteriores. O fungo desenvolve-se, no hospedeiro, de forma sistêmica no interior do tecido cortical e pode não expressar qualquer sintoma ou sinal até o final do ciclo, variando conforme condições climáticas, fertilidade e densidade de semeadura. São observados maiores danos em solos de baixa fertilidade, principalmente aqueles que têm deficiência de potássio. Tudo isso, aliado com condições climáticas e alta população de plantas, elevam o grau de infestação da doença (Kimati et al., 2005).

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