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A História da Ergonomia

Por:   •  13/11/2019  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.820 Palavras (8 Páginas)  •  196 Visualizações

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  1. ERGONOMIA

  1. História da Ergonomia

O conceito que hoje conhecemos de ergonomia advém das diversas experiências humanas, que necessitou de tal para melhorar a relação trabalho-homem. A Associação Internacional de Ergonomia – IEA, definiu ergonomia, em agosto de 2000, da seguinte forma:

“A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados ou métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema.”

“Os ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.”

Porém, para chegar a essas definições, os estudos e aplicações de tal disciplina, começou muito antes de até mesmo se saber de sua necessidade e/ou existência.

A palavra ergonomia é composta pelas palavras gregas ergon, trabalho, e nomos, leis ou regras, ou seja, significando como regras para organizar o trabalho. Sendo o termo usado pela primeira vez em 1857, pelo cientista polonês WoJciech Jastrzabowski, em um seu trabalho intitulado “Ensaios de ergonomia, ou ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas da ciência sobre a natureza”.

Desde os primórdios da humanidade, tem evidências de que a adaptação das condições do ambiente ou mesmo das ferramentas de trabalho às características humanas. Os homens de caverna, por exemplo, já tinham a preocupação de terem artefatos que facilitassem suas atividades, fazendo assim aperfeiçoamento de acordo com as suas necessidades e características de tal atividade.

Desta forma, pode-se dizer que a ergonomia já surgiu sendo aplicada. Talvez este seja o grande motivo de não ter uma definição como disciplina aplicada ou uma ciência. Mas algo é certo, ela não é só uma necessidade teórica ou formal. A ação ergonômica é apoiada por métodos e técnicas de análise própria, com o intuito de buscar soluções para problemas resultantes da inadequação dos artefatos, da organização do trabalho e dos ambientes ao modo de funcionamento humano. Logo o produto de tal ação se apresenta nas formas tecnológicas ou organizacionais efetivas, visando ajudar a transformar a ação humana em critérios de conforto, qualidade, eficiência e eficácia.

Após as revoluções industriais, principalmente a segunda, onde o homem tinha que se adaptar a máquina, um exemplo claro desta situação é visível no filme Tempos Modernos de Charles Chaplin, onde o trabalho tinha que afeiçoar-se ao ritmo da máquina, fazendo com que o trabalhador adquirisse uma Doença Ocupacional Relacionada ao Trabalho (DORT) ou a Lesão por Esforço Repetitivo (LER); mesmo que nesta época não tinham esta percepção, mas já era nítido tal consequência.

A ergonomia moderna está relacionada ao final da Segunda Guerra Mundial (SGM). Neste momento, a Força Aérea Real Britânica estava buscando compreender por qual motivo equipamentos de extrema modernidade, os quais deveriam facilitar a conduta dos pilotos da aviação não eram operados com eficiência e eficácia esperadas. Por obterem a resposta de tal problema, montaram uma equipe interdisciplinar, composta por um engenheiro, um psicólogo e um fisiologista. O resultado deste trabalho foi que se deve adaptar os artefatos tecnológicos às características e aos limites de funcionamento de nossos processos percepto-cognitivos. (ABRAHÃO, SZNELWAR, et al., 2009).

Segundo Couto (1995), foi a experiência americana da cápsula espacial, a qual fez com que a ergonomia fosse percebida como uma necessidade a ser atendida, ainda diz mais, conceitua a ergonomia da seguinte maneira: “[...] um conjunto de ciências e tecnologias que procura fazer um ajuste confortável e produtivo entre o ser humano e seu trabalho, basicamente procurando adaptar as condições de trabalho às características do ser humano.”

Hendrick (1993) afirma que com a SGM a ergonomia pode-se ser disposta em quatro fases, tendo seu enfoque em tecnologia; sendo elas:

  • Primeira Fase: Ergonomia de Hardware ou Tradicional, esta teve seu início na SGM, tendo como estudo concentrado nas características físicas do ser humano — capacidades e limites — com o foco inicial no segmento militar, posteriormente na área civil, com ênfase nas questões fisiológicas e biomecânicas do ambiente de trabalho e na interação dos sistema homem-máquina;
  • Segunda Fase: Ergonomia do Meio Ambiente, essa está ligada ao meio que o homem trabalha, sendo ele um ambiente natural ou artificial (ruído, temperatura, iluminação, entre outros) que venham a interferir no trabalho. Intensificou-se devido ao interesse de melhor compreender a relação do ser humano com o meio ambiente, tendo em voga o conceito de sustentabilidade;
  • Terceira Fase: Ergonomia de Software ou Cognitiva, nesta trata-se de processamento de informações, que surgiu com o advento da informática dos anos 1980. Com seu foco em como a interface da interação entre o homem e a máquina, onde não é mais o homem manuseando o produto, mas o homem comandando a máquina manusear o produto. Fazendo que a tecnologia da informação fosse uma extensão do cérebro e as interfaces para a operação devem levar em conta fatores cognitivos para facilitar o comando;
  • Quarta Fase: Macroergonomia, nesta fase é onde deixa-se de ter foco só em como é a interação homem-máquina, atividade e ambiente, mas passar a abranger o contexto organizacional, psicossocial e político de um sistema.

Como pode-se ver a evolução da ergonomia faz jus ao seu contexto histórico, onde surgi uma necessidade o homem busca de melhor forma para solucioná-la. Enquanto as outras três fases da ergonomia são consideradas microergonomias, pois focam em postos de trabalho, o meio ambiente e as questões cognitivas, respectivamente. Este tipo de pensamento foi segregado com o surgimento do conceito de macroergonomia, visto que ele tem uma ampla visão, considerando a empresa como um todo.

  1. Ergonomia no Brasil

A ergonomia no Brasil, teve seu surgimento vinculado com as áreas da Engenharia de Produção e Desenho Industrial. O inspirador maior para o Brasil, considerado como patrono brasileiro da ergonomia, é Alain Wisner[1], o qual foi responsável pela formação da maioria dos nossos ergonomistas na década de 1980. Com isto, o contato vinculado com os pesquisadores brasileiros com os pesquisadores europeus, sobretudo com os franceses, fez com que obtivemos avanços nesta disciplina, tendo com um dos resultados a NR-17. A NR-17 teve seu surgimento devido a articulação dos sindicatos trabalhistas juntamente com os ergonomistas apoiados pelo antigo Ministérios do Trabalho (atual Secretária do Trabalho).

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