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GIL PÉREZ, D. et al. Para uma imagem não deformada do trabalho científico. Ciência e Educação, 7(2), p. 125-153, 2001.

Por:   •  12/11/2020  •  Resenha  •  1.214 Palavras (5 Páginas)  •  449 Visualizações

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Aluno: Mateus Santos Cunha

Resenha: GIL PÉREZ, D. et al. Para uma imagem não deformada do trabalho científico. Ciência e Educação, 7(2), p. 125-153, 2001.

O texto elaborado por Gil Perez com participação também de outros autores apresenta uma quantidade rica em referência e nos mostra alguns pontos em que a ciência tem uma visão deformada pelos alunos e até mesmo por professores, e uma das razões pela qual tem causado isso, seria pelo fato do ensino ser baseado na apresentação de conhecimentos previamente elaborados, no lugar de ser uma atividade investigativa. O autor. por meio de pesquisa, ele aponta e discute esses pontos, sete no total, que acabam por configurar uma visão “estereotipada e ingênua” da ciência. Dessa forma, a metodologia do docente é um dos motivos em que o planejamento pedagógico adquiri sentido e importância. A ideia dos autores é muito coerente, pois não tem como ensinar ciência, sem ao menos ter uma ideia aproximadamente clara do que ela seja. Em seguida, ele apresenta as características do trabalho científico, discutindo cada tópico e, por fim, apresenta algumas implicações destas características para o ensino de ciências.

O estudo foi organizado em dois momentos, no primeiro momento ele busca caracterizar o que deveria ser evitado com clareza e assim por aproximação, estimular uma postura “positiva” do trabalho científico. Os autores apontam e discutem sete pontos que acabam por configurar uma visão “estereotipada e ingênua” da ciência, partindo do princípio que a identificação dos pontos negativos levaria a uma imagem positiva. Além disso, nos faz refletir se os pontos negativos, citados na pesquisa, são significantes para que o professor possa construir um modelo de ciência mais aceitável. No segundo momento, busca obter proposições básicas em torno da atividade científica a partir de bibliografia específica.

  • Visões deformadas do trabalho científico:

Este trabalho é uma formação inicial e contínua com muitos professores. É interessante notar que os resultados obtidos pelo autor mostram que a deformação costuma ser a mesma. Isso mostra que os "pontos de vista (científicos) formados" originaram-se nas universidades, e os artigos e livros didáticos por elas produzidos acabaram contribuindo para a formação de modelos científicos ingênuos e impactando a educação básica. A análise de dezenas de trabalhos publicados confirmou essa hipótese. Em seguida, os autores discutem sete pontos que acabam por deformar a visão da ciência.

1. Concepção empírico-indutivista e ateórica. As pessoas têm uma demanda pelos chamados cursos práticos, e os cursos práticos muitas vezes terminam como cursos de demonstração, e os próprios cursos de demonstração têm a responsabilidade de "enriquecer" a educação científica. A prática comprovou os fenômenos estudados em sala de aula, portanto, eles precisam "da certo", o erro e a criatividade não são trabalhados, as aulas práticas se limitam a prescrições destinadas a justificar a aula do professor.

2. Transmissão de uma visão rígida, apresenta o método científico como um conjunto de etapas a serem seguidas de forma mecânica. Os alunos precisam de uma sequência estrita de relatórios (introdução, objetivos, argumentos, materiais e métodos, resultados e discussão), como se essa sequência pudesse levar ao aprendizado de modelos científicos. Da mesma forma, o autor analisa modelos de avaliação que distorcem a natureza do trabalho científico.

3. Visão aproblemática e ahistórica (portanto, dogmática e fechada), o conhecimento gerado é repassado sem mostrar o problema que o causou ("Todo conhecimento é a resposta para o problema"). A falta de história da ciência no ensino reforça o estereótipo do trabalho científico e não há discussão entre os pesquisadores. Não há integração entre as diferentes regiões da história, o que significa um desafio ao dogma e à liberdade de pensamento. A ciência clássica pode ser interpretada como superação de obstáculos e integração de vários campos, que não podem ser devidamente explorados no ensino sem um método histórico.

4. O ponto de vista analítico exclusivo destaca a divisão necessária da pesquisa, suas limitações e características simplificadas. Isso resulta na fragmentação do conhecimento científico a fim de melhor compreender as várias partes para compreender o todo. Porém, percebe-se que o mecanismo de integração da falta de componentes não pode proporcionar uma visão mais abrangente do conhecimento.

5. Disseminar o conhecimento científico acumulado e ignorar crises e remodelações que não sejam sustentadas por nenhum modelo científico (pré-definido). A atenção à quantidade de informações contidas nos materiais didáticos e nas salas de aula dos professores demonstra claramente esse horizonte de conhecimento acumulado.

6. O conhecimento científico parece ser obra de um gênio isolado, de uma visão científica individualista e elitista. Essa visão levou a um modelo de pesquisador que é uma estranha elite intelectual que está longe da vida cotidiana dos cidadãos comuns. Além disso, o trabalho científico parece ser uma atividade masculina e inacessível.

7. As imagens descontextualizadas são socialmente neutras, ignorando a complexa relação entre ciência, tecnologia e sociedade. Os cientistas são estranhos aos fenômenos sociais e não precisam fazer escolhas.

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