O Relatório Extensão Rural

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata-se da primeira aula de campo da disciplina de Comunicação e Extensão Rural, onde foi visitado o Espaço Agroecológico das Graças. O objetivo da visita foi realizar uma entrevista com um produtor rural a fim de conhecer sua história de vida, tipos de cultivos realizados na área de plantio, produtos comercializados na feira, relação do produtor com a terra e o refinamento de técnicas de beneficiamento de alimentos que chega ao consumidor final. O grupo de discentes teve a oportunidade de entrar em contato direto com diversos agricultores de diferentes municípios do Estado. Foi realizada uma pesquisa com perguntas preestabelecidas ao Sr. Jones, agricultor familiar, produtor rural do município de Abreu e Lima/PE, que participa semanalmente desta feira orgânica.

As feiras agroecológicas são parte das ações de economia solidária existentes na região, com a finalidade de oferecer aos moradores urbanos produtos saudáveis, “in natura”, promovendo a transformação social através do comércio justo e do consumo consciente (HINTERHOLZ et al., 2011). É cada vez maior a procura por alimentos mais seguros e saudáveis. Diante desse quadro, o consumidor passa a buscar e a privilegiar a qualidade presente nos alimentos tradicionais (ZUIN e ZUIN, 2008). A Agricultura Familiar no Brasil exerce um papel importante papel como principal fonte de abastecimento de alimentos do mercado interno. Apesar de representar uma significativa parcela na produção nacional, os agricultores familiares ainda carecem de sistemas de produção apropriados à sua capacidade de investimentos, ao tamanho de suas propriedades rurais (EMBRAPA, 2002).

Diante das dificuldades enfrentadas cotidianamente, a Extensão Rural tornou-se um grande aliado do agricultor familiar, que pode ser conceituada de três formas: como processo, como instituição e como política pública.  Como processo, a Extensão Rural significaria, num sentido literal, o ato de estender, levar ou transmitir conhecimentos de sua fonte geradora ao receptor final, o público rural, de forma educativa. Neste caso, a extensão rural, difere conceitualmente da assistência técnica, pois visa somente resolver problemas específicos. O segundo conceito, instituição, refere-se às organizações estatais dos estados, prestadoras dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural.  O último conceito listado, política pública, não menos importante, diz respeito às políticas de extensão rural traçadas pelos governos (federal, estaduais e municipais) ao longo do tempo, através de dispositivos legais ou programáticos, mas que podem ser executadas por organizações públicas e/ou privadas (PEIXOTO, 2008).

2 ABREU E LIMA

Município de Abreu e Lima está localizado (Figura 01) na Zona da Mata Norte de Pernambuco, distante 18 quilômetros da capital, o Recife. Abreu e Lima passou 400 anos sobre o domínio político e administrativo do município de Igarassu e outros 47 anos, de Paulista. Em 1982, pela Lei Estadual nº 421, Abreu e Lima foi emancipada de Paulista, tornando-se um município autônomo. Uma característica forte de Abreu e Lima é sua extensão territorial, sendo mais de 75% da área na zona rural. Em 2010, pelo Censo do IBGE, a população era de 94.429 habitantes, a maior parte da zona urbana onde residem 86.627 pessoas. Na zona rural vivem outras 7.802 (IBGE, 2010).

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Figura 01: Abreu e Lima                            

No que diz respeito à bandeira, os elementos presentes na sua composição são assim representados (Figura 02): As duas listras significam o eixo de integração da BR-101 Norte; o verde escuro corresponde à área verde predominante na cidade; as cores branca e azul representam a paz e o céu; a catraca amarela simboliza a indústria e o progresso; as três estrelas correspondem aos três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário); as folhas de Coqueiros remetem aos coqueirais da região; e o Amor, quatro letras que descrevem o sentimento do povo por sua terra (PREFEITURA MUNICIPAL DE ABREU E LIMA, 2016).

Figura 02: Bandeira de Abreu e Lima

Abreu e Lima tem um variado comércio e um crescente parque industrial que abriga empresas pernambucanas, nacionais e multinacionais: como o grupo francês Weber Saint Gobain, fabricante da argamassa Quartzolit; a Bombril, referência em produtos de limpeza; e a Adimax que produz rações para pets. E nacionais como a Venozan, Hair Fly e Zeca’s, entre outras. Na área rural, os trabalhadores cultivam frutas e verduras que são comercializadas na tradicional feira livre de Abreu e Lima, localizada às margens da BR-101 Norte, e de cidades vizinhas como Paulista, Igarassu e Camaragibe, e até na Ceasa – o maior centro de hortifruti do Estado. No município se produz laranja, limão, milho, feijão, macaxeira, inhame, batata doce, coco, banana e verduras em geral. Ainda podem ser vistas plantações de flores tropicais e pequenas criações de suínos, gado, aves e abelhas para produção de mel.

Tabela 1 – Dados socioeconômicos de Abreu e Lima.

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