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BAKHTIN, Mikhail. Marxismo E Filosofia Da Linguagem: Problemas Fundamentais Do método Sociológico Da Linguagem. Trad. Michel Lahud Et. AL. 12ª Ed. São Paulo: Hucitec, 2006.

Artigo: BAKHTIN, Mikhail. Marxismo E Filosofia Da Linguagem: Problemas Fundamentais Do método Sociológico Da Linguagem. Trad. Michel Lahud Et. AL. 12ª Ed. São Paulo: Hucitec, 2006.. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  17/10/2013  •  1.306 Palavras (6 Páginas)  •  1.980 Visualizações

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BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. Trad. Michel Lahud Et. AL. 12ª ed. São Paulo: Hucitec, 2006.

O livro de Mikhail Mikhailovich Bakhtin divide-se em três partes, as quais são apresentadas no Prólogo resumidamente. Procura-se na primeira parte do texto mostrar a importância dos problemas da filosofia da linguagem para a concepção marxista de mundo. Segundo o autor, pode-se afirmar que “a filosofia burguesa contemporânea está se desenvolvendo sob o signo da palavra” (p. 26). É exatamente na questão do signo que M. Bakhtin vai frisar suas problemáticas.

Tudo o que é ideológico é um signo, e sem estes não existiria ideologia. Essa é a frase fulcral que sustenta toda a abordagem do autor no primeiro capítulo. O signo por sua vez possui duas realidades, a per si, aquela que existe por si mesmo, e uma simbólica, aquela que reflete e refrata uma determinada realidade e que nem sempre é fiel a ela, por vezes pode distorcê-la ou aprendê-la de um ponto de vista específico.

Esta variação supracitada dá-se em virtude do fato de que “Todo signo está sujeito aos critérios de avaliação ideológica...” (p.32). Os domínios dos signos correspondem aos domínios do ideológico e, portanto, onde se encontra o signo, encontra-se o ideológico. Conforme Bakhtin “tudo que é ideológico possui um valor semiótico.” (p.33).

Os signos só podem surgir em um terreno inter-individual, ou seja, além de dois homo sapiens sapiens, é necessários que eles estejam socialmente organizados, constituindo, portanto, um grupo. Os signos são o alimento da consciência individual, ele a entende – a consciência – como um fato sócio-ideológico. A lógica da consciência é a lógica da comunicação ideológica.

O estudo das ideologias não depende em nada da psicologia e não tem nenhuma necessidade dela, M. Bakhtin procura desvincular as ideologias da psicologia e aproximá-la do universo dos signos através das formas de comunicação social, segundo o próprio “a realidade dos fenômenos ideológicos é a realidade objetiva dos signos sociais... A realidade ideológica é uma superestrutura situada imediatamente acima da base econômica.” (p. 36).

O signo e a ideologia são englobados por um conceito fundamental: O discurso. Todo signo cultural quando compreendido e dotado de um sentido, não permanece isolado, ele vira parte da unidade da consciência verbalmente constituída.

A única maneira de fazer com que o método sociológico marxista dê conta de todas as profundidades e de todas as sutilezas das estruturas ideológicas “imanentes” consiste em partir da filosofia da linguagem concebida como filosofia do signo ideológico.

Para facilitar a compreensão de signo podemos exemplificar com o seguinte: uma camisa com um símbolo de um time já possui um significado além de ser uma simples camisa, e se esta ainda se encontra autografada com um ídolo do time, o significado dela é ainda maior. Portanto, o signo possui uma dupla realidade, aquela material e aquela histórica social.

No segundo capítulo Mikhail Bakhtin preocupa-se em saber como a realidade (infra-estrutura) determina o signo, e como ele reflete e refrata a realidade em transformação e, também procura abordar a problemática fulcral da filosofia da linguagem, portanto discutir a natureza real dos fenômenos lingüísticos.

Cada época e cada grupo social têm seu repertório de formas de discurso na comunicação sócio-ideológica, e cada forma de discurso social corresponde a um grupo de temas. Portanto, todo signo ideológico está marcado pelo horizonte social de uma época ou grupo social determinados.

A classe dominante tentar conferir ao signo ideológico um caráter intangível acima das diferenças de classe com o objetivo de amenizar as lutas de classe. Cada palavra se apresenta como uma arena onde se entrecruzam e lutam os valores sociais de orientação contraditória. A palavra é o produto da interação viva das forças sociais.

No que concerne a delimitação da linguagem como objeto de estudo específico, Bakhtin apresenta-nos duas principais orientações: Objetivismo Abstrato, mecanicista e racionalista. Exprimisse no palpável, nos signos enquanto formas normativas, portanto, normas sociais; e o Subjetivismo Individualista: ligada ao Romantismo, assumindo o individuo como o centro de estudo da linguagem, encarando esse como imune a influencias do contexto em que vivência.

Para o autor a língua é considerada um produto coletivo, ou seja, um fenômeno social, e é sempre apresentada dentro de um contexto ideológico. Portanto, aduz que a palavra é carregada de um conteúdo ideológico e seu sentido é determinado pelo seu contexto.

A consciência quando manifestada pela palavra possui força social e nas relações sociais resultam em expressões materiais ideológicas, fatos sociais. Cabe ressaltar que o ponto organizacional de toda enunciação está no exterior, pois está situada no meio social, e posteriormente exteriorizada. Daí resulta, a Ideologia do Cotidiano, que conforme

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